quarta-feira, 30 de abril de 2014

TERÇO FRANCISCANAO


Em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Amém
rei em Deus Pai todo Poderoso...

1º – Mistério:
  • Senhor quem sois vós e quem sou eu? Vós o Altíssimo Senhor do Céu e da terra e eu um miserável vermizinho, vosso ífimo servo;
  • Grande e magnífico Deus, meu Senhor Jesus Cristo, iluminai o meu espírito e dissipai as trevas da minha alma! Dai-me uma fé íntegra, uma esperança firme e uma caridade perfeita. Conceidei, meu Deus que eu vós conheça muito, para poder agir sempre segundo os vossos ensinamentos de acordo com a vossa Santíssima vontade.
  • Absorvei Senhor, eu vos suplico, o meu espírito e pele suave e ardente força do vosso amor, desafeiçoai-me de todas as coisas que debaixo do céu existem, a fim de que eu possa morrer por vosso amodr, ó Deus, que o meu amor Vos dignastes morrer. Amém.

(Nas 10 contas pequenas, medita-se) meu Senhor e meu Deus, meu Deus e meu tudo.
(Em substituição ao Glória, medita-se): Nós vos adoramos Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as Igrejas que estão no mundo no mundo inteiro e vos bendizemos, porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
2º – Mistério: Idem - 3º – Mistério: Idem - 4º – Mistério: Idem - 5º – Mistério: Idem

Oração final: Oremos
Onipotente, Santíssimo, altíssimo e soberano Deus, que sois todo Bem, o sumo Bem, a plenitude do Bem, que Vós sois bom, nós vos tributamos todo louvor, toda glóri, toda a ação de graça, toda exaltação e tod bem. Assim seja! Assim seja! Amém.
(Enviado por Antonio Alves dos Santos da fraternidade Nossa Senhora da paz –Ipanema / RJ.

terça-feira, 29 de abril de 2014

O Bosque


Autor: Desconhecido
 Eu era vizinho de um médico, cujo "hobby" era plantar árvores no enorme quintal de sua casa. Às vezes eu observava da minha janela o seu esforço para plantar árvores e mais árvores, todos os dias. O que mais chamava a atenção, entretanto, era o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava. Passei a notar, depois de algum tempo, que suas árvores estavam demorando muito para crescer.
Certo dia resolvi aproximar-me e perguntar-lhe se não tinha receio de que as árvores não crescessem, pois que ele nunca as regava. Foi quando, com ar orgulhoso, descreveu-me sua teoria.
Disse-me que, se regasse suas plantas, as raízes se acomodariam na superfície e ficariam sempre esperando pela água mais fácil, vinda de cima. Como ele não as regava, as árvores demorariam mais para crescer, mas suas raízes tenderiam a migrar para o fundo, em busca da água e dos vários nutrientes encontrados nas camadas inferiores do solo. Assim, segundo ele, com raízes mais profundas, as árvores seriam mais resistentes às intempéries. Disse-me ainda que frequentemente dava uma palmadinha nas suas árvores com um jornal enrolado, e que o fazia para que elas se mantivessem sempre acordadas e atentas.
Essa foi a única conversa que tive com aquele vizinho. Logo depois fui morar em outro país e nunca mais o encontrei.
Anos depois, ao retornar do exterior, fui dar uma olhada na minha antiga residência. Ao aproximar-me, notei um bosque que não havia antes. Meu antigo vizinho havia realizado seu sonho! O curioso é que aquele era um dia de um vento muito forte e gelado, em que as árvores da rua estavam arqueadas, como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno, mas, ao aproximar-me do quintal do médico, notei como estavam sólidas as árvores do vizinho: praticamente não se moviam, resistindo implacavelmente à ventania toda.
Que curioso, pensei eu... As adversidades pela qual aquelas árvores tinham passado, levando “palmadelas” e tendo sido privadas de água, pareciam tê-las beneficiado de um modo que o conforto e o tratamento mais fácil jamais conseguiriam.
 Todas as noites, antes de eu ir me deitar, dou uma olhada em meus filhos. Debruço-me sobre suas camas e oro por eles, na maioria das vezes pedindo que suas vidas sejam fáceis. Tenho pensado, entretanto, que é hora de alterar minhas orações...
Essa mudança tem a ver com o fato de que é inevitável que ventos fortes e gelados atinjam a nós e aos nossos filhos. Sei que eles encontrarão inúmeros problemas e que, portanto, minhas orações têm sido ingênuas demais. Pois sempre haverá uma tempestade ocorrendo em algum lugar. Ao contrário do que tenho feito, passarei a orar para que meus filhos cresçam com raízes profundas, de tal forma que possam retirar energia das melhores fontes, das mais divinas, que se encontram nos locais mais remotos.
Oramos por facilidades, mas o que precisamos é pedir para desenvolver raízes fortes e profundas, de tal modo que, quando as dores chegarem, resistamos bravamente ao invés de sermos subjugados.
A alegria não educa ninguém.
Reflita sobre isso!
Plantaste uma videira e dispuseste-lhe o terreno,
então ela deitou profundas raízes e encheu a terra.
Salmos 80:8 e 9


