Para
retiro y formação.
1 – Consagração.
Leitura. Consagração é uma palavra com muitos significados. Quando
usada, é necessário saber de que consagração se está falando. Pode estar
significando:
- A ereção de um monumento, a inauguração de uma praça ou rua mediante o que se
consagra a lembrança de um determinado personagem: D.Pedro II, por exemplo.
- O reconhecimento público, depois de um esforço e dedicação muito grande, pelo
qual se conseguiu algum título, fama ou status.
- Destinar uma palavra ou expressão para significar com exclusividade determinado
conceito, ou coisa. Igreja Católica apostólica romana, por exemplo.
- Dedicar-se com totalidade ao serviço de uma entidade de caráter religioso,
político ou de natureza humanitária,
científica, artística etc.
- Consagração das virgens. Prática religiosa que vem da primitiva Igreja de as
moças consagrarem sua virgindade a Deus, comprometendo-se com algum serviço em
favor da comunidade ou do culto. Havia desaparecido e foi restabelecido pelo
Vaticano II.
- Consagração do altar e dedicação da
Igreja. Ritual pelo qual o Senhor
bispo destina exclusivamente ao culto um Templo e o Altar que deve ser
inamovível e de pedra.
- Consagração Eucarística: Transubstanciação do pão e do vinho no corpo e sangue
de Cristo, mediante as palavras de Jesus proferidas pelo Sacerdote celebrante:
“Isto é o meu corpo” e “Este é o cálice do meu sangue”.
- Consagração pelos Conselhos
evangélicos. Atitude de um homem ou
mulher que livre e voluntariamente se entrega a Deus como propriedade sua
mediante os votos de pobreza, obediência e castidade, geralmente num Instituto
de vida consagrada religiosa ou secular.
- Consagração batismal: Consagração realizada mediante o sacramento do
Batismo pela qual o batizando se faz cristão, membro da Igreja e morada do
Espírito Santo.
- Consagração crismal: Consagração mediante o sacramento da Crisma pela
qual o cristão é reconhecido adulto na fé e assume sua função na Comunidade.
- Consagração sacerdotal, episcopal mediante o sacramento da Ordem. O cristão é ungido e
consagrado para o governo de uma diocese, ou o sacerdote como auxiliar do
Senhor Bispo, ambos a serviço do povo cristão.
- Consagração á Virgem. Absolutamente falando uma consagração se faz somente a
Deus, Ele em verdade é o Criador e Senhor de nossas vidas. O povo católico,
porém, tem o costume de consagrar-se a Nossa Senhora de forma espontânea ou solene.
A
Igreja reconhece esta prática, e oficialmente a recomenda. A Igreja, Dioceses,
Paróquias, simples Capelas são consagrados a Nossa Senhora. Maria é a mãe de
Deus, a Rainha do céu e da terra. Consagrar-se a ela tem o sentido de
consagrar-se a Deus mediante sua pessoa e ter de modo especial a sua proteção.
Consagração á Virgem: “Lembrai-vos que vos pertenço, terna mãe, senhora
nossa. O, guardai-me defendei-me, como filho e propriedade vossa”. Amém.
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Meditação. Releia o texto e verifique se entendeu o sentido e a
diferença de cada modalidade uma em relação a outra. Oração Se você já é consagrado ou está a caminho, renova seus votos
ou seu propósito de fazer de sua vida cristã uma forma de viver com radicalismo
para Deus e os irmãos. Contemplação:
Desfruta do gozo espiritual de pertencer ao Senhor, a sua Mãe Santíssima, a
Igreja, numa atitude silenciosa e
amorosa.
3 – Consagração.
Consagração lembrança do paraíso terrestre e
antecipação do paraíso celestial.
Nosso Deus Uno e Trino não é um Deus solitário.
Criou por amor e com amor. O amor é a expansão de si mesmo. Ele quer partilhar
com suas criaturas sua felicidade. Lemos no Gênesis: “façamos o ser humano a nossa
imagem e semelhança (Gn.1,26). Existir à imagem e semelhança de Deus já
é partilhar a existência. Os filhos são imagens e semelhanças de seus pais, e
Deus é nosso Criador e Pai. Mais, lemos ainda no Gênesis “ouviram depois o ruído dos
passos de Deus que passeava pelo jardim a hora da brisa” (Gn.3,8). Deus
convivia com o ser humano em seu habitat, o jardim. Nossos primeiros pais eram
companheiros, concidadãos... do Criador!
O consagrado é chamado exatamente a isso, mediante
uma vida de comunhão viver uma vida de amor, pai e filhos. Sem amor a Deus e
aos irmãos a vida consagrada não tem sentido.
