quarta-feira, 29 de julho de 2015

Vida Consagrada

7 – Consagração 
Os padres do deserto não foram a única vertente da vida consagrada. Ademais do grupo apostólico, existia a multidão dos seguidores de Jesus, entre os quais se enumeram setenta e dois, enviados á missão. Evidentemente que não escapava a observação deles  o como Jesus vivia, as exigências consigo mesmo e com aqueles que se propunham segui-lo, ainda que não pertencessem ao grupo dos apóstolos. Houve então pessoas que quiseram viver como Jesus e Maria.

Fala-se das filhas do apóstolo são Felipe que permaneceram solteiras e se dedicaram ao serviço do Senhor inicialmente e da comunidade em seguida. Não se falava nos votos de pobreza, obediência e castidade. Ao que se sabe se conhecia a virgindade consagrada a exemplo de Maria, a mãe de Jesus. Fala-se também de Anália, inicialmente noiva de um tal Daniel, voltando á vida pelo poder de Jesus, dedicou-se totalmente ao seu serviço, mesmo permanecendo com sua família.

Os primeiros cristãos não tinham uma visão completa dos sacramentos. Conheciam bem o Batismo pelo qual recebiam o perdão dos pecados. Na prática desconheciam a Penitencia. Porém com o tempo se deram conta de que o pecado mortal os colocava em situação muito difícil, pois o batismo se recebia uma só vez. O batismo era visto como a única tábua de salvação. A misericórdia do Senhor não teria previsto uma segunda?

Recordaram-se das palavras de Jesus: “recebam o Espírito Santo, os pecados a quem perdoarem serão perdoados e a quem não perdoarem não serão perdoados”. Naqueles tempos a prática deste sacramento era muito dura: primeiro deviam cumprir a penitencia que por vezes se estendia por toda a vida, só depois podendo receber a absolvição. Conseqüência, ou se adiava o batismo para o final da vida, ou se alguém já batizado incorresse em pecado mortal, um outro, talvez um familiar ou da mesma comunidade se oferecia para fazer a penitencia em lugar do pecador. Normalmente eram jovens. As penitencias incluíam a exclusão do matrimonio, entre outras penas. Surgiram na Igreja grupos de penitentes voluntários, a Ordem da Penitencia. As jovens eram chamadas de virgens e os rapazes ascetas. Sabe-se que são Cipriano, bispo de Cartago assistia um desses grupos em sua diocese.  

Quando pelo ano 500, são Bento instituiu a vida monacal, uma forma de fazer penitencia que substituiu o monacato no deserto passou a substituir também a chamada Ordem da Penitencia que foi desaparecendo. Esses grupos de penitentes voluntários eram verdadeiramente consagrados seculares em suas comunidades em suas famílias, em suas atividades, cujo carisma era o fazer penitencia pelos pecadores. Com o andar dos anos se tentou restabelecer esta modalidade de consagração, contudo, sem resultado. Precursoras dos atuais Institutos foram as ursulinas, que se obrigaram a se fazer monjas, em força das disposições da Igreja, na época.

Somente nos inícios do século 20, os Institutos seculares reaparecem. O primeiro deles foi a Realeza de Cristo. A Pequena família Franciscana aparece em 1929. A Pequena Família de Irmãos franciscanos, em 1992. Pio XII canonizou os Institutos Seculares de Vida consagrada com a carta apostólica “Provida Mater Ecclésia” em 1947.

Nota: esse é um resumo muito sucinto da historia dos Institutos seculares, apenas para uma primeira informação. Frei Antoninho.

8 – Consagração     -      Formação e retiro.
Leitura.   No Evangelho encontramos um fato muito interessante, os discípulos dizem a Jesus: Si tal é a condição do homem em relação á mulher, não paga a pena casar-se! Jesus lhes responde: Nem todos entendem este modo de falar senão aqueles a quem lhe seja concedido: Há eunucos que nasceram assim desde o seio materno; há outros que foram feitos tais pela maldade dos homens e há outros que se fizeram tais  por causa do reino dos céus. Quem puder entender  que entenda. (Mt.19, 10-12).

As últimas palavras de Jesus se referem àqueles que livres e voluntariamente escolheram a vida celibatária em busca da perfeição evangélica e da difusão do reino de Deus. Por isso renunciam á construção de uma família própria, renunciam a ter um esposo ou esposa, a filhos e netos... Renunciam mais: a possuir bens materiais, para viver exclusivamente para os bens do reino, renunciam mesmo a vontade própria para se submeter totalmente á vontade de Deus.

Jesus mesmo dá o exemplo: Ele renunciou a possuir riquezas e bem estar material: “O filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”(Mt.8,20; Lc9,58); renunciou a vontade própria: Pai, faça-se a tua vontade e não a minha” (Lc 22,42); renunciou ao matrimonio: Eu e o Pai somos um (Jô. 10,30); o matrimonio corresponde a uma necessidade humana, Cristo sendo um com o Pai exclui qualquer carência.

Outro exemplo é Maria, sua mãe: Quando o anjo lhe anuncia que será mãe do Messias, responde: “Como será isso, se não conheço homem”?(Lc. 11,34) Casada juridicamente com José, consagra sua virgindade no cuidado de seu filho e filho de Deus. Quando morreu Jesus foi confiada por ele aos cuidados de um sobrinho. Quando o anjo lhe revelou o mistério de sua concepção respondeu com um testemunho de inteira obediência aos desígnios de Deus: “Sou a escrava do Senhor, cumpra-se em mim segundo a sua vontade”(Lc 1, 38). Quando apresentou o Menino no Templo ofereceu com José um par de rolas, sacrifício oferecido pelos pobres.

