sexta-feira, 9 de março de 2012

Estudo - Sexênio - Texto 2

2.       SECULARIDADE E CONSELHO EVANGÉLICO NO MAGISTÉRIO

V.C. 18 – “Os conselhos evangélicos, pelos quais, Cristo convida alguns a partilharem a sua experiência de pessoa virgem, pobre e obediente, requerem e manifestam, em quem acolhe o convite, o desejo explícito de conformação total com ele. Vivendo “na obediência, sem nada de seu e na castidade”, os consagrados professam que Jesus é o modelo no qual toda a virtude alcança a perfeição. Na verdade, a sua forma de vida casta, pobre e obediente apresenta-se como a maneira mais radical de viver o Evangelho sobre esta terra, um modo – pode-se dizer – divino, porque abraçado por ele, Homem-Deus, como expressão da sua relação de Filho Unigênito com o Pai e com o Espírito Santo. Este é o motivo por que, na tradição cristã, sempre se falou da objetiva excelência da vida consagrada”.
Paulo VI (02/02/72) – n.12 - “Os conselhos evangélicos geralmente nas outras formas de vida consagrada, adquirem um significado de especial atualidade no tempo presente: a castidade se converte em exercício e em exemplo vivo de domínio de si e de vida no espírito, tesa ás realidades celestes, em um mundo que se dobra sob si mesmo e libera sem controle os próprios instintos; a pobreza torna-se modelo de relação que se deve ter com os bens criados e com o seu reto uso, com uma atitude que é válida, seja nos países desenvolvidos, onde a ânsia de possuir ameaça seriamente os valores evangélicos, seja nos países menos dotados, onde a vossa pobreza é sinal de solidariedade e de presença com os irmãos carentes; a obediência torna-se testemunha da humilde aceitação da mediação da Igreja e mais em geral, da sabedoria de Deus que governa o mundo através das causas secundárias; e neste momento de crise de autoridade, a vossa obediência se converte em testemunho daquilo que é a ordem cristã do universo”.
Paulo VI 20/09/72 – “Viveis uma verdadeira e própria consagração, segundo os conselhos evangélicos, mas sem a plenitude de “visibilidade” própria da consagração religiosa; visibilidade esta que é constituída não só pelos votos públicos, mas também por uma vida comunitária mais íntima e pelo “sinal” do hábito religioso. A vossa é uma forma de consagração nova e original, sugerida pelo Espírito Santo, para ser vivida no âmbito das realidades temporais, e para imprimir a força dos conselhos evangélicos – ou seja, dos valores divinos e eternos – aos valores humanos e temporais.
14 “... a vossa pobreza diz ao mundo que se pode viver entre os bens temporais e se podem usar os meios da civilização e progresso sem ser escravo de nenhum deles; a vossa castidade diz ao mundo que se pode amar com o desinteresse e a inesgotabilidade que chegam ao coração de Deus, e que é possível dedicar-se alegremente a todos, sem se ficar ligado a ninguém, dedicando-se, sobretudo, aos mais abandonados; a vossa obediência diz ao mundo que se pode ser feliz mesmo sem fazer uma cômoda escolha pessoal, mas ficando plenamente disponível à vontade de Deus, como se apresenta na vida quotidiana, pelos sinais dos tempos e pelas exigências de salvação do mundo de hoje”.
Dos discursos de João Paulo II (1980) - “As pessoas consagradas que abraçam os conselhos evangélicos, recebem uma nova e especial consagração que, sem ser sacramental, as obriga a criar propriamente no celibato, na pobreza e na obediência, a forma de vida praticada pessoalmente por Jesus, e por Ele proposta aos discípulos. Assim sendo, estas diversas categorias, manifestações do único mistério de Cristo, os leigos têm como característica peculiar, também senão exclusiva, a secularidade, os pastores, a ministeriabilidade, os consagrados, a especial conformação a Cristo, virgem, pobre, obediente.
Enquanto membros de um Instituto Secular, vós quereis ser alguém pelo radicalismo do vosso empenho em seguir os conselhos evangélicos de uma maneira tal que, não somente ela não muda a vossa condição – vós sois e permanecem leigos – mas que a reforça, no sentido que o vosso estado secular seja consagrado, seja mais exigente, e que o empenho no mundo e pelo mundo, exigido para este estado secular, seja permanente e fiel.”
João Paulo II (26/08/88) – “...mas tendes também acolhido a mensagem conexa com tal dignidade: aquele empenho pela santidade, pela perfeição da caridade; aquela de corresponder à vocação dos conselhos evangélicos, nos quais se efetua uma doação de si para Deus e para Cristo, com coração indiviso e com pleno abandono à vontade e a guia do Espírito. Tal empenho vós o efetua não vos separando do mundo, mas de dentro das complexas realidades do trabalho, da cultura, das profissões, dos serviços sociais da toda espécie. Isto significa que as vossas atividades profissionais e as condições de partilhas com os outros leigos e dos cuidados terrenos serão o campo de prova, de desafio, a cruz, mas também o apelo, a missão e o momento de graça e de comunhão com Cristo, no qual se constrói e se desenvolve a vossa espiritualidade.”
“a vida cotidiana dos consagrados e das consagradas diz o Santo padre (02/02/02) na jornada pela vida consagrada torna-se luminosa pelo assíduo contato com o Senhor no silêncio e na oração, pela gratuidade de amor e de serviço especialmente pelos mais pobres, testemunha que a liberdade é fruto de ter encontrado a pérola preciosa (Mt 13,45-46), Cristo, pelo qual se está disposto a abandonar tudo, afetos e seguranças terrenas, dizendo com alegria: “Mestre te seguirei onde quer que vás (Lc 9, 57). Eis o percurso de tantos consagrados e consagradas em muitas partes da terra, que alcançaram também até o dom supremo da vida, com o martírio. Em tal profunda relação de amor por Cristo e do caminho espiritual sob as suas pegadas está contida toda esperança de futuro pela vida consagrada que requer um empenho pessoal, consciente, voluntário, livre, amoroso visando a santidade”.
Repartir de Cristo n.13 – “Os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, vividos por Cristo na plenitude da sua humanidade de Filho de Deus e abraçados por seu amor, aparecem como uma via para a realização plena da pessoa em oposição á desumanização, um poderoso antídoto para a corrupção do espírito, da vida e da cultura; proclamam a liberdade dos filhos de Deus e a alegria de viver segundo as bem-aventuranças evangélicas.”
R.C. n. 20 – “O chamado a reencontrar as próprias raízes na espiritualidade abre caminho ao futuro. Trata-se, em primeiro lugar, de viver em plenitude a teologia dos conselhos evangélicos a partir do modelo de vida trinitário, de acordo com os ensinamentos de Vita Consecrata, com uma nova oportunidade de confrontar-se com as fontes dos próprios carismas e dos próprios textos constitucionais, sempre abertos a novas e mais comprometedoras interpretações.”
Interrogamo-nos:
- Que coisa podemos dizer sobre os conselhos evangélicos no mundo de hoje?
- Como devemos relatar a respeito dos desafios do novo milênio?
- Posso dizer, de verdade, conhecer o documento “Vita Consecrata”?
“Antes de formar-te no seio materno, te conhecia, antes que tu nascesses, eu te consagrei; te constitui profeta das nações” (Jr 11,5). A nossa resposta se traduz concretamente...

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