terça-feira, 22 de abril de 2014

PEQUENA FAMÍLIA FRANCISCANA - FORMAÇÃO INICIAL



Deus e o Homem - Encontro, chamado, Resposta
1.0 - Fascículos para os encontros de Formação da admissão à primeira passagem

ÍNDICE DOS FASCÍCULOS
  1. Introdução: “Deus fala aos homens como amigos” (DV 2)
  1. Porque iniciamos com a Palavra de Deus?
  2. A Palavra de Deus como palavra.
  3. A Palavra de Deus em sua ressonância e dinâmica. (lições recebidas)
  1. Deus chama à existência as coisas que ainda não existem” (Rom 4,17).
  1. A criação
  2. O homem feito à imagem de Deus
  1. Criatura de Deus
  2. Interlocutor de Deus
  3. Aberto aos seus semelhantes
  4. Artífice do seu destino
  5. Colaborador de Deus
  6. Coroamento da criação
  1. Cuidou muito do gênero humano” (DV. 3)
  1. Chamou Abraão para fazer dele um grande povo
2.1.1. Chamado Divino
2.1.2. Missão de Abraão
2.1.3. Resposta ao chamado de Deus
2.1.4. Pai a custo de uma vida
  1. Realização pessoal de Abraão
  1. Chamou Moisés numa sarça ardente
  1. Manifestação de Deus
  2. Chamado divino
  3. Missão de Moisés
  4. Objeção de Moisés
  5. Revelação do “nome”
  6. Realização pessoal de Moisés
  1. Guiou Josué na terra prometida
  1. Chamado divino
  2. Rito de investidura
  3. Resposta ao chamado de Deus
  4. Realização pessoal de Josué
  1. Chamou o jovem Samuel pelo nome
  1. Papel da mãe na vocação de Samuel
  2. Chamado divino
  3. Missão
  4. Resposta ao chamado de Deus
  5. Realização pessoal de Samuel
  1. Ensinou o povo por meio dos profetas” (DV 3)
  1. Amós: “O Senhor tirou-me de junto do meu rebanho” (7,15).
  1. Chamado divino
  2. Missão
  3. Resposta ao chamado
  4. Realização pessoal
  1. Jeremias: “Eu te estabeleci profeta das nações” (1,5).
  1. Chamado divino
  2. Objeção
  3. Missão
  4. Rito de investidura
  5. Atividade profética
  6. Resposta ao chamado divino
  7. Realização pessoal
  1. Enviou seu Filho... para anunciar a Boa Nova” (SC 5)
  1. A vocação de Jesus
  1. A vocação de Jesus não precisa de confirmação.
  2. A resposta é tudo, menos fácil.
  3. Quais são as características da “vocação” singular de Jesus?
  1. A vocação na perspectiva de Jesus
  1. Jesus chama os seus colaboradores
  1. A vocação dos primeiros discípulos: “Sigam-me, eu farei de vocês pescadores de homens”.
  2. Ao passar viu Levi ...”
  3. Constituiu doze que ficaram com Ele ...”
  4. Jesus, olhando-o, amou-o”: a vocação falida do homem rico.
  5. Eu te seguirei por onde fores ...”: os aspirantes a discípulos.
  6. Conclusão: itens constitutivos do chamado ao seguimento de Jesus.
  1. Chamado a ser apóstolo de Jesus”: a vocação de Paulo e em Paulo.
  1. A vocação singular de Paulo
  1. Uma existência transformada: apóstolo de Jesus Cristo
  2. Uma existência com uma meta: para o anúncio do evangelho
  3. Uma existência marcada: por Cristo, com Cristo, em Cristo
  1. A vocação particular do cristão
  1. Na origem do chamado: uma livre iniciativa de Deus
  2. No centro do chamado: o mistério pascal de Cristo
  3. Resposta ao chamado: a vida segundo o Espírito
  1. Eis-me aqui, sou a serva do Senhor”
  1. A finalidade essencial da vocação de Maria
  2. Características humanas na vocação de Maria
  1. A fé
  2. A obediência
  3. A esperança
  4. O amor
  1. As modalidades da vocação de Maria
  1. Modalidades antropológicas
  2. Modalidades históricas
  3. Modalidades teológicas

