domingo, 26 de abril de 2020

7º tema: A Sabedoria se opõe à idolatria. Ler: Sabedoria, cap. 11,15-12,2.


O tema de idolatria parece uma divagação (diversão) dentro do tema de agir da Sabedoria na história. A Sabedoria coloca Deus no primeiro lugar e quem renuncia à Sabedoria, de consequência cai na idolatria, no adorar o falso deus que aprisiona o homem em si mesmo e assim todos os relacionamentos se tornam perversos: para com os outros, para consigo mesmo, para com as potências do mundo, para com as coisas materiais e para tudo aquilo que é inferior ao homem. O caminho de retorno a Deus por isto compreende também a pena que é só a consequência da perversão da ordem estabelecida por Deus. A própria natureza é testemunha contra o homem que esquece o seu Criador.

A economia de Deus: a sua é potência de amor.

Do cap 11, v. 15 ao cap. 12, v. 2.: Existe um eixo central de toda esta composição que podemos logo ressaltar; v. 20: “Mas tudo dispuseste com medida, número e peso”. Existe uma medida na economia divina e precisa que aprendamos a darmos conta, a decifrá-la porque se tratará depois de valorizá-la oportunamente, sempre e por toda a parte.

vv. 15-16: Por causa dos raciocínios insensatos da injustiça deles, erraram e adoraram répteis privados de razão e animais desprezíveis. Como castigo, enviaste a eles multidões de animais irracionais, para aprenderem que cada um é castigado através daquilo mesmo com que peca.

vv. 17-20: Existe uma medida no agir de Deus e existe uma moderação na sua mão, na sua boca e no modo de manifestar aquele poder que lhe compete.

v. 21. 12,1.: O poder de Deus – que é ilimitado, infinito, absoluto – é moderado por amor pelas suas criaturas; se exprime como vontade de salvação para aquelas criaturas a qual Deus não rejeita, nem rejeitará nunca, o seu amor total, gratuito, apaixonado, porque ele tem compaixão, não olha o pecado, só ama. Tudo aquilo que existe no mundo não somente é querido por Deus por um motivo de amor, mas é “poupado” pelo mesmo motivo, o amor.

V. 2 do cap. 12: A pena pelo pecado é medida por Deus em função da sua vontade de corrigir, de chamar a atenção, de salvar. Todas as penas que afligem a humanidade estão dentro desta economia de misericórdia pela qual o poder de Deus abre caminhos de conversão para a vida para todos os homens pecadores.

Ler: Sabedoria, cap. 12,3-27.

Deusé indulgente comtudo porqueé onipotente.  

Acrescenta-se um terceiro poema que tem uma maneira de andar ainda mais contemplativa do quanto pudemos constatar lendo os outros dois. O nosso mestre se interroga: “Quem é como tu, Senhor?”. Se as coisas estão assim “quem és tu?”.

vv 9-11: Existe uma gradação que é determinada pela constante fidelidade do amor de Deus: Ele abre caminhos de conversão, caminhos de arrependimento. E a dor sofrida por causa das vespas ou coisas semelhantes, é uma dor redentora, terapêutica, medicinal; é a dor que tira o veneno acumulado no coração.Não era por medo de ninguém que tu não castigaste a culpa deles.

Mesmo no meio daidolatria humana Deus nos educa e si revela.

Vv. 19-21: Tudo aquilo que diz respeito a Sabedoria de Deus demonstra que a Sua é uma intenção pedagógica. Nos educa noser filhos, no pertencer a Ele, nocompartilhar daquilo que é Seu através da presença dos cananeus e através da revelação de como Ele é misericordioso nos seus relacionamentos.

Do v. 22 ao v. 27: A conclusão do poema. Assim, para nos educar, tu castigas os nossos inimigos com moderação, para que nós quando julgarmos, lembremos sempre a tua bondade; e, quando formos julgados, contemos sempre com a tua misericórdia.

Tomando-nos conta de como Deus é misericordioso para os inimigos, também nós possamos aspirar à misericórdia, desde o momento que também nós na nossa injustiça seremos julgados.

Gradualmente emerge o drama da idolatria, não mais nas formas infantis da devoção às estúpidas ignorâncias, mas na dureza do coração humano que pretende reivindicar um valor absoluto por iniciativa humana: é a idolatria como culto de si mesmo. Assim os homens se destroem porque naquele seu pecado, naquele seu modo de idolatrar a si mesmo e a própria iniciativa humana existe também o seu castigo.

Ler: Sabedoria, cap. 13-15

A idolatria: um horizonte de imbecilidade e infelicidade.

