sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Sei que Deus me chama

Todas as irmãs são conscientes que o momento dos Exercício Espirituais representa para o Instituto um acontecimento de muita importância: é o próprio Deus que convoca a presença de cada uma, para que venha estar com Ele.

Nestes dias Deus atua com uma graça toda particular. O momento dos Exercícios Espirituais é parte integrante da formação permanente que o Instituto atua com muita atenção para que as irmãs consagradas vivam com alegria e com fruto, isto é, com uma autêntica consciência, a sua consagração secular.
Esses dias privilegiados feitos de oração intensa, de silêncio, de escuta atenta e profunda da Palavra de Deus, também nos ajudam a fazer um sério exame de consciência sobre o nosso modo de ser e de agir, portanto, não desperdicemos esse tempo de Graças. Deus espera de nós a correspondência ao Seu infinito amor.

sábado, 9 de dezembro de 2017

Encontro de Coordenadores Diocesano da PPI em Teresina PI

Pauta da Reunião:
Acolhida,
Objetivo do encontro,
Apresentação dos participante através da técnica: Se Sal e Luz da Terra.

Mateus 5,                                              13 "Vocês são o sal da terra. Mas, se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens.

14 "Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte.
15 E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa.   16  Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus

O texto das Bem-aventuranças. Jesus usa três comparações: o sal, a luz e a lâmpada para nos mostrar o que significa ser cristão, ou, em outras palavras para apresentar o sentido da presença e da ação da comunidade cristã no mundo. A comunidade cristã deve ser “sal, luz e lâmpada”.

E Jesus disse: “Vós sois o sal da terra”. O sal é elemento fundamental para a vivência. O sal é feito para dar gosto aos alimentos; preserva, conserva os alimentos e lhes dá sabor humano. A palavra “insulso” ou “insosso” quer dizer justamente “sem sal”. Donde dizer “sal insosso” é o mesmo que dizer “sem sal”. Um paradoxo, como quis exatamente dizer Jesus aos seus ouvintes: “Se o sal perder o gosto...” 




O discípulo de Cristo que pelo mau exemplo de sua vida fosse a negação do espírito do Evangelho, e não transmitisse à comunidade o sabor dos ensinamentos do Divino Mestre, seria um sal “sal sem sal”. Não prestaria para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado por todos.
 O sal em sua função de temperar os alimentos dando o gosto justo implica não ser nem sal demais e nem sal de menos. 
Ele vem a significar, então que o discípulo de Cristo deve representar na comunidade o equilíbrio, o bom senso, a prudência própria de homem sábio. Não pode ser o homem dos excessos, dos radicalismos da esquerda ou da direita; mas o homem da harmonia e da tranquilidade da paz. E a Igreja como um todo, com esse tempero espiritual, concorrerá, para o equilíbrio do mundo, para que não haja guerras nem conflitos de qualquer natureza, e para que reine a justiça em todas as modalidades do relacionamento humano: na política, na economia, no bem-estar da comunidade.
E Jesus disse também: “Vós sois a luz do mundo”. Naturalmente aqui está um reflexo da grande luz da verdade e da santidade que é o próprio Cristo. Jesus é a luz do mundo. Ele disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. E Jesus é a luz que ilumina todo o mundo. A luz de Jesus não pode deixar de brilhar para iluminar a humanidade toda.
E Jesus disse: “Ninguém acende uma lâmpada para escondê-la debaixo de uma vasilha, mas para colocá-la em lugar alto, a fim de que brilhe para todos os que estão na casa”. Ninguém deve fazer o bem com a finalidade de ser visto. Seriam vaidade e ostentação que Jesus reprova em outro lugar do Evangelho. Mas, por outro lado, sua vida deve ser tão digna, tão pura e tão santa, que possa servir de luz para o caminho dos outros. Devemos fazer resplandecer em nosso rosto a luz de Deus.
 Quanto à luz, a primeira carta de São João diz: “Deus é luz”, porque sua presença ilumina a vida do homem, conferindo-lhe significado. A comunidade cristã é luz do mundo, porque testemunha Jesus e se torna desse modo, sinal que revela o sentido que Deus dá à vida. Ninguém vive sem a luz. A luz possibilita enxergar o caminho para andar, e ninguém caminha sem um sentido na vida.