Pobreza, obediência e castidade são as atitudes
máximas do amor: A renúncia aos bens materiais, aos bens corporais, aos bens
espirituais, somente tem sentido se for pelo encontro de um sentido superior
para a própria existência, um amor maior. Jesus no Evangelho nos conta duas
lindas parábolas, a dona de casa que perde uma moeda de valor e a procura, o
negociante que descobrindo uma pedra preciosa de grande valor num campo, tudo
vende para adquirir o campo.
É assim que a saudade do paraíso terrestre desperta
o desejo do paraíso celestial: uma vida de comunhão e participação com o Pai.
Pobreza: quando deixamos este mundo,
deixamos todos os bens materiais, nada levamos para o céu. Pobres, nus,
chegamos a este mundo e pobres saímos dele. Deus é toda nossa riqueza.
Castidade: Também os prazeres corporais
aqui ficam com o corpo que volta à terra donde veio. O corpo carnal é trocado
por um corpo glorioso a semelhança do corpo de Jesus depois da ressurreição.
Obediência: Aqui na terra alguém pode
dizer: “minha vida é minha vida, faço dela o que me apraz”. Lá no céu nossa
vida será Ele, n’Ele, e por Ele, sumo bem, bem total. Disse Jesus: “No
céu ninguém se casa e ninguém se dá em casamento, todos serão com os Anjos de
Deus” (Mc.12,2). Ao plagiar o Senhor, dir-se-á: “nada se compra e
nada se vende”... Deus será nossa única riqueza. Não fará a própria vontade nem
a de um outro. A vontade do Senhor será a vontade de todos, porque estaremos
todos vivendo a realidade do amor Pai filhos.
Na morte todos são consagrados. A vida consagrada
representa saudades do paraíso terrestre e antecipação do céu: viver já aqui na
terra a realidade da vida eterna.
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Meditação. Releia o texto pondo
atenção nos detalhes. Podem parecer fantasiosos, mas é isso mesmo, reflita.
Jesus disse uma vez: “Nem a todos é dado compreender estas coisas”.
Oração: Peça ao Senhor que seu
plano que fracassou no paraíso terrestre e se realizará em plenitude no céu, se
realize no dia a dia de sua vida consagrada. Agradeça ao Senhor a graça da
consagração e o louve por seus feitos maravilhosos e misteriosos.
Contemplação. Silencia o seu ser:
pensamentos, fantasias e locução. Tenta viver e gozar a realidade de pelos
votos, viver a comunhão com Deus, já aqui na terra a realidade do céu. Quando
um presente é muitíssimo precioso, se balbucia um muito obrigado e silencioso,
boquiabertos admiramos, admiramos, admiramos; nada mais.
4 – Consagração
formação e retiro
Leitura. Renovemos nossa fé: “eu creio Senhor, aumenta minha
fé”. Sem fé tudo o que segue não passará de fantasia ou alucinação.
Consagração
e vida trinitária. Há um só Deus em
três pessoas distintas: Pai e Filho e Espírito Santo. O Pai se doa totalmente
ao Filho, ele é o unigênito. O Filho se doa totalmente ao Pai. Pai e Filho se
doam ao Espírito Santo, e este ao Pai e ao Filho: três pessoas e um só Deus.
Jesus disse uma vez: “Eu e o Padre somos um;” (Jô.10,30) o
Padre poderia dizer: “eu e meu Filho somos um”; ambos poderiam dizer: “nós e o
Espírito Santo somos um”. Deus não poderá dizer eu e minhas criaturas somos um,
pois são de naturezas distintas, Criador e criatura. Existe porém, uma
misteriosas atração entre Deus e o ser humano, simplesmente porque Deus-amor
criou por amor, para amar e ser amado e quis por isso mesmo estar com suas
criaturas, segundo disse Jesus: “Si alguém me ama guardará as
minhas palavras, e meu Pai o amará. Então viremos a ele e nele faremos
nossa morada.. (Jo.14,23) e recebem a doação que estas fazem de si
mesmas: o homem Jesus se entrega totalmente ao Pai: “Pai, faça-se não a
minha mas a tua vontade.” (Lc.22,42). Maria sua mãe, igualmente: “Eu
sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade” Lc1,38).