CONCLUSÃO

APRESENTAÇÃO

Este é o primeiro dos fascículos preparados para os encontros de formação inicial.
Depois de um período de conhecimento, com o rito de admissão, inicia-se para a candidata o tempo de preparação à consagração e, sucessivamente, à incorporação definitiva na Pequena Família Franciscana.
São etapas fundamentais na vida de uma pessoa e fazem parte do grande mistério que é a própria existência de cada homem e cada mulher neste mundo.
Toda vida floresce como resposta a Deus que a chama a ser. Em si, ela não tem raízes, só em Deus, que é criador e senhor do universo.
Como algo pode subsistir, se tu não queres? Ou conservar-se, se tu não o tivesses chamado à existência?” (Sab. 11,25).
Deus revelou, através de sua Palavra, o seu desígnio de salvação sobre o mundo e em Cristo, plenitude da revelação, revelou ao homem a sua vocação, “a sua altíssima vocação”. Não só a revelou, mas deu-lhe também a possibilidade de vivê-la.
De fato, “se alguém está em Cristo, é uma criatura nova, as coisas velhas passaram, eis que nasceram novas” (2 Cor. 5,17).
Nossa novidade de vida, caminhamos nós dia após dia; destinatários das coisas “sobre as quais os anjos desejam fixar o olhar” (1 Pd 1,12). Iniciar um caminho para uma vida de consagração é como aceitar “renascer do alto” visto que “aquele que nasceu da carne é carne e aquele que nasceu do Espírito é Espírito”, diz Jesus a Nicodemos (Jo. 3,5-6).
Muitas canções dizem que essa vida é uma aventura maravilhosa e é verdade! Mas, muito além das emoções, dos entusiasmos e das empolgações, somos introduzidos numa realidade muito, muito maior: a do reino dos céus. “O tempo completou-se e o reino de Deus está próximo; convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc. 1,15), diz Jesus, ao passar pela Galiléia.
E isso Ele repete também para nós, para que deixemos o coração ser traspassado por esse anúncio de salvação.
Os fascículos que formarão o texto de estudo para esse primeiro ano de formação desenvolveu o tema bíblico da vocação e foram elaborados, para nós, por Frei Giovanni di Maria, O.F.M., a quem agradecemos pelo trabalho. Os fascículos seguem uma ordem bem lógica e estão ligados as Escrituras. Devido à abundância de citações, é indispensável usar a Bíblia quando se prepara e quando se desenvolvem os encontros.
A palavra de Deus, que em sua revelação ilumina e dá sabedoria aos simples, seja a alegria e o contentamento do nosso coração, brilhe como lâmpada num lugar obscuro até que surja o dia e a estrela da manhã se levante em nossos corações (2 Pd. 1,19): Jesus é a estrela radiante da manhã. (Ap. 22,16).
  1. INTRODUÇÃO: “Deus fala aos homens como amigos” (D.V. 2)