E Jesus ainda disse: “Não pode ficar escondida uma cidade que está no alto de um monte”. Assim brilhará a luz dos cristãos no meio do mundo.
Por fim, a simbologia da lâmpada. Ninguém acende a lâmpada para coloca-la debaixo de uma vasilha. A comunidade cristã não pode se esconder nem se fechar caso contrário seu testemunho já não tem mais sentido.
É sal da terra, é luz do mundo, é cidade visível que fica no alto de um monte. Essas imagens utilizadas por Jesus convergem para a mesma direção: “o testemunho da vida a serviço dos outros”. Portanto, o texto deixa bem claro que a comunidade não existe para si mesma, mas em função dos outros, de toda a sociedade dos seres humanos.
A comunidade somente será sal, luz e lâmpada quando der testemunho de Jesus, vivendo o que ele proclamou nas bem-aventuranças.
O homem moderno pode descobrir, para além da linguagem e das ideias, que Deus se encontra na simplicidade da confiança pura. E a falta de luz no coração do homem é o que impede de chegar ao essencial da vida.


sexta-feira, 18 de agosto de 2017

6º Cap: “Adorar é Escolher a união esponsal com Cristo, pobre, obediente e casto” – Os Conselhos evangélicos–1 Pietro 3,13-17; 4,1-6