José também é exemplo de um consagrado secular: casado com Maria, respeita a consagração de sua esposa e ele mesmo se consagra na guarda da vida de Maria e do menino que levava em seu ventre. Carpinteiro em Nazaré é testemunho de um simples homem do povo que vive do seu trabalho. Quando pensou em abandonar Maria, esclarecido pelo anjo, num testemunho de obediência, assume sua função de guarda fiel de sua esposa e de pai  adotivo de Jesus. Está aí o casto, o pobre, o obediente.

Jesus, Maria e José são exemplos de seculares consagrados á causa de Deus. Externamente igual a todos os nazarenos e nazarenas, são porem, consagrados á mais alta missão que jamais o Pai do céu confiou a um ser humano. Para isso se santificam e a essa missão se dedicam de corpo e alma: Jesus Deus e homem, o redentor e fundador da Igreja; Maria, a virgem - mãe imaculada, corredentora e mãe da Igreja; José o guarda e patrono da Igreja.

A Sagrada família é a patrona da PFIF e de fato de todos os Institutos seculares de vida consagrada, seguidores do seu modelo de vida.


Meditação: releia o texto, conferindo tudo no Evangelho. Oração: Conversa com Deus, Jesus, Maria e José sobre o mistério da vida consagrada e os seus planos de consagração. Contemplação: Voa no tempo e no espaço e visita esta família admirável. Observa silenciosa e amorosamente como vivem, como se quieren, como se ajudam... etc.


9 – Consagração. .  -   Formação e retiro.
Que diz a Igreja? Jesus afirmou: “quem vos escuta a mim escuta e quem vos despreza a mim despreza, e quem me despreza, despreza aquele que me enviou”. Este texto é importante porque o Senhor confere á Igreja o seu poder. Não somente nos casos em que está em jogo a infalibilidade, mas de maneira geral sempre que se pronuncie, oriente ou corrija mediante documentos oficiais. Com relação á vida consagrada a Igreja tem uma experiência secular e com o testemunho de tantos consagrados, mais a reflexão teológica, sua palavra adquire também uma autoridade humana de grande valor.

No documento “Lúmen Gentium” (Luz dos povos) nos diz: “O fiel cristão mediante os votos e outros vínculos similares por sua própria natureza, se obriga á pratica dos três votos se entregando totalmente a Deus sumamente amado, de modo que se ordena ao serviço de Deus e a sua glória, por um título novo e especial”.   Pelo batismo se está morto ao pecado e consagrado a Deus; porém para que se possa tirar um fruto mais ubérrimo da graça batismal, se pretende pela profissão na Igreja dos Conselhos evangélicos, livrar-se dos impedimentos que poderiam afastar do fervor da caridade e perfeição do culto divino e é consagrado intimamente ao serviço divino. A consagração será tanto mais perfeita, quanto melhor representa, por vínculos mais firmes e mais estáveis ao Cristo unido com vínculo indissolúvel á sua Igreja”. (LG.44).

O texto se apresenta com um conteúdo muito rico; simplificando: 1º - A consagração pelos votos tem suas raízes na consagração batismal, que é a consagração fundamento. 2º- A consagração pelos votos é tal por um título novo e especial; nos consagra mais intimamente e expressa mais plenamente a consagração batismal.

O documento “Perfectae Caritatis”: “Recordem em primeiro lugar os membros de qualquer Instituto que pela profissão dos conselhos evangélicos, deram uma resposta ao chamado divino, de modo que não somente estão mortos ao pecado, mas também renunciando ao mundo vivem somente para Deus. Já que entregaram toda sua vida ao seu serviço, o que constitui certamente uma peculiar consagração, que tem suas raízes na consagração do Batismo, a expressa mais plenamente. E porque esta entrega de si foi recebida pela Igreja, saibam que ficam vinculados ao serviço da mesma”(PC.5).  

Simplificando: 3º - O consagrado vive somente para Deus, é propriedade divina. 4º - Está vinculado á Igreja que recebeu sua consagração na representação do Senhor. 

Esta lição leva a que os consagrados entendam melhor a natureza de sua consagração em relação a Deus e a Igreja e possam dar-lhe o devido valor, prestar-lhes o devido serviço, admiração e gozo espiritual.

Meditação. O tema é de natureza teológica, porém não tão difícil de ser entendido. Leia mais uma vez. Se necessário pode consultar-me por internet.
Oração: Peça com fé e humildade a graça de cada dia aprofundar-se mais e mais no sentido de sua vocação, sinal de uma predileção muito grande de Deus por sua pessoa. Contemplação: Diante de algo tão grandioso e misterioso que nunca será entendo em plenitude, silencia boca e mente, e assim, simplesmente permaneça em um  silencio gozoso, humilde e grato. Fr.Antoninho.