O
ser humano sendo amado tem necessidade de responder com amor. Amor com amor se
paga. Pode até equivocar-se quanto a pessoa de seu Deus ou quanto a maneira de
amá-lo, porém essa necessidade é um traço presente em todo ser humano
desde os primórdios. O amor cria laços de pertença mutua, entre os seres
humanos, na Trindade, e entre o Criador e a criatura. O Verbo, IIª pessoa
da Santíssima Trindade, assumiu a natureza humana, se fez homem e o homem
então participa por graça da natureza divina, pela presença de Deus nele:
“Não sabeis que sois templo de Deus e os espírito santo habita em vós”
(1Cor. 3,16). Jesus ora “...para que sejam um, como nós somos um:
eu neles e tu em mim. Assim
alcançarão a perfeição na unidade” (Jô 17, 22-23). Tudo isso é um
grande mistério que podemos adorar, não, porém, compreender.
Consagração
tem sentido de pertença. A Trindade vive uma consagração mútua, total. O
cristão na sua condição de criatura participa misteriosamente nessa consagração,
em força de seu batismo. O consagrado é chamado a participar de modo mais
profundo e radical, puramente por graça, isto é, por iniciativa e concessão do
Senhor. Podem ser aplicadas ao povo cristão as palavras do Senhor ao povo de
Israel: “Terei minha morada entre vocês já não os olharei mal. Passearei
no meio de vocês e serei o seu Deus enquanto vocês serão o meu povo” (Lev. 26,
11-12)
A vida
consagrada, religiosa ou secular, é radicalização do Batismo, um aprofundar o
sentido da vida cristã. Por isso mesmo tem que ser um testemunho forte de vida
crista para os demais cristãos.
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Meditação.
Releia com calma este texto. Se tiver
alguma dúvida que a fraternidade não possa aclarar, me passe um e-mail e
responderei com prazer, ao menos para explicar o quê quis dizer. Oração.
Deixa que a oração flua de seu coração, espontânea, feliz, ardorosa, amorosa, a
luz de tão grande mistério. Contemplação: Sugiro que frente ao Sacrário
permaneça o tempo que te pareça, em silencio, olhando admirado para Aquele que
tanto nos ama, encerrado ali; a grandeza de seu amor, testemunha do amor
do nosso Deus e Pai-criador, e do Espírito Santo, hóspede em nosso coração.
Frei Antoninho.
5 –
Fundamentos bíblicos.
Formação e retiro
A vida
cristã, e evidentemente a vida consagrada se fundamentam nas Sagradas
Escrituras, Antigo e Novo Testamento. Quê se encontra na Bíblia sobre uma vida
consagrada? Encontramos uma insistente reciprocidade de entrega entre o Senhor
e o povo eleito: “Caminharei entre vocês: eu serei o seu Deus e vocês
serão o meu povo” (Lev.26,12.
“Direi:
tu és o meu povo” e ele me dirá “tu és o meu Deus” (Os.2,25).
Israel é
o povo eleito de Deus dentre todos os povos da terra, uma eleição de
predileção, porque Israel não era um grande povo, nem existia quando o Senhor o
escolheu na pessoa de Abraão. Um povo semi-primitivo e inculto em relação aos
seus visinhos: Egito, Grécia, Roma, Pérsia... Foi escolhido porque dele
sairia o Ungido desde o Paraíso terrestre, sobre quem pesava a salvação da
humanidade. Por sua vez, o povo hebreu tinha uma forte consciência de sua
eleição e por isso mesmo fechou-se sobre si mesmo a fim de não contaminar-se
com a idolatria que tomara conta do mundo. Especialmente em seus hinos, repete:
“A ti clamo Senhor, a ti digo: Tu és meu refúgio, minha herança na terra dos
viventes (Sl.141,6).
Ainda que
tenham mal entendido o sentido da missão messiânica, Israel estava muito
consciente de seu destino e missão. Suas jovens consideravam uma maldição o não
poder casar-se, pois o matrimonio lhes dava a oportunidade de aproximação com o
Messias. Deus escolheu entre elas aquela que optou pela vida solteira por não
considerar-se digna de tão grande privilégio.
O profeta
Oséas desenvolve muito bem em seu livro esta relação de mutua pertença entre
Deus e o povo de Israel comparando-a á mútua pertença matrimonial: “Eu te
desposarei para sempre; desposar-te-ei na justiça y no direito, com amor
e compaixão; te desposarei na fidelidade e tu conhecerás o Senhor.
(Os.2,21-22).
O
matrimonio implica uma pertença mutua que os casados significam muito bem
quando dizem: “minha senhora” ou “meu marido”. Marido e mulher
chamam-se também esposos. Esposar na língua latina e castelhana significa
algemar, atar-se um ao outro.