ADORAR É...
OS CONSELHOS EVANGÉLICOS
1 A vocês, esposas fiéis, eu digo para permanecer submissas aos vossos próprios maridos; assim, mesmo se algum deles não crê na palavra do Senhor, ao final poderá ser convencido por seu comportamento. 2  A maneira como você vive, pura e respeitosa irá convencê-los mais do que suas palavras. 3 Não se preocupe com a beleza externa, que consiste em jóias, roupas finas ou penteados refinados. 4 Seja bonita por dentro, em seus corações, com o encanto duradouro de um espírito gentil e tranqüilo, que é de grande valor aos olhos de Deus. 5 Esse é o tipo de beleza interior das santas mulheres do passado, que confiaram em Deus, permanecendo submissas a seus maridos. 6 Como Sara, por exemplo, que obedecia a Abraão, seu marido, reconhecendo-o como chefe da casa. Se você também seguir o seu exemplo, de autênticas filhas de Sarah, você fará bem e não terá nada a temer. 7 E assim também, maridos, de sua parte, vocês devem ser atenciosos para com suas esposas, com o respeito que merece um ser frágil e fraco como uma mulher. Lembre-se que é com sua esposa que você divide as bênçãos de Deus e, se não a trata como deveria, suas orações não obterão respostas prontamente. 8 Finalmente, eu digo a todos vocês: vivam em amor e harmonia, com compreensão mútua, plenos de amor fraternal, boa disposição de ânimo e humildade. 9 Não paguem o mal com o mal ou injúria por injúria, pelo contrário, orem para que Deus abençoe aqueles que lhes são contrários: a tarefa à qual somos chamados, e por esta razão Deus nos abençoará. 10 Diz a escritura: "Quem quer amar a vida e ver dias felizes, guarde a sua língua do mal e seus lábios de falar mentiras. 11 Afaste-se do mal e faça o bem, busque a paz e vá ao seu encalço. 12 Pois os olhos do Senhor estão sobre os justos e o seus ouvidos estão atentos a sua prece, mas o rosto do Senhor volta-se contra os malfeitores. 12 Porque os olhos do Senhor estão fixos em seus filhos, e os seus ouvidos atentos às suas orações, mas volta-se com raiva contra aqueles que fazem o mal.”
Há momentos em que somos chamados, de forma mais intensa, a ter os olhos fixos no amor para também podermos ser por nós mesmos sinais eficazes da vontade do Pai.                                             É para a Igreja, um momento favorável para que seja mais forte e eficaz o testemunho dos crentes. (Cfr. Misericordiae vultus No. 3)
O amor é mais do que uma expressão, é uma pessoa, é o próprio Deus que Cristo nos apresenta como o único "Senhor" em nossa vida, como o único caminho, verdade e vida. "Depois que se encontrou o Mestre e foi olhado por ele, a única coisa que realmente importa é segui-lo." Mas ele realmente chama cada um de nós a segui-lo? Ou seguir Jesus é um luxo reservado para os poucos privilegiados? Na verdade, quando ele passou pelas ruas da Galiléia apenas alguns o seguiram fisicamente: doze apóstolos, algumas mulheres como Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, Salomé ... Não será a mesma coisa hoje? Apenas os sacerdotes, freiras, religiosos, pessoas consagradas são chamados a seguir Jesus e estar com ele? Só eles têm a "vocação"? No entanto, se lermos atentamente o Evangelho, veremos que Jesus a todos pede para segui-lo. Não se volta a um pequeno número de eleitos, mas às pessoas que o seguiam (Lc 14,25) e à multidão convocada (Mc 8,34) quando proclamou: "Se alguém vem a mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua esposa, filhos, irmãos, irmãs e até sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz e não me segue não pode ser meu discípulo" (Lc 14,26-27). Todos são chamados para ir atrás de Jesus, Ele é na verdade para todos "a luz do mundo" e todos são chamados a seguir a luz e a deixar-se iluminar por ela:. "Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" ( Jo 8,12).
O Concílio Vaticano II colocou claramente em evidencia esta realidade profundamente cristã e universal do "seguimento" de Jesus. Isso recorda que, movidos pelo Espírito e obediente à voz do Pai, todos nós somos chamados a seguir Cristo pobre, humilde e casto para merecer ser participantes da Sua glória (LG 41a ).
Sim, é verdade que apenas alguns homens e mulheres seguiram Jesus fisicamente pelas ruas da Palestina. Mas Cristo os tinha escolhido  para que surgissem como símbolo, a parábola de um caminho que cada cristão é chamado a percorrer. O seu caminhar e estar com o Mestre faz entrever uma atitude interior que é desejada para todos: uma relação profunda de especial intimidade com o Senhor.
Portanto, somos chamados a entrar em um relacionamento de comunhão vital com Cristo: um relacionamento que por sua vez introduz na intimidade inefável que une o Filho ao Pai. "Seguir" Jesus, depois de sua ressurreição, não é mais ação física. O seguimento agora equivale a crer (João 8,12) e consiste no recíproco "estar", "morar", "permanecer" entre o Senhor e os discípulos. Os "seguidores" e discípulos são, agora, todos os crentes.
Esta é a nossa grande vocação. Cristo nos olha, nos ama e nos chama a segui-lo, isto é, para estar com ele sempre, para conhecê-lo profundamente, para estabelecer com ele um relacionamento de amizade e comunhão. Não é um sentimento passageiro, uma aventura entre muitas. Aqui se trata de  um "caminho" que abraça toda a vida, uma autêntica viagem na fé e no amor, na qual o próprio Cristo se faz "caminho" e também "Pastor" (Jo 14,4-6; 10,4 ); um caminho que faz sair da escuridão e introduz na luz; um êxodo interno da realidade efêmera para entrar, através da partilha do destino de morte e ressurreição do Senhor, na casa do Pai e possuir a vida eterna.
Como, então, seguir a Cristo? Vivendo como Ele vivia, como ele nos ensinou! Seguir a Cristo e imitá-lo torna-se, em certo sentido, realidades equivalentes, como ele mostrou na Primeira Carta de Pedro: "Cristo sofreu por vós, deixando-vos o exemplo para que sigais os seus passos" (1 Pd 2,21).             
A palavra que Cristo dirigiu aos seus discípulos no lago: "Siga-me", continua a ser um imperativo absoluto e incondicional dirigido a cada pessoa. Mas apenas alguns homens o acolhem com  empenho total e, como outrora, provoca neles um êxodo completo de si mesmo e daquilo ao qual estão ligados, para levá-los para uma nova realidade: o mistério da verdadeira vida, do novo mundo iniciado por ele. E isto concretamente, em uma plena adesão à sua pessoa, a sua palavra, e ao seu destino.
Se cada viagem é sempre uma aventura, uma viagem atrás de Jesus revela uma aventura de todo particular. É uma viagem arriscada e Jesus o diz com palavras claras. A quem lhe segue, ele coloca  condições particularmente exigentes. A adesão a Jesus comporta o total desenraizamento, a insegurança diária, sem olhar para os interesses  familiares, sem nunca olhar para trás com arrependimentos inúteis, como nos recorda o Evangelho de Lucas: "As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça ... Deixa que os mortos enterrem seus mortos; e você vai e  proclama o reino de Deus ... Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus "(cf.Lc 9,57-62). É preciso estar prontos para perder também a vida (cf.Lc 14,26). Seguir um Mestre que está andando para morrer em Jerusalém significa, de fato, estar pronto para morrer com ele: "Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Mt 16,24).
