1 - O primeiro compromisso é com a Pessoa Humana, que começa pela própria renovação interior. Dessa conversão do coração, surge a defesa e promoção da vida, tanto na família como na sociedade.
2 – O segundo compromisso é com a cultura (o modo
como os seres humanos nos relacionamos com a natureza, entre nós mesmos e
Deus). O cristão deve comprometer-se na promoção de uma cultura social e
política inspirada no Evangelho. Isso implica por um lado, criticar e denunciar
os valores e sistemas que escravizam a mente e a vontade do ser humano e, por
outro, criar a cultura da vida e inspirar a outros com ações exemplares.
3 – O terceiro compromisso é com a economia,
sobretudo para analisar e criticar os modelos econômicos atuais, que geram a
pobreza de milhões de pessoas. O cristão deve buscar alternativas econômicas
criativas e eficazes que tenham em conta os princípios do bem comum, a
solidariedade, a subsidiaridade, a Participação, a Igualdade e a Justiça.
4 – O quarto serviço é a política, que é uma tarefa
de serviço aos demais, através da procura do bem comum. Nenhum cristão pode
renunciar a participar na política. Neste sentido, é possível que os cristãos
possam militar em diferentes partidos, porque não todos interpretam da mesma
maneira a forma de fazer política e porque as soluções podem ser diversas. Não
obstante, o critério para participar é que o partido ou movimento preferido
tenha como fim último o bem comum, não o bem particular ou partidário. Em todo
caso, a adesão a um partido “não será nunca ideológica, mas crítica” (CDSI
573), conhecendo a realidade à luz da fé e buscando as soluções mais viáveis e
possíveis para mudar a situação para melhor.
Observação: Pareceu-me
um tópico interessante. Como devemos estar sempre procurando a melhor maneira
de viver nossa secularidade a serviço do Reino em geral, e dos irmãos
necessitados de modo particular, pensei em meus irmãos. ( Do folheto:
Participação do cristão na vida pública distribuído pela Pastoral Social
Arquidiocesana de Assunção, Py).
Consagração.
1 – um termo
polivalente.
Leitura: O termo consagração pode ter muitos
sentidos. Quando o empregamos é necessário saber de que consagração se está
falando. Vejamos:
- Pode estar significando exaltação de um
personagem, com a inauguração de uma praça, de um monumento ou outra coisa.
- Dedicação com eficácia e ardor a uma causa
geralmente humanitária, educação, saúde...
- Destinar a uma palavra ou expressão para
significar com exclusividade determinado conceito. Por exemplo: Igreja
Católica.
- Dedicar-se com totalidade ao serviço de uma
associação, movimento religioso ou político, com ou sem uma investidura.
- Consagração a Nossa Senhora, colocar-se sob a
proteção de Maria se comprometendo com algumas obrigações: práticas de piedade,
prestação de serviço á comunidade...
- Consagração das virgens: Prática muito antiga de
as moças consagrarem a Deus sua virgindade e colocar-se a disposição para algum
serviço á Igreja.
- Consagração e dedicação de um Templo destinando-o
exclusivamente ao culto divino. Consagra-se também o altar que deve ser de
pedra e inamovível.
- Consagração eucarística: transubstanciação do pão
e do vinho no corpo e sangue de Jesus, segundo suas palavras: “isto é meu
corpo” e “este é o cálice do meu sangue”, proferidas pelo sacerdote presidente
da celebração.
- Consagração de pessoas pelos Conselhos
evangélicos: Um homem ou uma mulher depois de uma devida preparação se entrega
a Deus, sumo bem, como propriedade sua, mediante os votos de obediência pobreza
e castidade: renúncia de si mesmo, renúncia da família, e renúncia dos bens
materiais.
- Consagração sacerdotal e episcopal mediante o
sacramento da Ordem pelo qual se coloca a serviço da Comunidade dos fiéis (Igreja).
Somente a Deus tem sentido o ser humano entregar-se
em propriedade, pois em
verdade Ele é o Criador e Senhor de tudo. Essa entrega tem um
sentido de culto. A entrega de si a qualquer outra coisa se configura uma
idolatria. Por ex: pacto diabólico... escravatura...
Consagração à Virgem em suas múltiplas formas é muito
conhecida e praticada na Igreja, pessoas, cidades, países, o mundo são
consagrados a Maria. Esta consagração tem sentido já que Maria é rainha do céu
e da terra, a quem o Senhor nos entregou como filhos. Consagrar tem o sentido
de entregar-se em propriedade.
São muitas as fórmulas empregadas. Uma muito antiga:
“Lembrai-vos que vos pertenço, terna mãe
senhora nossa; ó guardai-me e defendei-me, como filho e propriedade vossa”.
