quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Santa Clara de Assis - Um Caminho de Luz


A mãe de Santa Clara contou que, quando estava esperando o seu nascimento foi rezar diante de Jesus Crucificado para pedir um bom parto e ouviu uma voz que lhe dizia: “Não, temas mulher, porque salva vais dar à luz que vai deixar o mundo mais claro!” E foi por isso que ela deu o nome de Clara à sua primeira filha.
Ser mãe é fazer experiência, à primeira vista contraditórias, de dor e de alegria. As dores do parto são das mais intensas que possam ser experimentadas. A alegria, porém que se segue não se compara a nenhuma outra.
Santa Clara não foi mãe no sentido corporal, mas carregou em si o Cristo, seguindo seus passos, e dando à luz a muitas outras vidas: mulheres que foram ao seu encontro, para, através dela, encontrarem o Cristo pobre, crucificado e glorificado. Esta experiência, ela passa a Santa Inês de Praga, em sua terceira Carta.
Refletindo::
...Assim como a gloriosa Virgem das virgens O trouxe materialmente, assim também você, seguindo seus passos, especialmente os da humildade e pobreza, sem dúvida alguma, poderá trazê-lo espiritualmente em um corpo. Casto e virginal. Você vai conter quem pode conter você e todas as coisas, vai possuir algo que, mesmo comparado com as outras posses passageiras deste mundo, será mais fortemente seu.”(3Clm 24-26).
Santa Clara seguiu os passos de Jesus e foi sempre obediente aos seus ensinamentos.
Como vimos Clara já tinha sido prometida a sua mãe como alguém que haveria de deixar a luz mais clara. Mas, de onde ela tirava essa luz que lhe ilumina o rosto?
Clara “era assídua na oração e na contemplação. Quando saía da Oração, seu rosto parecia mais claro e mais bonito que o sol e suas palavras exalavam uma doçura inenarrável tanto que sua vida parecia toda celestial (ProcC IV,4)”.
Diz Tomás de Celano “Clara foi virgem de corpo e puríssima perfeição; jovem em idade, mas amadurecida no espírito. Firme na decisão e ardentíssima no amor de Deus, rica em sabedoria, sobressaiu na humildade. Foi clara de nome, mas clara por sua vida e claríssima em suas virtudes (ICel 18)”.
A contemplação transformou Santa Clara, fazendo com que realizasse nela o que foi dito por Jesus e foi registrado para nós por São Mateus e São Lucas:
A lâmpada do corpo é o olho. Se o teu olho é sadio, o corpo inteiro fica iluminado (Mt 6,22)” - ”Se o seu corpo inteiro está iluminado, sem nenhuma parte escura, ele será todo luminoso, como quando a lâmpada ilumina você com o seu clarão (Lc 11,36)”.
João Paulo II, em um magnífico discurso às Clarissas de Assis, disse:
Francisco via assim a sua irmã: ele via a si mesmo na imagem dela, imagem de Cristo, em que via retratada a santidade que devia imitar; via a si mesmo como um irmão, um pobrezinho à imagem da santidade desta esposa autêntica de Cristo em que encontrava a imagem da Esposa perfeitíssima do Espírito Santo, Maria Santíssima... São Francisco descobriu Deus uma vez, mas depois voltou a descobri-lo com Clara ao seu lado. Em nossa época é necessário repetir a descoberta de Santa Clara, porque é importante para a vida da Igreja”.
Maria Sticco, biografa de São Francisco, contou esta lenda:
Uma vez, voltando de Perusa com Frei Leão, São Francisco parou para tomar água numa fonte e disse:
- Frei Leão, cordeirinho de Deus, sabes o que vejo no espelho da água?
- A lua que surge, pai, respondeu Frei Leão.
- Não, vejo o rosto da irmã Clara, puro e resplandecente qual o de quem vive na perfeita graça do Senhor.
E retornou depressa o caminho, louvando a Deus que lhe enviara sóror Clara e lhe dera aquela consolação”.
Vejamos o Trecho da Bula de canonização de Santa Clara, publicada pelo Papa Alexandre IV, que canonizou a Santa em Anagni a 15/8/1255.
Ó admirável clareza da bem-aventurada Clara, que quanto mais diligentemente é buscada em pontos particulares mais esplendidamente é encontrada em tudo. Brilhou no século e resplandeceu na religião. Em casa foi luminosa como um raio, no claustro teve o clarão de um relâmpago! Brilhou na vida, irradia depois da morte. Foi clara na terra e reluz no céu! Como é grande a veemência de sua luz e como é veemente a iluminação de sua claridade”.
Que Santa Clara, mãe de todas as Clarissas e dotada de tantos títulos de claridade, nos ajude a sermos luz no caminho de nossos irmãos e irmãs e que ilumine os passos de todos aqueles que buscam claridade.
E assim seja.
Fontes Franciscanas
Contribuição de Luiza Telles

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