DEUS E O HOMEM; ENCONTRO, CHAMADO, RESPOSTA
Aprouve a Deus, em sua bondade e sabedoria, revelar-se e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cf. Ef. 1,9), através do qual os homens, por meio de Cristo, Verbo feito carne, no Espírito Santo têm acesso ao Pai e tornaram-se partícipes da natureza divina (cf. Col. 1,5; 2Pd. 1,4). De fato, com essa revelação, Deus invisível (cf. Col. 1,5; 1Tim. 1,17), pelo seu imenso amor fala aos homens como amigos (cf. Ex. 33,11; Jo. 15,14-15) e conversa com eles (cf. Bar. 3,38), para convidá-los e admití-los à comunhão com Ele (DV 2: EV.1/873).
Tomou-se esse trecho da Dei Verbum para introduzir o discurso da vocação no contexto da história da salvação, que é história da revelação de Deus que sai do mistério da transcendência para vir ao encontro do homem, para elevá-lo a participar da sua vida divina. Penetramos nesse maravilhoso projeto divino através de um itinerário bíblico que, nas suas diversas etapas, vai nos fazer tocar com a mão o amor apaixonado de Deus pelas suas criaturas.
  1. Por que iniciamos com a Palavra Deus?
Porque vocação significa apelo, chamado e chamado é, exatamente, uma das funções da palavra. A vocação entra no fenômeno geral da Palavra de Deus: assim, é possível aplicar-lhe aspectos, momentos, características da Palavra.
  1. A palavra de Deus como palavra
A palavra de Deus é comunicação, é manifestação do que Deus é, daquilo que Ele quer dizer de si mesmo. A palavra humana é comunicação do que o homem é, daquilo que ele quer. Portanto, a primeira função da Palavra de Deus - como palavra - é a comunicação de Deus.
A segunda função da palavra é apelativa e criadora, suscitadora de energias de vida, o tu, a palavra imperativa. É aquela com a qual Deus não só comunica alguma coisa de si mesmo, mas também pede algo a alguém, chama, ordena, promete, julga.
Como diz Paulo, Deus “chama à existência as coisas que ainda não existem” (Rom 4,17).
Para essa Palavra vale sobretudo o princípio da eficácia. A Palavra de Deus tem um caráter criador, é Palavra eficaz. Essa cria o que diz, faz o quer pede, estimula eficazmente aquilo a que convida.
Enfim, a Palavra de Deus como mensagem, proclamação de uma realidade. Esse aspecto informativo está presente na palavra humana, como notícia, história, narrativa de um acontecimento. Também a Bíblia, que é Palavra de Deus, história, proclamação dos gestos de Deus, é feita de notícias, é Palavra informativa. Porém, é uma informação que também é mensagem de salvação. Resumindo, entre os aspectos fundamentais da Palavra encontramos a Palavra - comunicação, a Palavra - criadora, a Palavra - mensagem.
A vocação situa-se, principalmente, no segundo momento, isto é, na Palavra como apelo, como criação, na Palavra que estimula, que chama, indicando um caminho a seguir; na Palavra que se dirige a um tu.
Notamos, porém, que a Palavra de Deus como vocação, mesmo correspondendo ao segundo aspecto, isto é, ao tu, é também autocomunicação, é mensagem. Portanto, os três aspectos devem estar presentes; no entanto, pode-se entender que Deus chama uma pessoa e nessa chamada Ele comunica algo de si mesmo e propõe uma mensagem de salvação. É esse pois o âmbito mais amplo no qual se deve entender que Deus chama.
  1. A Palavra de Deus em sua ressonância e dinâmica
