quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O Evangelho como primeiro critério


Não se pode duvidar da fidelidade fundamental de São Francisco à Igreja. As palavras do fundador da Ordem sobre a verdadeira fé e o valor dos sacramentos, a sua atitude reverente para com todos os sacerdotes e teólogos, seu respeito diante dos bispos diocesanos, assim como suas determinações quanto ao Cardeal-Protetor dão testemunho desta fidelidade. Devido à sua fidelidade absoluta era lhe possível ver o seu ideal confirmado por Roma. De outro lado, o santo não era nenhum funcionário eclesiástico, contente quando enquadrado em estruturas preestabelecidas e solícito apenas para garantir a continuação sem atritos do tal status quo. Francisco não colocou a sua comunidade diretamente a serviço da instituição eclesiástica, assim como fazia a maioria dos outros fundadores. 
É verdade que ele advertia explicitamente contra heresias e contra o perigo de viver fora da Igreja (cf. 2CtFi 32ss.; CtOrd 44; Test 6ss.), mas não era a sua intenção colocar-se, antes de mais nada, a serviço da doutrina, do culto ou da organização eclesial. Sem negar a importância de tudo isso, anunciava, segundo a experiência dos seus contemporâneos, uma nova mensagem ético religiosa, uma maneira nova de seguimento ao Evangelho. Francisco se defendia contra a tentação de subdividir a Boa Nova em leis, regras e prescrições, como também proibiu expressamente aos seus irmãos de escrever comentários à Regra. A autoconfiança com a qual ia ao encontro dos detentores de cargos eclesiásticos, até o papa, estava fundamentada na sua decisão de viver segundo o santo Evangelho. A este Evangelho também a Igreja e a sua hierarquia deviam obedecer. 
O que Francisco fazia era provar-lhes que isto é realmente possível. Só assim se compreende o que Francisco escreveu: “Em nome do Senhor, começa a Regra de vida dos frades menores: ‘A regra e a vida dos frades menores é esta: observar o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem propriedade e em castidade!’” (RegB 1,1). Cada nova geração de irmãos ou irmãs tem a tarefa ea liberdade de interpretar e provar a viabilidade do do Evangelho no tempo e nas circunstâncias contemporâneas deles. Para isso necessitam de iniciativa, improvisação e coragem, para romper com aquilo ao qual estavam acostumados. Por isso, é legitimamente franciscana a tentativa de modificar a vida concreta, para que o Evangelho possa ser expresso e valorizado de maneira nova
CCFMC, Liçaõ 25, C 2.1
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