10 – Consagração.   -    Formação e Retiro

Foi dito que o Batismo é a consagração fundamental. Sem o batismo, nenhum sacramento é sacramento, nenhuma consagração é consagração. O batismo faz do batizando membro da Igreja de Cristo, membro do corpo místico de Cristo, filho de Deus em e por Jesus Cristo, templo vivo do Espírito Santo, morada da Santíssima Trindade.
Disso vem o conceito de consagrado. O ser humano batizado é misteriosamente separado para Deus, unido a Deus, isto é, ao Santo, ao Sagrado. Essa proximidade com Deus o coloca na dinâmica da santificação, pois o Senhor diz no Livro do Levítico: Porque eu sou Jahvé o  vosso Deus, santificai-vos e sede santos porque eu sou santo” (Lev.11,44)
Conclusão 1ª: A finalidade da vida consagrada, com suas raízes no Batismo, é a perfeição da vida cristã, da vida Evangélica, em outras palavras, a santidade.

No Evangelho Jesus dá poderes extraordinários á Igreja: “Quem vos escuta a mim escuta; quem vos despreza a mim despreza; o que atem na terra será atado no céu, o que desatem na terra, será desatado no céu”. Isso significa que si a Igreja recebe os votos do consagrando é o céu, Deus, quem os recebe. Mais: a iniciativa não é do consagrando, pois a vocação e a consagração vêm de Deus. Ao homem cabe a resposta.
O já consagrado pelo batismo, é consagrado mediante os votos, por um título novo especial; igualmente o consagrado pelo batismo vinculado a Igreja, se vincula mediante os votos ao serviço da Igreja por um titulo novo e especial.

Conclusão  2º:  Outra finalidade da vida consagrada é o comprometer-se com a difusão do Reino de Deus, ou seja, com o apostolado.

O batismo contém em si todo o pluralismo da vida cristã, é como a semente da qual germinam todas as vocações características do cristianismo: no clero, no laicato na vida consagrada e no mundo secular. Cada vocação explora um filão particular; um filão que nasce do batismo, desenvolvendo as virtualidades que lhe são próprias. Nem o Clero, nem o laicato, nem a vida consagrada e a secular vive todas as possibilidades do Batismo, nenhuma por si mesma esgota a riqueza do Batismo. Todos, porém, são necessários para manifestar o que é verdadeiramente o batismo na vida da Igreja. Leigo, sacerdotes, consagrados e seculares, representam uma plenitude especifica. Na vida consagrada os votos aprofundam, especificam as virtudes da pobreza evangélica, da obediência caritativa, e da castidade solteira contidos no Batismo em gérmen. A encarnação perfeita da vocação cristã não pode realizar-se plenamente em uma só categoria de fieis, somente na Igreja universal. Assim não é difícil entender que o consagrado é tal por seu batismo e por um novo e especial titulo escolhe cultivar determinados valores da vida cristã contidos no Batismo e renuncia a cultivar outros. A vida consagrada, a consagração pelos votos é a que toca o cume de toda a graça batismal (Gutierrez. Teologia sistemática da vida religiosa, Madrid.

Meditação - Releia o texto, analise, se coloque á luz destas verdades, tire conclusões praticas. Oração. Agradeça a Deus por seu Batismo peça a graça de ser fiel á sua vocação. Contemplação: Detém-te no conceito de consagração como plenitude do Batismo e em silencio permita ao teu coração agradecer, louvar e glorificar o Senhor


11- Consagração.     -   Formação e retiro.

Que não é a vida consagrada. Nem tudo o que se afirma da vida consagrada está certo.
1º - A vida consagrada não é um estado  de perfeição no sentido de que outros estados, o matrimonial, o sacerdotal, por exemplo, o  não o sejam. No passado muitos entendiam que para santificar-se era necessário entrar para a vida religiosa ou então imitá-a. O Concilio Vaticano II declarou que o don da santidade pertence á Igreja universal. O dever da santidade não deriva da vocação á vida religiosa, mas do próprio batismo.

2º - Jesus não fundou a vida consagrada mediante os conselhos evangélicos. A vida religiosa surgiu na Igreja no século IV e a secular consagrada já no século I em circunstancias sociais eclesiais especiais. Nem os Santos Padres, nem os Padres do deserto escreveram que Jesus Cristo tenha instituído a vida consagrada.

3º -  Não é a atividade que faz o autentico consagrado. Esta idéia veio do Calvinismo no qual se acreditava que o produzir era sinal de predestinação divina. A modernidade fortaleceu esta idéia: quem produz tem valor, bom religioso é aquele que produz, mal interpretando o slogan de São Bento: “Ora et labora”. O ativismo produziu religiosos secos, vazios, desanimados funcionários público sem identidade. Pior ainda, quando identifica o ser consagrado com alguma obra.

4º - Supervalorização de estruturas que deviam ser instrumentos se tornou a própria instituição. O secundário se fez principal O que era um meio, finalidade: o homem para o sábado e não o sábado para o homem.


Que é a vida consagrada. Até o ano 312 ser cristão era optar pela possibilidade do martírio. Eram tempos heróicos de uma vida cristã fervorosa. Com o famoso edito de Milão a Igreja ganhou a liberdade. O numero de cristãos se multiplicou e o fervor inicial baixou. Sem ambiente para viver o evangelho com radicalidade muitos procuraram o deserto para aí viver a perfeição da vida cristã. Depois vieram os mosteiros, fora das cidades, silencio quase absoluto... uma modalidade de deserto.

O concilio de Trento centralizou a ênfase da vida consagrada nos três votos. Porem o projeto original da vida consagrada era viver a aliança do próprio batismo de forma radical. Essa radicalidade, essência da vida consagrada é o amor: “amor a Deus sobre todas as coisas e amor ao próximo como Deus nos amou”. Não existe lei mais importante, “viver o primado do absoluto que é Deus.