Para compreender melhor a amplitude, a vastidão e a importância da Palavra de Deus na Igreja, especifiquemos alguns níveis da sua ressonância. Antes de tudo, há uma ressonância da Palavra no âmbito magistral: o Papa, os Concílios, os bispos, a pregação das verdades no campo oficial e magisterial. Há também o âmbito litúrgico sacramental: nos sacramentos a Palavra é repetida com fórmulas bíblicas e eclesiais.
Há ainda uma ressonância no âmbito da pregação e da catequese, isto é, toda a atividade de proclamação e publicação da Palavra, nas várias formas eclesiais, até as mais simples. E enfim, o último elemento, mas não o menos importante para a vocação, a “assimilação pessoal”. A Palavra de Deus não ressoa apenas na Bíblia ou na Igreja, ressoa também em cada um de nós e esse é o ponto de partida para uma análise mais íntima e pessoal da vocação.
A Palavra de Deus nos toca, é uma semente posta no coração; não apenas semeada no campo da Igreja, mas também no coração de cada um. Assim, também o nosso coração é lugar de ressonância da Palavra. Evidentemente, não de uma Palavra de Deus, destacada da liturgia, do sacramento, do magistério e da Escritura; ainda que tenha um lugar próprio de manifestação.
Para a vocação, deriva disso uma consequência muito importante, ou seja, geralmente, o fato vocacional se desenvolve num ambiente em que a Palavra de Deus se manifesta e ressoa. Não basta uma simples atração pessoal, um certo gosto, uma inclinação qualquer; é preciso tudo isso (que também é importante e de certa forma até fundamental) se nutra e se expanda em todas as ressonâncias da Palavra de Deus na Igreja. Daí a importância fundamental, para cada comunidade cristã, de ser lugar de verdadeira ressonância da Palavra de Deus. De outra forma, não pode ser suscitadora de vocações. Tudo isso é importante não apenas para o nascimento de uma vocação, mas também para a sua perseverança. É difícil uma vocação perseverar se não há um ambiente em que a Palavra de Deus ressoe, se não há uma comunidade que a torne ativa, dinâmica, eficaz.
A Palavra de Deus, seja ela dirigida ao povo ou a uma só pessoa, exige, necessariamente, um discernimento: o que devo fazer? Exige uma escolha: o que me proponho a fazer? Exige uma decisão concreta na qual a Palavra é acolhida como tal.
É claro que a Palavra de Deus é onipotente. Nós, porém, a lemos, a meditamos, a divulgamos, com ela rezamos, mas, depois, não fazemos certas escolhas. Então, a Palavra transforma-se num câncer, sufoca-se e torna-se uma grande hipocrisia, justamente porque a bloqueamos no seu ritmo espontâneo que é de sustentar uma inteligência; uma escolha, uma decisão.
O que foi dito até agora são algumas indicações evidentemente genéricas, porém úteis para se ter um ponto de partida ao qual fazer referência em nossas reflexões.
De fato, tudo o que se dirá sobre a vocação deverá sempre referir-se a essa concepção geral da Palavra de Deus, da sua fenomenologia, da sua realidade, dos seus níveis de ressonância e da sua dinâmica.
O caminho vocacional através da história da salvação nos fará refletir sobre a vida como vocação, algumas vocações individuais no A.T. (Abraão, Moisés, Samuel), a vocação dos profetas, Cristo e a vocação dos doze Apóstolos e dos discípulos, a vocação de Paulo e em Paulo, a vocação de Maria.