Pela
consagração esposamos a Deus, ou seja, nos atamos ao Senhor com amarras de
amor, ele a nós. Pertencemos um ao outro: “eu sou o teu Deus e tu serás o meu
povo”. Porção, quinhão, posse, pertença mutua, como Israel, povo consagrado,
povo do Senhor. Este é um mistério nunca suficientemente entendido e nem
contemplado.
O pecado
de infidelidade ao pacto de consagração é comparado na Biblia á infidelidade
matrimonial, ao pecado de adultério: “um espírito de prostituição o
(o povo de Israel) extravia, se prostituem sacudindo-se de seu Deus” (Os.
4,12).
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Meditação: leia de novo o texto, analisa, aplica á sua vida.
Meditação: leia de novo o texto, analisa, aplica á sua vida.
Oração: Conversa com Deus sobre os seus
projetos de consagração, reconheça sua debilidade, peça, agradeça, louve...
Contemplação.
Imagina sua vida como uma pessoa verdadeiramente consagrada, testemunha de vida
cristã num mundo secularizado, afastado de Deus, como se Ele não
existisse. Repita muitas vezes: “sou todo teu Senhor e tudo o que me pertence”.
Frei Antoninho.
6 – Consagração.
Formação e retiro.
Inicio
da vida consagrada. Tudo iniciou com
os Padres do deserto. Eles observaram que Jesus tinha o seu modo de ser e agir.
Que tinha exigências consigo mesmo e isso mesmo pedia de seus seguidores. A
vida consagrada, por sua natureza está centrada na pessoa de Jesus, sua razão
de ser, cristocentrismo.
Os
rabinos. Cada um tinha a sua
escola. O jovem escolhia a quem queria seguir. Deixava sua família e
passava a viver em comunidade com outros jovens na casa do rabino. Sua família
pagava uma quota ao Rabino pela formação do filho que era intenssa. A
finalidade dera a observância perfeita da Lei de Moisés e as tradições.
(Atos 22,3-4). Os jovens se encarregavam de todo o serviço da casa. Quando
saiam com o mestre, seguiam sempre um passo atrás do mesmo. Disso a forma
de convidar alguém a entrar para sua escola: “Siga-me” ou “permaneça
um passo atrás de mim”.
Jesus:
seguindo a praxe, Jesus convidou seus
discípulos: “sigam-me”. O uso dessa expressão significa que Jesus se
considerava um Rabino, um mestre um observante da lei. Até seus inimigos
reconheciam isso (Jô.3,2). Seus discípulos passaram a conviver com Ele e a
segui-lo um passo atrás (Mc.8,33;Mt.16,23; Lc.9,55).
Diferenças: A meta dos rabinos era a observância perfeita
da Lei. A meta de Jesus, era o espírito e a motivação que deve estar por
trás da observância. Finalidade: Rabinos, a perfeição da observância.
Alcançada a finalidade o discípulo se desliga do mestre. Jesus: é mestre
por toda a vida, o discípulo igualmente por toda a vida. Seguimento. Rabinos:
chamado individual privilegiado. Jesus: chamado a universal.
Origem
da vida consagrada religiosa: Jesus
era exigente consigo mesmo com simplicidade e naturalidade. O mesmo com seus
discípulos. Ele dá exemplo de radicalidade, de totalidade na consagração ao
Pai: renuncia os bens temporais, lhe basta o necessário. Renuncia o parentesco
familiar: sua mãe, seus irmãos; sua família é a comunidade dos seus seguidores;
renuncia a si mesmo e se oferece pela salvação da humanidade. Com sua palavra
de mestre sigam-me, institui o grupo apostólico como uma comunidade
discipular e missionária. - Jesus não fundou a vida consagrada comunitária nos
moldes de hoje, mas deixou tudo para que isso acontecesse com os Padres do
deserto e com as Ordens e congregações, mais tarde.
A vida
consagrada religiosa na diversidade dos carismas, é uma tentativa de reproduzir
o grupo apostólico no seguimento do Cristo: discipulado e missão apostólica.
Jesus na pessoa dos fundadores os mestres que deram o exemplo, caminharam
adiante.
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Meditação: releia com vagar o texto e verifique depois no
Evangelho as atitudes de Jesus - mestre e dos apóstolos - discípulos.
Oração:
Reza por todos os consagrados, pedindo ao Senhor a perseverança de todos eles
no discipulado e na missão.
Contemplação: Que tal você no discipulado de
Jesus? Segui-lo um passo atrás... por toda a vida... copiando em sua pessoa as
atitudes de Jesus... Permita-se ver assim, sentir-se assim: discípulo e
missionário.
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