Conseqüências: 1º - A pessoa consagrada pertence a Deus por uma aliança livremente assumida: vive em Deus e para Deus. E pertence totalmente aos irmãos, servindo a Deus em suas pessoas. Todo o que faça é culto, adoração e serviço. 2º-  A vida se torna uma liturgia perene, um processo de conversão para toda a vida.
Meditação. Releia o texto, devagar, medindo as palavras.
Oração. Talvez que sua vida não seja o que se disse. É hora de orar, de pedir a Deus a graça de viver o verdadeiro sentido da vida consagrada.
Contemplação. Deixa a sua mente e coração demorar-se na pessoa de Jesus como o primeiro e perfeito consagrado.

Vida de Consagração.



                                                Para retiro y formação.
1 – Consagração.
Leitura. Consagração é uma palavra com muitos significados. Quando usada, é necessário saber de que consagração se está falando. Pode estar significando:
- A ereção de um monumento, a inauguração de uma praça ou rua mediante o que se consagra a lembrança de um determinado personagem: D.Pedro II, por exemplo.
- O reconhecimento público, depois de um esforço e dedicação muito grande, pelo qual se conseguiu algum título, fama ou status.
- Destinar uma palavra ou expressão para significar com exclusividade determinado conceito, ou coisa. Igreja Católica apostólica romana, por exemplo.
- Dedicar-se com totalidade ao serviço de uma entidade de caráter religioso, político ou  de natureza humanitária, científica, artística etc.
- Consagração das virgens. Prática religiosa que vem da primitiva Igreja de as moças consagrarem sua virgindade a Deus, comprometendo-se com algum serviço em favor da comunidade ou do culto. Havia desaparecido e foi restabelecido pelo Vaticano II.
- Consagração do altar e dedicação da Igreja. Ritual pelo qual o Senhor bispo destina exclusivamente ao culto um Templo e o Altar que deve ser inamovível e de pedra.
- Consagração Eucarística: Transubstanciação do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo, mediante as palavras de Jesus proferidas pelo Sacerdote celebrante: “Isto é o meu corpo” e “Este é o cálice do meu sangue”.
- Consagração pelos Conselhos evangélicos. Atitude de um homem ou mulher que livre e voluntariamente se entrega a Deus como propriedade sua mediante os votos de pobreza, obediência e castidade, geralmente num Instituto de vida consagrada religiosa ou secular.
- Consagração batismal: Consagração realizada mediante o sacramento do Batismo pela qual o batizando se faz cristão, membro da Igreja e morada do Espírito Santo.
- Consagração crismal: Consagração mediante o sacramento da Crisma pela qual o cristão é reconhecido adulto na fé e assume sua função na Comunidade.
- Consagração sacerdotal, episcopal mediante o sacramento da Ordem. O cristão é ungido e consagrado para o governo de uma diocese, ou o sacerdote como auxiliar do Senhor Bispo, ambos a serviço do povo cristão.
- Consagração á Virgem. Absolutamente falando uma consagração se faz somente a Deus, Ele em verdade é o Criador e Senhor de nossas vidas. O povo católico, porém, tem o costume de consagrar-se a Nossa Senhora de forma espontânea  ou solene.
A Igreja reconhece esta prática, e oficialmente a recomenda. A Igreja, Dioceses, Paróquias, simples Capelas são consagrados a Nossa Senhora. Maria é a mãe de Deus, a Rainha do céu e da terra. Consagrar-se a ela tem o sentido de consagrar-se a Deus mediante sua pessoa e ter de modo especial a sua proteção.
Consagração á Virgem: “Lembrai-vos que vos pertenço, terna mãe, senhora nossa. O, guardai-me defendei-me, como filho e propriedade vossa”. Amém.
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Meditação. Releia o texto e verifique se entendeu o sentido e a diferença de cada modalidade uma em relação a outra. Oração Se você já é consagrado ou está a caminho, renova seus votos ou seu propósito de fazer de sua vida cristã uma forma de viver com radicalismo para Deus e os irmãos. Contemplação: Desfruta do gozo espiritual de pertencer ao Senhor, a sua Mãe Santíssima, a Igreja,  numa atitude silenciosa e amorosa.
3Consagração.
Consagração lembrança do paraíso terrestre e antecipação do paraíso celestial.
Nosso Deus Uno e Trino não é um Deus solitário. Criou por amor e com amor. O amor é a expansão de si mesmo. Ele quer partilhar com suas criaturas sua felicidade. Lemos no Gênesis: “façamos o ser humano a nossa imagem e semelhança (Gn.1,26). Existir à imagem e semelhança de Deus já é partilhar a existência. Os filhos são imagens e semelhanças de seus pais, e Deus é nosso Criador e Pai. Mais, lemos ainda no Gênesis “ouviram depois o ruído dos passos de Deus que passeava pelo jardim a hora da brisa” (Gn.3,8). Deus convivia com o ser humano em seu habitat, o jardim. Nossos primeiros pais eram companheiros, concidadãos... do Criador!
O consagrado é chamado exatamente a isso, mediante uma vida de comunhão viver uma vida de amor, pai e filhos. Sem amor a Deus e aos irmãos a vida consagrada não tem sentido.
Pobreza, obediência e castidade são as atitudes máximas do amor: A renúncia aos bens materiais, aos bens corporais, aos bens espirituais, somente tem sentido se for pelo encontro de um sentido superior para a própria existência, um amor maior. Jesus no Evangelho nos conta duas lindas parábolas, a dona de casa que perde uma moeda de valor e a procura, o negociante que descobrindo uma pedra preciosa de grande valor num campo, tudo vende para adquirir o campo.
É assim que a saudade do paraíso terrestre desperta o desejo do paraíso celestial: uma vida de comunhão e participação com o Pai.
Pobreza: quando deixamos este mundo, deixamos todos os bens materiais, nada levamos para o céu. Pobres, nus, chegamos a este mundo e pobres saímos dele. Deus é toda nossa riqueza.  
Castidade: Também os prazeres corporais aqui ficam com o corpo que volta à terra donde veio. O corpo carnal é trocado por um corpo glorioso a semelhança do corpo de Jesus depois da ressurreição.
Obediência: Aqui na terra alguém pode dizer: “minha vida é minha vida, faço dela o que me apraz”. Lá no céu nossa vida será Ele, n’Ele, e por Ele, sumo bem, bem total. Disse Jesus: “No céu ninguém se casa e ninguém se dá em casamento, todos serão com os Anjos de Deus” (Mc.12,2). Ao plagiar o Senhor, dir-se-á: “nada se compra e nada se vende”... Deus será nossa única riqueza. Não fará a própria vontade nem a de um outro. A vontade do Senhor será a vontade de todos, porque estaremos todos vivendo a realidade do amor Pai filhos.
Na morte todos são consagrados. A vida consagrada representa saudades do paraíso terrestre e antecipação do céu: viver já aqui na terra a realidade da vida eterna.
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Meditação. Releia o texto pondo atenção nos detalhes. Podem parecer fantasiosos, mas é isso mesmo, reflita. Jesus disse uma vez: “Nem a todos é dado compreender estas coisas”.
Oração: Peça ao Senhor que seu plano que fracassou no paraíso terrestre e se realizará em plenitude no céu, se realize no dia a dia de sua vida consagrada. Agradeça ao Senhor a graça da consagração e o louve por seus feitos maravilhosos e misteriosos.
Contemplação. Silencia o seu ser: pensamentos, fantasias e locução. Tenta viver e gozar a realidade de pelos votos, viver a comunhão com Deus, já aqui na terra a realidade do céu. Quando um presente é muitíssimo precioso, se balbucia um muito obrigado e silencioso, boquiabertos admiramos, admiramos, admiramos; nada mais.
  