LEITURA
Do Evangelho de Marcos 4,3-8.
“Escutai: Eis que o semeador saiu a semear. E ao semar, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. Outra parte caiu em solo pedregoso e, não havendo terra bastante, nasceu logo, porque não havia terra profunda, mas, ao surgir o sol queimou-se e, por não ter raiz, secou. Outra parte caiu entre os espinhos, estes cresceram e a sufocaram, e não deu fruto. Outras caíram em terra boa e produziram fruto, subindo e se desenvolvendo, e uma produziu trinta, outra sessenta e outra cem”.
Acolher a Palavra significa crer. O homem realiza-se no crer, assim como o terreno realiza-se no receber a semente. Traduzindo em termos pastorais: o homem foi feito para acolher a Palavra, o homem é capaz de acolher a Palavra, o homem frutifica, na medida de sua acolhida da Palavra, da sua fé. Não se pode forçar o homem ao bem, é inútil dobrar a sua liberdade com meios externos: apenas da semeadura abundante da Palavra é que se pode esperar o futuro. De outro lado, não existe ninguém que seja, de natureza, totalmente impenetrável em relação à Palavra.
Assim, vem à luz um elemento simbólico da palavra: a semente. Como diz o próprio Jesus: “A semente é a Palavra de Deus” (Lc 8,11). A verdadeira protagonista de toda a história do campo é a Palavra. A Palavra semeada, a Palavra pisada, a Palavra sufocada, a Palavra dissipada, a Palavra acolhida e que lança raízes no terreno para depois semear até produzir cem por um. Essa Palavra não é algo exterior, apenas colocado ao lado do homem, alguma coisa que ele possa dispensar. Terreno e semente foram criados um para o outro. Não tem sentido pensar numa semente sem sua relação com o terreno. E esse, sem a semente, é um deserto inabitável. Fora da metáfora: o homem como nós o conhecemos, se corta toda sua relação com a Palavra, torna-se terra árida, torre de Babel.
Defender o relacionamento do homem com a Palavra é pois defender simplesmente o homem, seus espaços de expressividade e de relação autêntica, os seus horizontes de significação.
Ser cristão quer dizer ter reconhecido o primado e a importância fundamental dessa Palavra. Quer dizer reconhecer que ela é ativa desde a origem do mundo e que nos atinge e nos interpreta a cada momento de nossa existência humana.
Mas a Palavra é para o terreno. Sua eficácia manifesta-se não abstratamente, mas no suscitar, no interpelar, purificar, salvar a vivência histórica da liberdade humana. A Palavra vai ao encontro das aspirações do homem, de seus problemas, de seus pecados, de seu desejo de salvação, de suas realizações no campo pessoal e social.
Assim, a verdadeira protagonista da ação pastoral é a Palavra: toda a história do caminho pastoral de uma comunidade é a história não tanto das suas realizações exteriores, dos seus encontros, dos seus congressos, das suas procissões ou das suas iniciativas, mas da semeadura abundante e contínua da Palavra e do cuidado para que essa Palavra encontre as condições para ser acolhida.
Quem é essa Palavra? Há quem tenha dificuldade em compreender essa linguagem, porque diz que é preciso falar só de Jesus e não da Palavra. Estou de acordo, se entendemos Jesus como Palavra “a Palavra que se fez homem e que fez sua morada no meio de nós”, e se levamos em conta que essa Palavra foi preparada e anunciada pelas palavras dos profetas, ressonada nas palavras dos evangelistas e dos Apostólos, torna-se presente na palavra da Igreja, seja no anúncio e no magistério como na celebração litúrgica.
A centralidade e a unicidade de Jesus Cristo é, de fato, também a “singularidade”de Jesus Cristo, isto é, o seu ser e não um ideal religioso qualquer, ainda que elevadíssimo; não uma personalidade profética genérica, mas “este Jesus que vós matastes e que ressuscitou dos mortos”. (cf. At. 2,23-32).
É esse Jesus crucificado e ressuscitado que está presente na liturgia eucarística e alimenta os fiéis com seu corpo e sangue. Falar desse Jesus quer dizer fazer referência ao Jesus que não podemos conhecer, a não ser pela pregação e pela palavra da Igreja, que se apóia e se refere à pregação do Novo Testamento, às palavras e aos gestos de Jesus, narrados pelos evangelhos, às palavras de toda a Escritura que o anunciam e o explicam. O que você conhece de Jesus Cristo, você que se diz talvez “cristão praticamente” e nunca nem leu a fundo os Evangelhos, não faz deles objeto de sua meditação cotidiana, não aprendeu ainda o método da “lectio divina”? Escute o que lhe diz o Concílio: Todos os cristãos aprendam “a sublime ciência de Jesus Cristo” através da freqüente leitura das divinas escrituras. A ignorância das Escrituras é, de fato, ignorância de Cristo (cf. Dei Verbum n. 25). Não é pois possível receber Jesus Cristo e deixá-lo fazer-se homem na terra do nosso coração sem referir-se continuamente à sua Palavra e às palavras inspiradas que falam dele. Não é preciso separar Jesus da sua Palavra, nem do seu Corpo e do seu Sangue, assim como não é preciso separar o Cristo do Pai e do Espírito Santo. Quem tentar tal separação não tem o Espírito de Jesus. (“Cem palavras de comunhão” C. M. Martini).

