sábado, 23 de março de 2024

Último encontro de Maria. Mariane com Vincenza em Urago d’Oglio, 2/03/1982.

Vincenza não sai mais da cama. Sofre muito, não nos vê mais, mas o seu pensamento está sempre lúcido e presente. Acolhe-me com verdadeiro afeto e com uma exclamação que me comove: Maria Amata doce do dom de Deus”. Imediatamente o seu pensamento vai para a nossa Pequena Família Franciscana, no Cenáculo, e sussurra: “O Cenáculo! União de alma que Jesus, Caminho, Verdade e Vida, leva ao Pai; que nos faz Unas com o Pai e como é vontade da doce Trindade. Jesus – continua -nunca está só, tem sempre o Pai e também a nós, porque Vive na cela da nossa alma.   "Lembra-se dos três Sim”?

Eu me lembro da Sua Santidade o Papa Pio XII atento em escutar a nossa Vincenza que lhes expõe aquilo que esteve por tantos anos no asilo do seu coração, a realização do quanto Deus lhe confiou por si e pelas Almas. 

“Santo Padre, Viver a Vida de união com Deus” “Sim” “Sim. 

“Na cela da alma” “Sim”.

“No meio do mundo” “Sim”. 

“Eis a Pequena Família na Igreja!”. 

Irmãs vamos reler as esplêndidas páginas (118/119) da Audiência do Santo Padre e os seus três “Sim”, no nosso “Grão de mostarda” e revivamos juntas a emoção e a alegria da nossa querida Vicenza. Ela já estava segura de que a mensagem a  ela confiada pelo Senhor já se realizou, porque tinha o consenso do doce Cristo na Terra. Havia passado 29 anos e os Institutos, seculares tornaram-se uma realidade viva operante. Vincenza continua: “Jesus quer a P.F.F., leiam, medite a vida de família”. 

E revê em pensamento o nosso querido Padre e sussurra: “Padre Irineu foi um homem de fé e dizia sempre nos encontro das irmãs, especialmente nos Santos Exercícios Espirituais: Se não fosse ela, não teria a P.F.F. um homem de fé e de grande fé! Lembro também o Padre Gemelli, quero lhe bem ainda. Quando fui até ele, eu tinha os olhos cheios de lágrimas porque sentia que aquela não era a minha estrada e suplicava dentro de mim: 

 “Mas onde, Senhor? Onde?” Padre Gemelli foi tão bom e compreensivo: Não chore - me disse - só de olhá-la se ver que o Senhor está com você. ,(E eu pensei em nossa Mãe Celeste: o Senhor está contigo! disse o anjo a Maria). E repete, com voz baixa, não chore...”

Uma pausa de silêncio, cheia de recordações; depois Vincenza continua, quase um monólogo, pensando em nós: “Todas cheias de amor... Jesus, amado, escutado, servido, adorado porque com Ele está o Pai e o Espírito Santo: doce Unidade.

 Vincenza está cansada e eu procuro, delicadamente, deixar sua mão que me tem apertado o coração; mas ainda tem algo a me dizer e parece que tanto a comprimi. De fato. 

É o canto da Santíssima Trindade? Deve tornar-se hino da P.F.F. Eu, objeto debilitado: “Talvez seja um pouco difícil”. “Sim, mas procure alguém que o torne fácil. 

 Vincenza morre em 24 de março de 1982, vigília da Anunciação. No dia 26 se desenvolve o seu funerário com a participação de muitos fiéis, Sacerdotes, Reverendos Padres, crianças, a nossa Presidente e muitas, muitas irmãs. Terminada a Santa missa, concelebrada pelos nossos Reverentes Padres, se eleva docemente o hino da Santíssima Trindade cantada por uma nossa irmã da Lombardia.

Inefável encontro de Almas! Hino, palavras de Vincenza, e música de uma irmã do Brasil. 
A morte de Vicência não encerra em período da P.F.F., mas deixa uma mensagem de amor. 

                                                                                                                     Maria Amata

 Em janeiro 1943
 Vincenzza diz: temos que vigiar a nós mesmos muito atentamente. Oh, como o amor sempre tem medo em desgostar o amado! Como ele tem medo de trazer-lhe o menor desprazer. Pelo contrário, Jesus sempre quer agradá-lo. Mas não podemos agradar Jesus se viemos tão displicentemente no seu amor, cometendo sempre aqueles horríveis pequenos pecados que representa ofensa tão grande ao seu coração.

Em fevereiro de 1943. Ela diz. A nossa dignidade eleva ao pai celeste a mente deles. Elevada distinção e virginal modéstia seja a regra dos nossos trajes. Jesus, que foi escarnecido,  cuspido, ofendido, ultrajado por causa de nossos pecados e nós, nós que queremos amá-lo, temos o coração para ofendê-lo até mesmo na forma com que vestimos. Não, não que a nossa virginal modéstia sirva de bálsamo para as suas feridas doloridos. Jesus, pedimos-lhe, Jesus, tire os meus olhos das vaidades. Meu Deus, meu Pai celeste, pelos méritos de Jesus, fazei com que eu vos ame e glorifique verdadeiramente como filha, não indo atrás das emoções de minha própria natureza. E o fogo de Deus entrará, se não tivermos dividido o nosso coração entre Ele e o mundo. Deus está sempre pronto para nos elevar a Ele com a sua graça,  o defeito a nós pertence. 

Por que não nos empenhamos para sacrificar a nossa natureza e pertencer a Ele, nosso bem infinito? Porque não lhe damos tudo? E retendo mais um pouco de nós corremos o perigo de perdê-lo? Em 1943. Ela diz. Vamos a Ele com todas as nossas forças. Feliz de nós que já estamos a caminho de seu coração pela santa obediência. 

A obediência celestial  fruto divino da Santa humildade, minhas queridas, eleva o coração de Deus, e por isso Ele doa a alma todos os seus divinos frutos. Da humildade nascem, brotam e cresce e amadurecem perfeitamente todas as virtudes.