4 – Consagração                                                         formação e retiro
Leitura. Renovemos nossa fé: “eu creio Senhor, aumenta minha fé”. Sem fé tudo o que segue não passará de fantasia ou alucinação.
Consagração e vida trinitária. Há um só Deus em três pessoas distintas: Pai e Filho e Espírito Santo. O Pai se doa totalmente ao Filho, ele é o unigênito. O Filho se doa totalmente ao Pai. Pai e Filho se doam ao Espírito Santo, e este ao Pai e ao Filho: três pessoas e um só Deus.  Jesus disse uma vez: “Eu e o Padre somos um;” (Jô.10,30) o Padre poderia dizer: “eu e meu Filho somos um”; ambos poderiam dizer: “nós e o Espírito Santo somos um”. Deus não poderá dizer eu e minhas criaturas somos um, pois são de naturezas distintas, Criador e criatura. Existe porém, uma misteriosas atração entre Deus e o ser humano, simplesmente porque Deus-amor criou por amor, para amar e ser amado e quis por isso mesmo estar com suas criaturas, segundo disse Jesus:  “Si alguém me ama guardará as minhas palavras, e meu Pai o amará. Então  viremos a ele e nele faremos nossa morada.. (Jo.14,23) e recebem a doação que estas fazem de si mesmas: o homem Jesus se entrega totalmente ao Pai: “Pai, faça-se não a minha mas a tua vontade.” (Lc.22,42). Maria sua mãe, igualmente: “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua vontade” Lc1,38).
 O ser humano sendo amado tem necessidade de responder com amor. Amor com amor se paga. Pode até equivocar-se quanto a pessoa de seu Deus ou quanto a maneira de amá-lo,  porém essa necessidade é um traço presente em todo ser humano desde os primórdios. O amor cria laços de pertença mutua, entre os seres humanos, na Trindade,  e entre o Criador e a criatura. O Verbo, IIª pessoa da Santíssima Trindade, assumiu a natureza humana,  se fez homem e o homem então participa por graça da natureza divina, pela presença de Deus nele: “Não sabeis que sois templo de  Deus e os espírito santo habita em vós” (1Cor. 3,16). Jesus ora “...para que sejam um, como nós somos um: eu neles e tu em mim. Assim alcançarão a perfeição na unidade” (Jô 17, 22-23). Tudo isso é um grande mistério que podemos adorar, não, porém, compreender.

Consagração tem sentido de pertença. A Trindade vive uma consagração mútua, total. O cristão na sua condição de criatura participa misteriosamente nessa consagração, em força de seu batismo. O consagrado é chamado a participar de modo mais profundo e radical, puramente por graça, isto é, por iniciativa e concessão do Senhor. Podem ser aplicadas ao povo cristão as palavras do Senhor ao povo de Israel: “Terei minha morada entre vocês já não os olharei mal. Passearei no meio de vocês e serei o seu Deus enquanto vocês serão o meu povo” (Lev. 26, 11-12)
A vida consagrada, religiosa ou secular, é radicalização do Batismo, um aprofundar o sentido da vida cristã. Por isso mesmo tem que ser um testemunho forte de vida crista para os demais cristãos.  
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Meditação. Releia com calma este texto. Se tiver alguma dúvida que a fraternidade não possa aclarar, me passe um e-mail e responderei com prazer, ao menos para explicar o quê   quis dizer. Oração. Deixa que a oração flua de seu coração, espontânea, feliz, ardorosa, amorosa, a luz de tão grande mistério. Contemplação: Sugiro que frente ao Sacrário permaneça o tempo que te pareça, em silencio, olhando admirado para Aquele que tanto nos ama, encerrado ali;  a grandeza de seu amor, testemunha do amor do nosso Deus e Pai-criador, e do Espírito Santo, hóspede em nosso coração. Frei Antoninho.
 
