sexta-feira, 9 de março de 2012

Estudo - Sexênio - Texto 3

3. A CARIDADE
“Irmãos, pela misericórdia de Deus, peço que ofereçais os vossos corpos com sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Rm 12,1).
   Caríssimas,
sentimos a urgência de uma reflexão contínua sobre a caridade fraterna, porque é a expressão máxima da nossa fé e aquele sinal visível, compreensível por tudo que caracteriza quem é chamado a seguir e servir Jesus Cristo.
Pelos nossos tantos limites e por tantas debilidades, pelo egoísmo, pelas angulosidades  dos nossos caracteres ou pela falta de educação para saber-nos querer bem, caminhando juntos como uma única família, nos descobrimos cotidianamente para constatar as tantas quedas, os desinteresses e as superficialidades.
O pensamento corre rápido, as nossas famílias, aquela natural e aquela espiritual, os irmãos que conhecemos e com os quais entrelaçamos múltiplas relações, a quantos encontramos cada dia e nos fazem tantas interrogações.
Se, entramos em discussão continuamente com nós mesmos e procuramos as motivações somente humanas para amar não sairemos de uma série de argumentos profundos aos quais permanece sempre o nosso eu pronto a justificar-se e a ter razão.
A Regra no art. 13 nos indica uma estrada luminosa, fascinante e liberal: “Como o Pai vê em cada homem as fisionomias de seu Filho, primogênito em uma multidão de irmãos, os franciscanos seculares acolhem todos os homens com ânimo humilde e cortês, como dom do Senhor e imagem de Cristo”.
O nosso modelo é o Pai que vê cada homem, sem nenhuma distinção, Jesus, seu Filho.
Ele encarnando-se no seio da Virgem Maria, partilhando a existência terrena dos homens, sofrendo por nós a paixão e morte de cruz, imprimiu as suas feições em cada pessoa e se fez Ele mesmo caminho e exemplo.
Na nossa vida de cada dia a vocação para a secularidade consagrada deve encontrar nestas verdades a força para manifestar-se; para compreender o verdadeiro amor, devemos viver em profunda concentração dentro destes mistérios.
A Regra nos oferece ainda, indicações para viver, este árduo projeto de vida, indicando-nos algumas modalidades: “com ânimo humilde e cortês” devemos acolher...
Cada irmão, então, é dom do Pai e imagem de Jesus e deve encontrar em nós sentimentos de humildade e cortesia, capacidade de atenção, de escuta, de compreensão ao mesmo tempo de transparência, clareza e verdade. O lugar onde a Providência nos chama para viver deve tornar-se ambiente privilegiado, onde estas questões de caridade devem fazer-se caminho através da nossa parte de uma busca atenta de atitudes corajosas, livres de equívocos e compromissos e simultaneamente, carregadas de amor humilde e cortês.        
É muito difícil seguir uma autêntica vida evangélica; não se isolar do ambiente no qual somos colocados pela vocação e conservar sempre no coração a humildade, a cortesia na acolhida de cada irmão como dom do Pai e imagem de Jesus.
Certamente não é fácil tudo isto no interior dos nossos grupos, onde a caridade, que sem dúvida nos move no referir-nos uma a outra, todavia nem sempre se exprime com atitudes concretas que tem o sabor da humildade e da cortesia. Com freqüência temos tarefa para anos de atitudes rígidas, incapazes de abrir-se para um amor mais generoso, que não dão á irmã a possibilidade de retornar-se sem dificuldade, ou de se re-inserir-se se vive um pouco “ás margens” da vida de família.
Então, irmãs, sintamo-nos “a postos!”
Todas temos necessidade de redescobrir novos modos de amar, todas podemos crescer na humildade e na gentileza dos relacionamentos fraternos em todas as direções e visando todos, todas temos necessidade de liberar-nos para qualquer coisa ainda...
A cada dia retornemos nosso caminho repetindo-nos: “Como o Pai...”. E também se nós descobrimos muitos defeitos, não desanimemo-nos. Os fracassos são freqüentemente o sinal que nós estamos nos empenhando a recomeçar novamente, quando se torna acessível aos irmãos que nos circundam, é o sinal vivo da nossa relação com a misericórdia de Deus, fonte infinita de amor, e pode ser de encorajamento a quem partilha, junto de nós, a mesma necessidade. O Senhor nos ensina a conhecer, amar, viver a nossa vocação.
Interrogamo-nos
Devemos responder de novo aquelas perguntas de base com as quais somos medidas tantas vezes:
-          Amamos verdadeiramente sem cálculos?
-          Os nossos relacionamentos fraternos são acompanhados de quais sentimentos?
-          Os nossos gestos e as expressões do nosso rosto, onde aprofundam suas raízes?
-          Que significado tem o chamado para a secularidade consagrada nesta dimensão de caridade fraterna?

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