Não
se pode duvidar da fidelidade fundamental de São Francisco à
Igreja. As palavras do fundador da Ordem sobre a verdadeira fé e o
valor dos sacramentos, a sua atitude reverente para com todos os
sacerdotes e teólogos, seu respeito diante dos bispos diocesanos,
assim como suas determinações quanto ao Cardeal-Protetor dão
testemunho desta fidelidade. Devido à sua fidelidade absoluta era
lhe possível ver o seu ideal confirmado por Roma. De outro lado, o
santo não era nenhum funcionário eclesiástico, contente quando
enquadrado em estruturas preestabelecidas e solícito apenas para
garantir a continuação sem atritos do tal status quo. Francisco não
colocou a sua comunidade diretamente a serviço da instituição
eclesiástica, assim como fazia a maioria dos outros fundadores.
É
verdade que ele advertia explicitamente contra heresias e contra o
perigo de viver fora da Igreja (cf. 2CtFi 32ss.; CtOrd 44; Test
6ss.), mas não era a sua intenção colocar-se, antes de mais nada,
a serviço da doutrina, do culto ou da organização eclesial. Sem
negar a importância de tudo isso, anunciava, segundo a experiência
dos seus contemporâneos, uma nova mensagem ético religiosa, uma
maneira nova de seguimento ao Evangelho. Francisco se defendia contra
a tentação de subdividir a Boa Nova em leis, regras e prescrições,
como também proibiu expressamente aos seus irmãos de escrever
comentários à Regra. A autoconfiança com a qual ia ao encontro dos
detentores de cargos eclesiásticos, até o papa, estava fundamentada
na sua decisão de viver segundo o santo Evangelho. A este Evangelho
também a Igreja e a sua hierarquia deviam obedecer.
O que Francisco
fazia era provar-lhes que isto é realmente possível. Só assim se
compreende o que Francisco escreveu: “Em nome do Senhor, começa a
Regra de vida dos frades menores: ‘A regra e a vida dos frades
menores é esta: observar o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo, vivendo em obediência, sem propriedade e em castidade!’”
(RegB 1,1). Cada nova geração de irmãos ou irmãs tem a tarefa ea
liberdade de interpretar e provar a viabilidade do do Evangelho no
tempo e nas circunstâncias contemporâneas deles. Para isso
necessitam de iniciativa, improvisação e coragem, para romper com
aquilo ao qual estavam acostumados. Por isso, é legitimamente
franciscana a tentativa de modificar a vida concreta, para que o
Evangelho possa ser expresso e valorizado de maneira nova
CCFMC,
Liçaõ 25, C 2.1
Vamos aprofundar o estudo! Busque na Internet e vamos partilhar.
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