5 – Fundamentos bíblicos.                    Formação  e retiro
 A vida cristã, e evidentemente a vida consagrada se fundamentam nas Sagradas Escrituras, Antigo e Novo Testamento. Quê se encontra na Bíblia sobre uma vida consagrada? Encontramos uma insistente reciprocidade de entrega entre o Senhor e o povo eleito: “Caminharei entre vocês: eu serei o seu Deus e vocês serão o meu povo” (Lev.26,12.
“Direi: tu és o  meu povo” e ele me dirá “tu és o meu Deus” (Os.2,25).
Israel é o povo eleito de Deus dentre todos os povos da terra, uma eleição de predileção, porque Israel não era um grande povo, nem existia quando o Senhor o escolheu na pessoa de Abraão. Um povo semi-primitivo e inculto em relação aos seus visinhos: Egito, Grécia, Roma, Pérsia...  Foi escolhido porque dele sairia o Ungido desde o Paraíso terrestre, sobre quem pesava a salvação da humanidade.  Por sua vez, o povo hebreu tinha uma forte consciência de sua eleição e por isso mesmo fechou-se sobre si mesmo a fim de não contaminar-se com a idolatria que tomara conta do mundo. Especialmente em seus hinos, repete: “A ti clamo Senhor, a ti digo: Tu és meu refúgio, minha herança na terra dos viventes (Sl.141,6).
Ainda que tenham mal entendido o sentido da missão  messiânica, Israel estava muito consciente de seu destino e missão. Suas jovens consideravam uma maldição o não poder casar-se, pois o matrimonio lhes dava a oportunidade de aproximação com o Messias. Deus escolheu entre elas aquela que optou pela vida solteira por não considerar-se digna de tão grande privilégio.
O profeta Oséas desenvolve muito bem em seu livro esta relação de mutua pertença entre Deus e o povo de Israel comparando-a á mútua pertença matrimonial: “Eu te desposarei para sempre;  desposar-te-ei na justiça y no direito, com amor e compaixão; te desposarei na fidelidade e tu conhecerás o Senhor. (Os.2,21-22).
O matrimonio implica uma pertença mutua que os casados significam muito bem quando dizem: “minha senhora” ou “meu marido”. Marido e mulher chamam-se também esposos. Esposar na língua latina e castelhana significa algemar, atar-se um ao outro.
Pela consagração esposamos a Deus, ou seja, nos atamos ao Senhor com amarras de amor, ele a nós. Pertencemos um ao outro: “eu sou o teu Deus e tu serás o meu povo”. Porção, quinhão, posse, pertença mutua, como Israel, povo consagrado, povo do Senhor. Este é um mistério nunca suficientemente entendido e nem contemplado.
O pecado de infidelidade ao pacto de consagração é comparado na Biblia á infidelidade matrimonial, ao pecado de adultério: “um espírito de prostituição o  (o povo de Israel) extravia, se prostituem sacudindo-se de seu Deus” (Os. 4,12).
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Meditação:
leia de novo o texto, analisa, aplica á sua vida.
Oração: Conversa com Deus sobre os seus projetos de consagração, reconheça sua debilidade, peça, agradeça, louve...
Contemplação. Imagina sua vida como uma pessoa verdadeiramente consagrada, testemunha de vida cristã num mundo secularizado, afastado de Deus, como se  Ele não existisse. Repita muitas vezes: “sou todo teu Senhor e tudo o que me pertence”. Frei Antoninho.