Jesus é exigente?  Sim, porque o amor quer tudo e não se contenta com meias medidas, de mediocridade e monotonia. Para isso, devemos nos perguntar: nós nos lançamos na aventura de seguir a Jesus, com todos os riscos que isso implica? Se descobrimos que somos amados e se temos em nós o amor, saberemos ousar tudo e nada nos parecerá difícil. O amor é capaz de fazer coisas malucas para a pessoa amada. A nossa ousadia será a medida do nosso amor.
Será ainda o amor que nos fará superar o medo do desconhecido. Se andamos  atrás de Cristo, onde ele nos  levará? Onde vamos acabar? O que Ele quererá de nós? O que vai fazer para nós? Quem realmente ama não faz perguntas: basta simplesmente ser guiado pelo amor. Abraão não sabia para onde Deus o levaria, Moisés não sabia, não sabia Pedro, nem João, nem Tiago, nem André... "Vem". A este convite, nenhum deles perguntou "onde?". No Amado, se pode confiar. O importante não é saber onde se está indo, mas com quem se está caminhando.
O Amor finalmente nos fará superar o medo de dedicação incondicional: o amor é para sempre.
A vida consagrada e os conselhos evangélicos
Cristo quando chama não apenas convoca, mas dá a força espiritual, a graça, para que respondamos à sua palavra. No consagrado, a única preocupação deveria ser agradar a Deus. A vida consagrada não consiste no cumprimento de certas regras ou no controle de si mesmo, mas em sondar o mistério de Deus.
A vida consagrada tem suas raízes no mistério de Cristo crucificado; é seguimento do Senhor segundo os ensinamentos do Evangelho, sob a orientação da Igreja.
Deus colocou a sua confiança em nós, assim como somos, com as qualidades e os defeitos presentes em cada um: Deus escreve certo por linhas tortas.
A consagração secular, como todas as outras formas de vida consagrada, compromete a pessoa a viver os conselhos evangélicos de castidade no celibato, obediência e pobreza. Mas o que são os conselhos evangélicos, e que sentido tem, hoje, para um homem ou uma mulher vivê-los? Se os conselhos evangélicos desaparecessem, a humanidade seria empobrecida. Eles são, de fato, um valor para a pessoa, como tal, mesmo no contexto cultural de hoje. Tocam o universalmente humano.
 Na esteira das Bem-aventuranças (Mt 5,3-12), os conselhos evangélicos são uma forma concreta através da qual a Igreja torna possível o seguimento de Cristo e a plena realização da pessoa, que é convidada a abrir-se ao amor para com o Pai, os irmãos, a criação.
A partir das Bem-aventuranças, e da sua perspectiva humanizadora é então possível compreender o significado verdadeiro e profundo de cada conselho evangélico:
- A castidade impele o indivíduo para a harmonia entre corpo e espírito para que o corpo seja uma expressão dos valores mais profundos que a pessoa escolheu para viver. A Castidade vivida no celibato pelo Reino é expressão da realidade interior de uma pessoa que orienta e empenha todos as potências do seu ser (física, afetiva, intelectual) para a realização do projeto de amor universal do Pai, ou seja, a construção do Reino . Reconhecendo a necessidade de amar e ser amado pessoalmente, com o voto de castidade, nos ligamos a Cristo com uma relação de amor esponsal.
 Liberamos, por isto, os nossos corações de tudo o que limita a adesão a Cristo para uma doação maior a Ele e aos irmãos.
Assim resume Paulo VI, voltando-se aos Institutos Seculares,  o sentido da castidade pelo Reino: "A vossa castidade testemunha ao mundo que se pode amar com o desinteresse e a inesgotabilidade que atinge o coração de Deus, e que se pode dedicar alegremente a  todos sem se ligar a ninguém, cuidando especialmente dos mais abandonados."
A pobreza cresce desenvolvendo uma prática saudável do uso da palavra suficiente.  A nossa sociedade pede constantemente para ter mais para ser feliz. O voto de pobreza chama a viver simplesmente a estar satisfeito com o que se tem e compartilhar com os outros. O voto não se identifica com o estar materialmente pobre, mas é empenho para viver uma vida sóbria, feita de moderação no uso das coisas e dos recursos da criação, na consciência de que a felicidade não depende do que você possui: esta é uma enorme liberdade!
Viver a pobreza significa viver a dimensão da partilha, da solidariedade e da sobriedade. É um educar-se para a capacidade de reconhecer o valor real de tudo, com atitudes que são um sinal de uma relação respeitosa e positiva com os bens da terra, superando as chamadas do consumismo, do interesse, do utilitarismo.
 A pobreza evangélica exige que a pessoa cresça  em desapego e se deixe interpelar por toda forma de pobreza que aflige os homens considerados irmãos, com os mesmos direitos e as mesmas necessidades materiais e espirituais. 
Paulo VI: "Sua pobreza diz ao mundo que se pode viver entre bens temporais, e se pode usar os meios de civilização e progresso, sem se fazer escravos de qualquer um deles. "
- A obediência nos chama para uma autêntica vida de oração. Como posso ouvir Deus que me fala se eu não tenho tempo para cultivar essa relação que eu considero ser a mais profunda de todas? A obediência me leva a prestar atenção a todos os aspectos do meu mundo e lembrar que, consagrando-me ao serviço de Deus, a minha vida não me pertence.  Viver a vida consagrada é uma aventura transcorrida servindo a um Deus extraordinariamente amoroso que permanece fiel e presente aos que respondem ao seu chamado. Sinto-me encorajada e abençoada pelo fato de eu ter professado (e renovo todos os dias na missa) os votos de pobreza, castidade e obediência dentro de uma comunidade de amor, e que não vivo sozinha. Rezo por aqueles que estão discernindo o chamado à vida consagrada, para que tenham fé e confiança para se render incondicionalmente à vontade de nosso amadíssimo Deus por toda a vida!   Viver a obediência é viver a relação com o Pai, fazendo-se disponíveis para buscar e realizar o que é agradável a Ele. O cristão se põe a seguir a Cristo e como Cristo se faz atento para entender o que o Pai deseja. A obediência vivida na consagração secular implica uma busca contínua dos métodos e instrumentos que permitem ser uma parte ativa na construção do Reino e essas ferramentas são principalmente: a formação continuada, o confronto com a Palavra de Deus e a voz da Igreja,  a atenção aos sinais dos tempos, a abertura do coração às necessidades do mundo e dos irmãos nas pequenas e grandes realidades da vida.
É sempre Paulo VI que resume o sentido de obediência para os Institutos Seculares com estas palavras: "A vossa obediência é uma expressão de vossa disponibilidade ao Pai que reconheceis  presente nas diferentes circunstâncias da vida, e testemunha ao mundo que se pode ser feliz permanecendo totalmente disponível à vontade de Deus”
Perguntemo-nos:
  A cultura em que nos movemos de alguma forma permeia o nosso ser; ou pelo menos tenta influenciá-lo profundamente.  Deve-se, portanto, sempre se perguntar sobre as escolhas fundamentais, que não são feitas uma vez por todas!
 Os restolhos, o ''homem - velho ', nós o trazemos dentro de nós, por isso é muito fácil, na prática, encontrar compensações ou pequenos apegos às coisas materiais ou às pessoas.
 Somos conscientes de que as decisões aparentemente sem importância, arriscam desviar-nos dos conselhos evangélicos?
  O que eu penso e como vivo os votos de pobreza, castidade e obediência?
                  