Nota: - Cada Instituto religioso ou secular tem a
sua fórmula própria de consagração, de acordo com o próprio carisma.
Meditação: Releia e analise até distinguir bem as
diversas modalidades de consagração e perceber a radicalidade dos conselhos
evangélicos.
Oração: Renove a sua consagração, agora com conhecimento mais profundo do que significa. Contemplação: Goza da felicidade de pertencer ao Senhor, à sua Mãe Santíssima, a serviço da Igreja, em uma atitude silenciosa e amorosa, frente ao Santíssimo, ao crucificado ou a um quadro da Virgem.
Oração: Renove a sua consagração, agora com conhecimento mais profundo do que significa. Contemplação: Goza da felicidade de pertencer ao Senhor, à sua Mãe Santíssima, a serviço da Igreja, em uma atitude silenciosa e amorosa, frente ao Santíssimo, ao crucificado ou a um quadro da Virgem.
2- Leitura.
Consagrar significa “tornar sagrada uma pessoa ou
coisa, separá-las para o culto e/ou para Deus”. “Entregar-se uma pessoa por
voto, ou seja, pelos conselhos evangélicos ao Senhor, de modo exclusivo e
definitivo.”
Aclarando: Pela consagração uma pessoa ou coisa se
torna pessoa ou coisa sagrada, algo se acresce ao seu ser. Um desrespeito a
esta pessoa ou coisa vem a ser um sacrilégio. Externamente nada se modifica,
porém o ser desta pessoa passa a ser uma pertença divina, e tem uma finalidade
religiosa: é um culto que a Igreja, a humanidade presta ao Criador,
entregando-lhe em posse algo de seu. Os pagãos tinham o costume de entregar e
sacrificar pessoas à falsas divindades. A consagração é uma entrega e um
sacrifício de si mesmo ao Deus verdadeiro. É considerado um martírio incruento.
Tendo o consagrado o mérito dos mártires.
“Uma verdadeira consagração significa que a pessoa
faz uma promessa formal na presença da autoridade religiosa, bispo, sacerdote,
confessor, Superior de um Instituto, de entregar-se livremente e totalmente a
Deus renunciando os bens materiais, os bens espirituais e a si mesmo”.
Normalmente, passa a pertencer a um Instituto religioso ou Secular, aceita
observar uma regra de vida, submeter-se a uma formação especifica, viver em uma
comunidade deixando o mundo, ou numa fraternidade, permanecendo no mundo, em
sua casa e profissão.
Concretamente: para seguir ao Cristo mais de perto,
renuncia possuir bens materiais supérfluos: sua riqueza é o Senhor; renuncia
fundar uma família de sangue, sua família será a Igreja, a humanidade; renuncia
fazer prevalecer sua vontade, sua vontade será a vontade de Deus. Isso, por
imitação de Jesus que viveu assim, e porque entende haver descoberto um
verdadeiro tesouro, pelo qual vale a pena tudo renunciar. Em verdade não foi
renúncia, foi a escolha de algo melhor.
A renúncia à constituição de uma família não é
contra o “crescei e multiplicai-vos” ordem do Criador não aos indivíduos, mas a
humanidade como tal que continua crescendo. Não é contra o indivíduo, que
livremente pode escolher casar-se ou não, consagrar-se ou não. A renúncia à
própria vontade, não significa uma negação de si, mas uma elevação de si mesmo
preferindo a vontade divina. A renúncia aos bens temporais supérfluos não só
não é contra a natureza do ser humano, ao contrario é uma qualificação do
mesmo, libertando-o de ser escravo dos próprios bens.
Requisitos. Nas Sagradas Escrituras se exigia que a
vítima oferecida a Yawhe, devia ser um animal perfeito (Lev.3,1). Os cordeiros
do Novo Testamento devem ser pessoas normalmente sadias de corpo e mente,
maduras, equilibradas espiritual e psicologicamente, como Jesus Cristo, o
Cordeiro de Deus.
A escolha da vida consagrada não é uma iniciativa
humana, é iniciativa divina. Cabe ao sujeito discernir em sua pessoa os sinais
desta escolha. Nisto pode ser ajudado por alguém já consagrado, um confessor,
um diretor espiritual.
Meditação: Releia devagar em clima de oração o texto
exposto, deixando-se iluminar pelo Espírito Santo mais que por seus
conhecimentos e experiência.
Oração. Em assunto tão importante
não se pode esquecer a advertência: “sem mim nada podeis fazer” (Jô.15,5). Peça
ao Senhor luzes, fortaleza, coragem, certo espírito de aventura, com muita
humildade e confiança.
Contemplação. Deixa seus raciocínios,
pare de pensar. Permita que o Espírito do Senhor lhe envolva. Se veja por instantes
como uma pessoa consagrada ao Senhor. Que lhe parece?
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