6 – Consagração.                                                                        Formação e retiro.
Inicio da vida consagrada. Tudo iniciou com os Padres do deserto. Eles observaram que Jesus tinha o seu modo de ser e agir. Que tinha exigências consigo mesmo e isso mesmo pedia de seus seguidores. A vida consagrada, por sua natureza está centrada na pessoa de Jesus, sua razão de ser, cristocentrismo.
Os rabinos. Cada um tinha a sua escola. O jovem escolhia a quem queria seguir. Deixava sua família e passava a viver em comunidade com outros jovens na casa do rabino. Sua família pagava uma quota ao Rabino pela formação do filho que era intenssa. A finalidade dera a observância perfeita da Lei de Moisés e as tradições.  (Atos 22,3-4). Os jovens se encarregavam de todo o serviço da casa. Quando saiam com o mestre, seguiam sempre um passo atrás  do mesmo. Disso a forma de convidar alguém a entrar para sua escola: “Siga-me” ou “permaneça um passo atrás de mim”.
Jesus: seguindo a praxe, Jesus convidou seus discípulos: “sigam-me”. O uso dessa expressão significa que Jesus se considerava um Rabino, um mestre um observante da lei. Até seus inimigos reconheciam isso (Jô.3,2). Seus discípulos passaram a conviver com Ele e a segui-lo um passo atrás (Mc.8,33;Mt.16,23; Lc.9,55).
Diferenças: A meta dos rabinos era a observância perfeita da Lei. A meta de Jesus, era o espírito e a motivação que deve estar por trás da observância. Finalidade: Rabinos, a perfeição da observância. Alcançada a finalidade o discípulo se desliga do mestre. Jesus: é mestre por toda a vida, o discípulo igualmente por toda a vida. Seguimento. Rabinos: chamado individual privilegiado. Jesus: chamado a universal.
Origem da vida consagrada religiosa: Jesus era exigente consigo mesmo com simplicidade e naturalidade. O mesmo com seus discípulos. Ele dá exemplo de radicalidade, de totalidade na consagração ao Pai: renuncia os bens temporais, lhe basta o necessário. Renuncia o parentesco familiar: sua mãe, seus irmãos; sua família é a comunidade dos seus seguidores; renuncia a si mesmo e se oferece pela salvação da humanidade. Com sua palavra de mestre sigam-me, institui o grupo apostólico como uma comunidade discipular e missionária. - Jesus não fundou a vida consagrada comunitária nos moldes de hoje, mas deixou tudo para que isso acontecesse com os Padres do deserto e com as Ordens e congregações, mais tarde.
A vida consagrada religiosa na diversidade dos carismas, é uma tentativa de reproduzir o grupo apostólico no seguimento do Cristo: discipulado e missão apostólica. Jesus na pessoa dos fundadores  os mestres que deram o exemplo, caminharam adiante.
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Meditação: releia com vagar o texto e verifique depois no Evangelho as atitudes de Jesus - mestre e dos apóstolos - discípulos.
Oração: Reza por todos os consagrados, pedindo ao Senhor a perseverança de todos eles no discipulado e na missão.
Contemplação: Que tal você no discipulado de Jesus? Segui-lo um passo atrás... por toda a vida... copiando em sua pessoa as atitudes de Jesus... Permita-se ver assim, sentir-se assim: discípulo e missionário.







ASSUNTOS TEMÁTICOS À REFLEXÃO


1 - O primeiro compromisso é com a Pessoa Humana, que começa pela própria renovação interior. Dessa conversão do coração, surge a defesa e promoção da vida, tanto na família como na sociedade. 

2 – O segundo compromisso é com a cultura (o modo como os seres humanos nos relacionamos com a natureza, entre nós mesmos e Deus). O cristão deve comprometer-se na promoção de uma cultura social e política inspirada no Evangelho. Isso implica por um lado, criticar e denunciar os valores e sistemas que escravizam a mente e a vontade do ser humano e, por outro, criar a cultura da vida e inspirar a outros com ações exemplares.

3 – O terceiro compromisso é com a economia, sobretudo para analisar e criticar os modelos econômicos atuais, que geram a pobreza de milhões de pessoas. O cristão deve buscar alternativas econômicas criativas e eficazes que tenham em conta os princípios do bem comum, a solidariedade, a subsidiaridade, a Participação, a Igualdade e a Justiça.

4 – O quarto serviço é a política, que é uma tarefa de serviço aos demais, através da procura do bem comum. Nenhum cristão pode renunciar a participar na política. Neste sentido, é possível que os cristãos possam militar em diferentes partidos, porque não todos interpretam da mesma maneira a forma de fazer política e porque as soluções podem ser diversas. Não obstante, o critério para participar é que o partido ou movimento preferido tenha como fim último o bem comum, não o bem particular ou partidário. Em todo caso, a adesão a um partido “não será nunca ideológica, mas crítica” (CDSI 573), conhecendo a realidade à luz da fé e buscando as soluções mais viáveis e possíveis para mudar a situação para melhor.

Observação: Pareceu-me um tópico interessante. Como devemos estar sempre procurando a melhor maneira de viver nossa secularidade a serviço do Reino em geral, e dos irmãos necessitados de modo particular, pensei em meus irmãos. ( Do folheto: Participação do cristão na vida pública distribuído pela Pastoral Social Arquidiocesana de Assunção, Py).

 Consagração.

1 – um termo polivalente.
Leitura: O termo consagração pode ter muitos sentidos. Quando o empregamos é necessário saber de que consagração se está falando. Vejamos:
- Pode estar significando exaltação de um personagem, com a inauguração de uma praça, de um monumento ou outra coisa.
- Dedicação com eficácia e ardor a uma causa geralmente humanitária, educação, saúde...
- Destinar a uma palavra ou expressão para significar com exclusividade determinado conceito. Por exemplo: Igreja Católica.
- Dedicar-se com totalidade ao serviço de uma associação, movimento religioso ou político, com ou sem uma investidura.
- Consagração a Nossa Senhora, colocar-se sob a proteção de Maria se comprometendo com algumas obrigações: práticas de piedade, prestação de serviço á comunidade...
- Consagração das virgens: Prática muito antiga de as moças consagrarem a Deus sua virgindade e colocar-se a disposição para algum serviço á Igreja.
- Consagração e dedicação de um Templo destinando-o exclusivamente ao culto divino. Consagra-se também o altar que deve ser de pedra e inamovível.
- Consagração eucarística: transubstanciação do pão e do vinho no corpo e sangue de Jesus, segundo suas palavras: “isto é meu corpo” e “este é o cálice do meu sangue”, proferidas pelo sacerdote presidente da celebração.
- Consagração de pessoas pelos Conselhos evangélicos: Um homem ou uma mulher depois de uma devida preparação se entrega a Deus, sumo bem, como propriedade sua, mediante os votos de obediência pobreza e castidade: renúncia de si mesmo, renúncia da família, e renúncia dos bens materiais.
- Consagração sacerdotal e episcopal mediante o sacramento da Ordem pelo qual se coloca a serviço da Comunidade dos fiéis (Igreja).
Somente a Deus tem sentido o ser humano entregar-se em propriedade, pois em verdade Ele é o Criador e Senhor de tudo. Essa entrega tem um sentido de culto. A entrega de si a qualquer outra coisa se configura uma idolatria. Por ex: pacto diabólico... escravatura...
Consagração à Virgem em suas múltiplas formas é muito conhecida e praticada na Igreja, pessoas, cidades, países, o mundo são consagrados a Maria. Esta consagração tem sentido já que Maria é rainha do céu e da terra, a quem o Senhor nos entregou como filhos. Consagrar tem o sentido de entregar-se em propriedade.
São muitas as fórmulas empregadas. Uma muito antiga: “Lembrai-vos que vos pertenço, terna mãe senhora nossa; ó guardai-me e defendei-me, como filho e propriedade vossa”.
Nota: - Cada Instituto religioso ou secular tem a sua fórmula própria de consagração, de acordo com o próprio carisma.