“Não esqueçais de que na PFF  estais para alcançar a perfeição cristã e,  portanto, [...] deveis consagrar totalmente a vossa vida ao serviço de Deus mediante o compromisso de observar os três Conselhos  evangélicos (votos). Não vos enganeis, filhas minhas, para observar o que prometestes aos pés do altar, se minuto a minuto não vos dais à grande obra da vossa santificação e se não  empenhais na oração e trabalho, pensamento e ação.
Quem pretende viver as próprias comodidades, o prazer do mundo e nunca entrar em conflito com ela, sempre pronto a ceder e desistir dos seus deveres para não desagradar aos  parentes, amigos, etc., trai o ideal e a si mesma.
Porque esta é a advertência de Jesus Cristo no Evangelho: "Aquele que não odeia seu pai e mãe não é digno de mim "e ainda:" Vocês não podem servir a dois senhores..." com aquele que segue.
A vossa liberdade quase incontrolada, o estar só entre os perigos do mundo exige de vossa parte o perfeito domínio de vós mesmas, a mais alta e fervorosa fidelidade ao ideal abraçado, pronto a tudo sacrificar, tudo fazer para a sua plena realização. "(VB 220)
"Os santos votos são a síntese da nossa entrega total a Deus. Com estas santas amarras nos tornamos esposas Dele, e Deus torna-se o Senhor absoluto de todo o nosso ser, ou seja, da nossa mente, do nosso coração, do nosso corpo.
Minhas irmãs, viver esta vida celestial no meio do mundo, é um grande dom de Deus à alma.
E nós recebemos esta graça que só Deus, amor e vida, podemos, nos seus mistérios de amor, dá-la às suas amadas criaturas.
Para corresponder a esta grande graça, para viver como a nossa Regra quer, para viver esta vida celestial como a esposa de Deus, no meio do mundo, precisa-se do nosso sangue.