Nos capítulos 13,14 e 15.: O mestre caracteriza três modalidades fundamentais de idolatria. Na realidade é a segunda deste tema que será, sobretudo, colocado em evidência.

- Primeira modalidade: a divinização da força da natureza: são os primeiros nove versículos no cap. 13.

- Segunda modalidade: a divinização dos produtos da atividade humana, um desenvolvimento amplíssimo que vai do v. 10 do cap. 13 ao v. 17 do cap. 15.

- Terceira modalidade: a divinização dos animais; esta terceira tipologia se condensa só nos versículos 18-19 do cap. 15.

Insensatos, porque são incapazes de ver o autor da beleza.

Cap. 13, vv. 1-9.:Podemos subdividir o texto em três estrofes;

A primeira estrofe, vv. 1 e 2, depois de 3 a 5, em seguida os outros versículos.

Primeira estrofe:São naturalmente insensatos todos os homens que ignoram a Deus e que, através dos bens visíveis, não chegam a reconhecer Aquele que existe. Consideram as obras, mas não reconhecem o seu Artífice. E acabam considerando-se, como deuses e governadores do mundo, o fogo, ou o vento, ou a brisa fugaz, ou o firmamento estrelado, ou a água impetuosa, ou ainda os luzeiros do céu.

Segunda estrofe:Se fascinados com a beleza dessas coisas, a ponto de tomá-las como deuses, reconheçam o quanto está acima delas o Senhor, pois foi o autor da beleza quem as criou. Se ficam maravilhados com o poder e atividade dessas coisas, pensem então quanto mais poderoso é Aquele que as formou. Sim porque a grandeza e a beleza das criaturas fazem, por comparação, contemplar o Autor delas.

Terceira estrofe:Esses, porém, merecem repreensão menor, porque talvez se tenham extraviado procurando a Deus e querendo encontrá-lo. Vivendo no meio das obras dele, procuram pesquisá-las, e a aparência delas os fascina, tanta é a beleza do que se vê. Contudo, mesmo esses não têm desculpa, porque, se foram capazes de conhecer tanto, a ponto de pesquisar o universo, como não encontraram mais depressa o Senhor do universo?

A imbecilidade dos homens está nesta incapacidade demonstrada a passar das criaturas ao Criador; os homens passaram a considerar o fogo, o vento, o ar, o movimento das estrelas, a água que corre impetuosa, o sol, a lua como deuses, quem regem o mundo. Esta primeira modalidade no qual se expressa a idolatria dos homens é uma forma de ignorância, menos culpável a respeito das outras formas de idolatria, porque representa seja como for uma busca de Deus, também idolatrado nas criaturas dotadas de qualidades maravilhosas porque eles talvez se tenham extraviado procurando a Deus e querendo encontrá-lo. Vivendo no meio das obras dele, procuram pesquisá-las, e a aparência delas os fascina, tanta é a beleza do que se vê. Contudo, mesmo esses não têm desculpa, porque, se foram capazes de conhecer tanto, a ponto de pesquisar o universo, como não encontraram mais depressa o Senhor do universo?

Infelizes, porque adoradores de objetos humanos.

Segunda tipologia que vai do cap. 13, v. 10 até ao cap. 15, v. 17:Compreende seis momentos de reflexões:

Primeira reflexão: do v. 1 do cap. 13 ao v. 11 do. cap. 14: Dá uma descrição resumida daquilo que é o culto dos ídolos, entendidos não mais como forças da natureza, mas como objetos fabricados. O ídolo não é representado pelo trabalho humano, mas pelo desprezo do trabalho que constringe a dedicar-se ao supérfluo.

Cap. 14, 5-6: Neste contexto o trabalho do homem se insere, em continuidade com a iniciativa do Criador, em adesão à grandeza e originalidade dos Seus desígnios.

A coisificação das pessoas e o culto do inexistente.

Segunda reflexão, do v. 12 ao v. 21: Depois esta página de caráter descritivo quer ajudar-nos a encontrar a origem da idolatria, a invenção dos ídolos; v. 12:A invenção dos ídolos foi o início da prostituição a sua descoberta levou a corrupção na vida;v. 13: Eles não existiam no princípio, e não existirão para sempre: a idolatria está para a prostituição; a prostituição é a vaidade de uma relação interpessoal originariamente saída da qual a pessoa humana é reduzida a coisa.

A consequência da idolatria: o outro é inimigo.

Terceira reflexão, do v. 22 ao v. 27.: São colocados em evidência, as consequências da idolatria; v. 22: Não bastou a esses homens errar no conhecimento de Deus. Eles vivem também na grande guerra da ignorância, e dão ainda a esses males o nome de paz.A idolatria também vivendo em uma situação de guerra que traz em si grande mal, dá a tudo isto o nome de paz; v. 23: Celebrando iniciações onde matam crianças ou realizam mistérios ocultos:negando a presença do outro e reduzindo a pessoa a coisa, se destrói todo valor na sociedade humana criando desordem e confusão, procedendo cruelmente para o desastre.