Meditação: Releia e analise até distinguir bem as diversas modalidades de consagração e perceber a radicalidade dos conselhos evangélicos. 
Oração: Renove a sua consagração, agora com conhecimento mais profundo do que significa. Contemplação: Goza da felicidade de pertencer ao Senhor, à sua Mãe Santíssima, a serviço da Igreja, em uma atitude silenciosa e amorosa, frente ao Santíssimo, ao crucificado ou a um quadro da Virgem.

 2-     Leitura.
Consagrar significa “tornar sagrada uma pessoa ou coisa, separá-las para o culto e/ou para Deus”. “Entregar-se uma pessoa por voto, ou seja, pelos conselhos evangélicos ao Senhor, de modo exclusivo e definitivo.”
Aclarando: Pela consagração uma pessoa ou coisa se torna pessoa ou coisa sagrada, algo se acresce ao seu ser. Um desrespeito a esta pessoa ou coisa vem a ser um sacrilégio. Externamente nada se modifica, porém o ser desta pessoa passa a ser uma pertença divina, e tem uma finalidade religiosa: é um culto que a Igreja, a humanidade presta ao Criador, entregando-lhe em posse algo de seu. Os pagãos tinham o costume de entregar e sacrificar pessoas à falsas divindades. A consagração é uma entrega e um sacrifício de si mesmo ao Deus verdadeiro. É considerado um martírio incruento. Tendo o consagrado o mérito dos mártires.
“Uma verdadeira consagração significa que a pessoa faz uma promessa formal na presença da autoridade religiosa, bispo, sacerdote, confessor, Superior de um Instituto, de entregar-se livremente e totalmente a Deus renunciando os bens materiais, os bens espirituais e a si mesmo”. Normalmente, passa a pertencer a um Instituto religioso ou Secular, aceita observar uma regra de vida, submeter-se a uma formação especifica, viver em uma comunidade deixando o mundo, ou numa fraternidade, permanecendo no mundo, em sua casa e profissão.
Concretamente: para seguir ao Cristo mais de perto, renuncia possuir bens materiais supérfluos: sua riqueza é o Senhor; renuncia fundar uma família de sangue, sua família será a Igreja, a humanidade; renuncia fazer prevalecer sua vontade, sua vontade será a vontade de Deus. Isso, por imitação de Jesus que viveu assim, e porque entende haver descoberto um verdadeiro tesouro, pelo qual vale a pena tudo renunciar. Em verdade não foi renúncia, foi a escolha de algo melhor.
A renúncia à constituição de uma família não é contra o “crescei e multiplicai-vos” ordem do Criador não aos indivíduos, mas a humanidade como tal que continua crescendo. Não é contra o indivíduo, que livremente pode escolher casar-se ou não, consagrar-se ou não. A renúncia à própria vontade, não significa uma negação de si, mas uma elevação de si mesmo preferindo a vontade divina. A renúncia aos bens temporais supérfluos não só não é contra a natureza do ser humano, ao contrario é uma qualificação do mesmo, libertando-o de ser escravo dos próprios bens.
Requisitos. Nas Sagradas Escrituras se exigia que a vítima oferecida a Yawhe, devia ser um animal perfeito (Lev.3,1). Os cordeiros do Novo Testamento devem ser pessoas normalmente sadias de corpo e mente, maduras, equilibradas espiritual e psicologicamente, como Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus.
A escolha da vida consagrada não é uma iniciativa humana, é iniciativa divina. Cabe ao sujeito discernir em sua pessoa os sinais desta escolha. Nisto pode ser ajudado por alguém já consagrado, um confessor, um diretor espiritual.


Meditação: Releia devagar em clima de oração o texto exposto, deixando-se iluminar pelo Espírito Santo mais que por seus conhecimentos e experiência.
Oração. Em assunto tão importante não se pode esquecer a advertência: “sem mim nada podeis fazer” (Jô.15,5). Peça ao Senhor luzes, fortaleza, coragem, certo espírito de aventura, com muita humildade e confiança.
Contemplação. Deixa seus raciocínios, pare de pensar. Permita que o Espírito do Senhor lhe envolva. Se veja por instantes como uma pessoa consagrada ao Senhor. Que lhe parece?