Santa Clara nasceu em Assis, na mesma cidade de Francisco,
no ano 1194, 12 anos depois de Francisco (1182). Ela era de família rica e
nobre, diferente de Francisco que era rico mais não era nobre. Toda a família
era muito religiosa e ajudava bastante aos pobres.
Quando tinha dezoito anos, Santa Clara deixou tudo para
seguir Jesus Cristo pobre, querendo ser como ele: não ser dona de nada.
E foi assim que ela, com algumas companheiras, ligou-se ao
Movimento Franciscano, que estava começando o caminho de pobreza.
Passamos ao tema de hoje:
Na segunda Carta a Inês de Prega, Santa Clara fez uma
exortação premente: “Não perca de vista seu ponto de partida” (2Ctln 11).
“...Lembre-se da sua decisão como uma segunda Raquel. Não
perca de vista seu ponto de partida, conserve o que você tem, faça o que está
fazendo e não deixe mas, em rápida corrida, com passo ligeiro e pé seguro, de
modo que seus passos nem recolham a poeira, confiante e alegre, avance com
cuidado pelo caminho da bem-aventurança. Não confie em ninguém, não consinta
com nada que queira afastá-la desse propósito, que seja tropeço no caminho,
para não cumprir seus votos ao altíssimo na perfeição em que o Espírito do
Senhor a chamou.” (2Clm 11-14).
Para entender toda a força do que ela quis dizer, é preciso
ter em conta que essa carta era uma resposta a uma questão também premente de
Inês sobre o que deveria fazer diante de uma ordem recebida do Papa para que
tivesse propriedades. Para Clara, não era uma questão simples. Para ela, não
querer ter propriedade não era uma leviandade: estava no núcleo de seu
compromisso de amor pessoal com Jesus Cristo.
Alguns anos antes, quando o Papa Gregório IX quisera
forçá-la a ter propriedades e chegara a dizer: “Se o seu problema é o voto de
pobreza, você sabe que eu sou o Papa e posso dispensá-la, ela dissera com
firmeza: - “Não me dispense de seguir o meu Senhor Jesus Cristo!”.
Não se tratava de nenhum voto formal de pobreza, mas de
viver como Jesus, de ter “os mesmos sentimentos de Jesus, que não se achou
grande por ser Deus: pelo contrário esvaziou-se até ser encontrado como um
servo, como um de nós, para nos salvar”.(df, Fl 2).
Mas o que é este ponto de partida?
Ponto de partida é o início, o ponto fecundante da vocação
que cada qual recebeu do Senhor, o ponto em que a inspiração divina flechou com
a flecha do amor o seu coração para dedicar-se a vida inteira no serviço ao
Senhor.
Clara de Assis viveu intensamente a vocação que lhe foi
dado por Deus, primeiramente a vocação a vida, e depois a vocação que desejou
ardentemente abraçar, a vocação a vida religiosa. Portanto esvaziou-se de tudo.
A seu exemplo muitas outras moças inspiradas pelo Senhor
aspiravam seguir os passos de Santa Clara. Clara foi para sua época um luzeiro,
o qual atraiu para Cristo muita gente de boa vontade.
Seguir Jesus Cristo no modo da vida religiosa, como o fez
Santa Clara, é reservado para poucos, porque exige um esforço imenso, esforço
este que deve conduzir o ser humano a abraçar a vida fraterna. E, por isso,
Clara de Assis é para nós um modelo de fidelidade. Clara durante toda a sua
vida foi fiel a proposta evangélica e por esta proposta lutou a vida toda.
Clara de Assis lutou muito para viver o evangelho
radicalmente, e por isso foi preciso travar uma luta consigo mesmo, com suas
irmãs e para com as autoridades eclesiásticas, as quais desejavam que ela
vivesse a regra que eles propunham. Clara foi forte e fiel ao Evangelho, foi
radical em sua escolha por viver a pobreza radical.
Clara ensina-nos que seguir o santo Evangelho significa
nunca perder o ponto de partida. Para todo cristão o ponto de partida
é o Batismo, para aqueles que seguem a vida religiosa o ponto de partida é o
doce toque do chamamento. Este chamamento para muitos pode ter sido um
hábito, um sinal, uma cruz, um sonho, ou qualquer outra coisa que possamos
imaginar. O toque originário, aquele que nos motivou a querer saber mais sobre
a vocação é justamente este toque que é o ponto de partida.
Clara de estipe nobre abraçou o Cristo Pobre e não perdeu
de vista seu ponto de partida.
E é esse recado que hoje Clara nos passa que nunca se perca
de vista o nosso ponto de partida.
E assim seja.
Fontes Franciscanas
Contribuição de Luiza Telles
Tríduo de Santa Clara
09/08/2012
Muito obrigada Lluiza Teles e Peinha pela dedicação e compromisso com a PFF.
Vamos dar as mãos e orar muito pelas nossas irmãs da Pequena Familia Franciscana.
Vamos dar as mãos e orar muito pelas nossas irmãs da Pequena Familia Franciscana.
Boa tarde.
ResponderExcluirO que siginifica estas siglas:
(2Clm 11-14), (df, Fl 2).
Grata.
Cássia Parreira