sexta-feira, 4 de maio de 2018

Encontros mensais de da PFF - 2018

Introdução:

“Adora, Ama, vive na dulcíssima Trindade que habita no céu do teu coração”.

            O tema do Amor é objeto de reflexão, estudo e oração de toda atividade formativa para o ano de 2017/2018: os dias de Encontros devem ser momentos de síntese e olhar juntos na dimensão “amorosa” da nossa vida ou, para dizê-la com palavras do Evangelho, sobre a qualidade do nosso ser sal, fermento e luz no interno da nossa consagração secular.

            Amar (...) é a fadiga de uma vida inteira. É o mais belo dever que nos seja pedido desenvolver. É - o sabemos bem – o primeiro e maior mandamento, mas com frequência vivemos como desmemoriados, como se isto fosse um subentendido banal: o sabem todos, mas nenhum o pratica a sério! (...) Contudo é justamente o amor que define a pessoa em relação, é justamente o amora identidade de Deus, é justamente o amor o fundamento da Trindade! Somos felizes plenamente somente quando estamos realmente enamorados, apaixonados por alguma coisa, por alguém. O sabemos. Mas fazemos de conta que não sabemos. Conhecemos de cor a primeira carta da João e a citamos com frequência, mas quanto, de que modo e até a que ponto deixamos que esta verdade permeie a nossa existência? De verdade, é verdadeiro (!): quem não ama, não conhece a Deus e está morto! Então? Isto escancara um segundo e apaixonante desafio diante de nós: o cuidado com as relações, todas as relações, aquela com a Trindade que habita em mim, aquela comigo mesmo, aquela com as irmãs, aquela com as coisas, o tempo, o trabalho, a cidade secular, o criado. Um desafio e uma possibilidade enorme, mas não impossível de que somos habilitados a viver em plenitude; diante a tudo isto não nos resta senão reconhecer a nossa necessidade de cura. Temos necessidade de aprender a amar e de que alguém finalmente nos ensine a via do amor evangélico; temos necessidade de aprender a nos perdoar e a reconciliar aquilo que está dividido em nós e entre nós; temos necessidade, em somente uma palavra, de formação constante, séria e permanente, (...) Maravilhosa é a meta: aprender a amar Como Ele nos amou. Não se pode ignorar este 2º percurso da revitalização se queremos de verdade  desenhar de novo um futuro para o nosso Instituto.

(Da relação da Assembléia Central 2015)

Obviamente dizer: “AMA” chama em causa as nossas relações humanas, ad intra e ad extra do Instituto, e a nossa contemporânea capacidade de ousar o futuro.

Meditar e rezar sobre um “amor que se leva a cura das relações curando-as”, implica o desejo de reler até o moto clássico que deu origem ao nosso carisma, atualizando-o: “Viver a união com Deus na cela da alma no meio aos homens deste mundo”.  Está bem perguntar-se quais são as implicações desta frase assim tão cara ao Instituto, uma vez lida e vivida na ótica do amar evangélico. Mas está bem colocar-se súbito as perguntas de fundo.

São João nos lembra continuamente que não podemos dizer amar a Deus se depois ignoramos, desprezamos ou ... odiamos o irmão/a irmã que os nossos olhos de carne vêm. A forma mais alta e mais essencial do amor evangélico é a intimidade amorosa com o Deus trinitário que tem a sua nova prova existencial no “gastar-se” para “as viúvas, os órfãos e os estrangeiros” de todo tempo. No seu tempo, Francisco e Clara reconheceram nos leprosos os mais pobres entre os pobres. A nós cabe o desafio de reconhecer e permanecer ao lado daqueles que, empobrecidos, a Providência coloca no nosso caminho.

A intimidade amorosa não é intimismo ou pior ainda “espiritualismo devocional” que se nutre apenas de formulas, retiros repetidos cansativos, correr atrás de revelações privadas como se fossem o Quinto evangelho ... mas um real envolvimento pessoal com todo tipo de “periferia” existencial que nos chama para servir e para amar os “descartados” do sistema iníquo da sociedade ocidental pós-moderna. Os nossos grupos testemunham esta paixão? 

A primeira carta de João insiste muitíssimo sobre o valor da “comunhão” real, concreta, vitalmente e espiritualmente partilhada. A fraternidade, as “sororitas”, a comunhão fraterna, o estimar-se e o querer bem são o grito que percorre todas as cartas de Vincenza ao Instituto: este é o sinal mais evidente que a partilha e o ser “todas por uma e uma por todas” não é opcional, uma oportunidade, mas a chave preciosa para entrar e permanecer no amor que Deus derramou no nosso coração. Contar a vida, narrar umas às outras as fadigas e as alegrias da pertença ao Instituto, ocupam a melhor parte dos nossos encontros fraternos?

“A Secularidade essencial” de que nos fala Vincenza não se traduz na prática individualista do nosso agir e operar, onde a “sororitas” é apenas um opcional, a Fraternidade, o Grupo e o Conselho Central evitar ou olhar com suspeita ou medo. Ser consagradas seculares não significa “faço aquilo que quero, como e quando quero” independente da ligação que me une à minha realidade local. Consagrar-se a Deus e aos irmãos é tomar cuidado, não fechar-se no próprio individualismo referencial e para acrescentar ... “julgador e murmurador”. Estamos certos de ter ideias claras a propósito e de viver o nosso senso de pertença ao Instituto e à Igreja com o coração de Vincenza?

Deus nos amou por primeiro e é maior do que o nosso coração. Este conhecimento é o motor sempre aceso da nossa urgência de percorrer a estrada da história ... “O amor de Cristo nos impele” ... Evangelizar, testemunhar com o exemplo da vida, colaborando com a Igreja local, ter no coração o próprio percurso de fé e partilha-lo, são os traços peculiares de uma autêntica consagração secular e eclesial. Como podemos melhorar e melhorar-nos?

“Evangelizar é uma urgência do amor” nos lembra Vincenza: Sentimo-nos de verdade dentro de uma adulta relação de amor com Deus Trindade para amar “no” mundo, o mundo? Sentimo-nos “empenhadas” a viver a nossa autoformação ao amor evangélico deixando-nos guiar por pessoas sábias e voltadas para Deus? (Sacramento da reconciliação e acompanhamento espiritual constante?).

“Permanecei em mim e eu em vós... sem mim nada podeis fazer.” Escolher isto “estar em” é o desafio e o risco maior porque implica confiança absoluta. Abrir-se ao inédito e ao novo de relações deveras HUMANAS, inaugura uma nova estação cultural, contribui para permanecer atentos à voz do Espírito, garante a serenidade e a imprevisibilidade de uma autêntica escolha de vida secular. Quem prefere o “status quo” à imprevisibilidade do Deus que vem e que faz sempre coisas novas para nós, é já “atormentado”, e não de certo a sentinela que perscruta o horizonte!

O amor, o amar, implica sempre um risco e um desafio: somos capazes de “ousar” o inédito, o novo, ou preferimos fazer e repetir aquilo que temos feito sempre e, no mesmo modo? Com frequência não “temos a liberdade interior” nem mesmo de mudar o modo e os tempos dos encontros mensais ou o esquema da jornada fraterna, em muitos casos nem mesmo se celebra separadamente; estamos seguros nesta estrada justa para responder ao apelo do amor de Deus, hoje?

                                               Frei Marino

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