5 É esta a
mensagem que ouvimos d’Ele e que agora vos anunciamos: Deus é luz e n’Ele não
há trevas. 6Se dizemos que estamos em comunhão com Deus e caminhamos
nas trevas, mentimos e não praticamos a Verdade. 7 Mas, se
caminhamos na luz, como Deus está na luz, estamos em comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus, o Filho de Deus, purifica-nos de todo o pecado. 8Se
dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está
em nós. 9Se reconhecermos os nossos pecados, Deus que é fiel e justo
perdoará os nossos pecados e nos purificará de toda a injustiça. 10
Se dissermos que nunca pecamos, afirmamos que Deus é mentiroso, e a Sua palavra
não está em nós.
2
.1 Meus filhinhos, escrevo-vos estas coisas para que não pequeis.
Entretanto, se alguém pecou, temos um advogado junto do Pai: Jesus Cristo, o
justo. 2Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados; e não só os
nossos, mas também os pecados do mundo inteiro.3 Para sabermos se
conhecemos a Deus, basta ver se cumprimos os Seus mandamentos. 4Quem
diz que conhece a Deus, mas não cumpre Seus mandamentos, é um mentiroso, e a
verdade não está nele. Por outro lado, o amor de Deus realiza-se de fato em
quem observa a Palavra de Deus. É assim que reconhecemos que estamos com Ele: 6
quem diz que está com Deus deve comportar-se como Jesus Se comportou. (1Jo 1,5
- 2,6).
Mensagem
que ouvimos de João – Ele se refere à experiência do Discípulo amado chamado a
uma íntima participação dos mistérios do Salvador (Jo 13,25)? Esta perícope
certamente fala de um “retorno ao
coração”, aquele lugar de escuta interior onde jorram as águas prometidas por Jesus no
último dia da festa das cabanas (Jo 7,39). Águas interiores (vivas) que fluirão
do Espírito, águas que correm lentamente como as "águas de Siloé":
pacientemente (ver Is 8,6).
Na pintura, vemos um jovem sacerdote fulvo, como o rei-pastor
David, que se aproxima da cabana de um orto (Getsemani talvez): um casebre
humilde perto de uma lagoa, que também lembra a choupana de Francisco em
Rivotorto. A porta é bloqueada por plantas selvagens: a arvore, o coentro, o
cominho, a erva selvagem (ver Mt 23,23). O rei está na porta e bate, pousa os
pés descalços sobre as últimas maçãs caídas nas noites geladas do Advento. Em
sua mão segura uma lâmpada decorada com estrelas e seu brilho se reflete no
hábito do sacerdote; O rosto também está iluminado, mas esta segunda luz não
vem da lâmpada, ela se irradia de dentro. À sua chegada, a noite faz-se clara,
as estrelas exultam em seu posto de guarda (ver Gb 38,7) e o amanhecer é
anunciado sobre os juncos da lagoa (ver Ml 14,30). Ele bate. Convida para sair.
É preciso liberar a porta dos arbustos espinhosos...
a. Deus é luz, Nele não há trevas (Jo 1,5)
Na passagem da carta de João, portanto,
ao tema da luz segue o da purificação do pecado e das falsas observâncias
(1Jo1,8). Como em um caminho consecutivo, da revelação vemos:
✓ 1Jo 1,5: “A
mensagem que dele ouvimos e vos anunciamos é esta: Deus é luz e nele não há
trevas.
✓ 1Jo
1,6-7: Comunhão, o descobrir-se ao lado dos irmãos.
✓1Jo
1.8-2.2: O conhecimento de Jesus como Aquele é:
¡ Perdoa (1Jo 1,9)
¡ Purifica (1Jo 1,9)
¡ Consola (1Jo 2.1)
✓ 1Jo
2,3-6: critério para conhecer Jesus: as escrituras e seus mandamentos, onde os
sentimentos de Cristo são revelados (2,6). Estudo atento que ilumina o
discípulo, até que sua luz divina brilhe não só para irradiar seu rosto mas
também o irmão.
a) Se caminhamos na luz estamos em comunhão uns com os outros
1Jo 1,6-7
“Se dissermos que estamos em comunhão com Ele mas
caminhamos nas trevas, estamos mentindo e não praticamos a verdade. Mas se
caminhamos na luz, como ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado”. través
de um caminho de sinceridade e pureza, descobre-se em comunhão um com o outro,
mas acima de tudo a caminho para o outro
(1,6) e esta comunhão torna-se um sacramento. Querendo parafrasear o texto com
as palavras do Papa Francisco, diríamos: "Quando
vivemos a mística de aproximar-nos dos outros com intenção de buscar o bem
dele, alargamos a nossa interioridade para receber os mais belos presentes do
Senhor. Toda vez que nos encontramos com um ser humano no amor, nos colocamos
na condição de descobrir algo novo sobre Deus. Cada vez que abrimos os olhos
para reconhecer o outro a fé é mais iluminada para reconhecer a Deus”(EG 282).
Para o autor da Carta, o anuncio da luz se transforma imediatamente no
mistério de comunhão, mistério eucarístico no qual se torna eficaz o Sacramento
do altar.
b) Temos um Paráclito junto do Pai: Jesus Cristo, o Justo ( 1Jo
2,1)
Raiz e fundamento desta caminhada
juntos, parece ser para João o enraizamento em Cristo e em sua cruz, que é
descoberta da verdade sobre nós mesmos: descobrir-se amados e procurados por
Deus. Jesus Cristo justo e consolador,
revela-se como a luz que nos conduz para o outro, para o rosto transfigurado do
irmão, rosto que um dia conheceremos em plenitude, em suas transparências
angélicas, mas que nos é revelado apenas em figuras.
c)
Quem permanece em Deus, deve viver como Jesus viveu (1Jo 2,6)
Como aprender a viver nesta luz?
“Observando seus mandamentos” diz a Carta de João 2,3.”Com alegria tirareis água nas fontes da salvação”(Is 12,3).
Tomando o ensinamento rabínico da “Palavra
como luz e lâmpada para o caminho”(Sl 118,105), o autor da Carta propõe aos
seus leitores que se deixem guiar por Cristo para entrar no conhecimento
amoroso dos mandamentos divinos”(2,5) que estará longe do pecado e será guia
para os outros.
Para
continuar a reflexão:
✓ Como a verdade
e a sinceridade me tornam mais sensível ao andar com os outros?
✓ Qual é a minha
experiência de Jesus, Paraclito junto do Pai?
✓ Como a
Escritura iluminou meu comportamento ou me ensinou os sentimentos de Cristo?
“Retorno ao coração”, aquele lugar de escuta interior onde jorram as águas prometidas por Jesus no último dia da festa das cabanas (Jo 7,39). Águas interiores (vivas) que fluirão do Espírito, águas que correm lentamente como as "águas de Siloé": pacientemente (ver Is 8,6).
“Retorno ao coração”, aquele lugar de escuta interior onde jorram as águas prometidas por Jesus no último dia da festa das cabanas (Jo 7,39). Águas interiores (vivas) que fluirão do Espírito, águas que correm lentamente como as "águas de Siloé": pacientemente (ver Is 8,6).
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