Mas o homem pertence a Deus.

Sab 15 vv1-3.: Quarta reflexão,

Esta história feita pelos homens, portanto história idolátrica, na qual estão todas as consequências trágicas da idolatria, é apesar de tudo, história redentora, porque o Senhor entrecortou e cruzou, tornando-a instrumento da sua obra de salvação.

Os amantes do mal

Sap 15, 6.: Quinta reflexão:Amantes do mal e dignos desemelhantes esperanças são aqueles que fazem, desejam e veneram os ídolos:extrema consequência da idolatria é o amor pelo mal, experimentado não somente como consequência inevitável pelas próprias escolhas, mas mal como verdadeiro conteúdo essencial do próprio ser e único objetivo procurado.

O máximo da estupidez: escolher a morte em vez da vida

Sexta e última reflexão, vv. 14-17: O máximo da estupidez é a idolatria, considerada como o único modo possível de existir. No fim das contas esta divinização das coisas, é o máximo da estupidez, é uma escolha de morte, se torna critério único, absoluto e definitivo em base ao qual se interpreta tudo.

Vincenza

Minhas irmãs caríssimas, a luz de Deus resplandece na nossa alma e sobre toda a humanidade. Quantos problemas humanos, quantos problemas terrenos que fazem vir uma grande sede da fonte da vida e lançam dentro da nossa alma e da humanidade, para que se libertem do orgulho, do egoísmo... Quantos sofrimentos do espírito, quantas dores de almas aprisionadas nas trevas. Deus dá à nossa natureza as suas virtudes humanas: prudência, justiça, fortaleza, temperança, fundamento para a vida humana, fundamento do viver humano. Mas o orgulho do nosso espírito o obscurece, as enfraquece e o egoísmo continua a sua ruína. Assim as nossas virtudes humanas não têm mais vitalidade perfeita e a alma se debate entre o bem que queria e o mal que opera. Em todo espírito humano vacila a perfeição humana em uma contínua discórdia sem a suave paz de Deus. E o homem não entende, ou dificilmente dá atenção, a sua impotência de alcançar a perfeição humana. Castigo do seu orgulho. Não pede nada a Deus. Crê que sozinho pode ser justo, prudente, forte, sóbrio. Grande ilusão! Ele diz que precisa andar pelo caminho da justiça e de todas as outras belas qualidades e virtudes humanas. Propõe de andarmos e não se apercebe que lhe falta o poder porque confia tudo em si mesmo e, no entanto, a alma vacila, sempre em perigo de ruína. Isto acontece nas próprias almas e na sociedade. Só Deus pode vir em socorro. Só Deus pode dar valor e aperfeiçoar, com a sua graça, as nossas virtudes humanas. É a Ele que precisa humildemente pedir luz e graça, para que as virtudes se reforcem e as obras revelem o relacionamento filial entre o homem e Deus, para que deste modo a vida seja verdadeiramente caridade fraterna (CdA II, 54-55).

[FF 48]

E estamos firmemente convictos de que não pertencem a nós a não ser os vícios e os pecados. E antes regozijar-se quando somos expostos a diversas provas, e quando suportamos sejam quais forem as angústias ou aflições de alma ou de corpo neste mundo em vista da vida eterna. Portanto, todos nós frades tenhamos cuidado de toda soberba e vã glória; e defendamo-nos da sabedoria deste mundo e da prudência da carne. O espírito da carne, de fato, quer e se preocupa muito de possuir palavras, mas pouco realiza, e não busca a religiosidade e a santidade interior do espírito, mas quer e deseja ter uma religiosidade e uma santidade exterior que se iguala aos homens. É destes que o Senhor diz: “Em verdade vos digo, já receberam a sua recompensa”. O espírito do Senhor ao contrário quer que a carne seja mortificada e desprezada, vil e abjeta, e busque a humildade e a paciência e a pura e simples e verdadeira paz do espírito; e sempre deseje, sobretudo, o divino temor e a divina sabedoria e o divino amor do Pai e do Filho e do Espírito Santo.



Para refletir:

-Advirto em mim a pena da ansiedade quando coloco no lugar de Deus os bens deste mundo?

-Quero ver os frutos exteriores ou me alegro pelos frutos do Espírito?

-Estou em grau de agradecer aoSenhor também pelo mal que me aflige?

-Eu sempre vejo a pedagogia de Deus também nas difíceis situações pesadas de prova?

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