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Conhecer é relacionar

Caríssima Formandas,
Paz e Bem!
“Entre as esperanças e as angústias do nosso tempo, os leigos consagrados concletizam o ”Vem e Segue-me” na prontidão do “Eis-me aqui”!".

A informação é o primeiro passo para o conhecimento. Sabendo disso, o Conselho Regional, no intuito de conhecer melhor e ter a possibilidade de acompanhar cada formanda no seu crescimento na fé, no amadurecimento da vocação, na amizade e na fraternidade como Pequena Família Franciscana, decidiu solicitar-me como presidente Regional, o envio a cada uma de vocês de uma pesquisa para que, através dela, possamos crescer, aproximando-nos mais, pois “revelando-me às irmãs, revelo o meu Deus”. O trabalho, a distância e mesmo as finanças nos impedem de estarmos juntas, como deveria acontecer entre Formanda e Formadora, Presidente e toda as irmãs do Instituto.

Conhecer é relacionar, integrar, contextualizar, fazer nosso o que vem de fora. Conhecer é saber, é desvendar, é ir além da superfície. Conhecer é aprofundar os níveis de descoberta, é penetrar mais fundo nas coisas, na realidade, no nosso interior... com o mergulho profundo no nosso eu. Pela comunicação aberta e confiante desenvolvemos contínuos e inesgotáveis processos de aprofundamento dos níveis de conhecimento pessoal, comunitário e social.   

Creio eu que esta tarefa dará a você uma boa oportunidade para pensar um pouco mais sobre sua vida, sua história, seus sonhos. Quem sabe, recordando coisas tristes e coisas alegres,  mas sempre com a certeza de que em cada passo Deus estava e está com você e a ama muito.






Na descoberta dos caminhos para viver, passamos por etapas de deslumbramento, de desânimo, de escuridão, de realização, de paz, de inquietação. Em cada etapa o horizonte se modifica: ora vemos o arco-íris na nossa frente, ora montanhas intransponíveis. (Matheu LIPMAN)             
Na certeza de que o Espírito Santo a iluminará, desejo cada uma encontre o verdadeiro caminho a seguir os passos de Jesus.
Amemos sempre mais, umas às outras e ao Instituto que está sempre atento ao nosso amadurecimento pessoal.
Receba o meu abraço.
          
Carinhosamente,
Maria José Barreto

Recife, 09/04/2014



quinta-feira, 3 de abril de 2014

2ª Carta de Vincenza



Jesus -Amor
Queridas irmãs,
Enquanto me é caro obedecer ao nosso reverendo padre superior, igualmente o é comunicar    convosco, para encorajar-nos mutualmente através da e da caridade que nos é comum.Nunca me cansarei, queridas irmãs, de vos recomendar para que envidem todos os esforços ao preservar a alma pura de qualquer pequeno pecado. No cristal limpo, o sol não refletira mais o seu esplendor. Hoje, dia em que escrevo, é a festa de Santa Inês de Assis. Com certeza, o sol pôde formar nelas as suas próprias alegrias, pois ela mantinha a alma pura, cândida, pura, límpida, sem embaçamento algum, sem a menor capacidade. Nunca esconda o imaculado esplendor da alma onde reina o esposo. Ate a mais leve ofensa e muita maldade para com Ele.
Como podemos, no nosso coração,ofende-lo, Ele, nosso Senhor,tão infinitamente digno de ser amado, Ele tão bom e amável com todos nos! Podemos sofrer tudo, mais nunca ofendê-lo. Temos que vigiar a nós mesmos muito atenciosamente. Oh, como o amor sempre tem medo em desgostar o amado! Como   ele tem medo de trazer-lhe o menor desprazer! Pelo contrário, sempre quer agradá-lo. Mas não podemos agradar a Jesus se vivemos tão displicentemente no seu amor, cometendo sempre aqueles horríveis pequenos pecados que representam ofensa tão grande ao seu coração.
Ofereçamos-lhe como presente, a cada manhã e cada noite, uma alma linda e que tenha lutado, para apresentar a Ele a sua alma linda e que tenha lutado, para apresentar a Ele sua própria vida divina em nós, em todo o seu celestial esplendor. Oh, como Jesus estará amorosamente neste seu reino, para doar à nossa alma a caridade do seu coração.
Como ele ficará contente em ver a sua própria esposa tão atenta e vigilante, tão amorosa e fiel a Ele.
Minhas queridas irmãs ofereçamos-lhe o amor e não pecados; Ele nos amou tanto que até doou a sua própria vida por nós. Queridas irmãs, graças e paz de Deus nosso Pai e de Jesus nosso Senhor.
A vossa mestra Vincenza

Fevereiro de 1943