Precisam-se da constante doação do sangue de nossa mente, o sangue do nosso coração, o sangue do nosso corpo também, na observância dos santos votos. Devemos apertar essas amarras, de forma cada vez mais firme, até que elas estejam impregnadas de sangue. Só então seremos verdadeiramente esposas de Deus, e Deus com o seu amor divino e com o nosso formará a nossa união com Ele. "(VDA II, Santa Páscoa 1948).

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Palavras da nossa Presidente Central

Agora estamos em crise. Mas estamos seguras de que justamente esta nossa fraqueza e fragilidade não sejam o sinal da graça que Deus hoje nos está oferecendo? Sim, eu penso que este seja para nós um tempo de graça.
Mas os pensamentos de Deus, nos recorda Isaías, não são os nossos. E as suas estradas são diferentes daquela sobre a qual movíamos os nossos passos.
 Na fidelidade à nossa vocação devemos nos perguntar como ser fiéis hoje ao nosso carisma. Não nos alcance a tristeza, a resignação, o desconforto.
A experiência do limite é a experiência humana de ser criatura, saída da mão providencial de Deus, sustentada pelo seu sopro vital.
A consciência do limite nos permite conservar um olhar de espanto e de admiração.
Estou convencida de que como consagradas devemos cultivar este sentido do limite. Todavia, corremos o risco de ser destruídas pelo fazer. Diminuindo como número, aumentam para nós os encargos e as incumbências. O sentido do limite nos deve fazer considerar atentamente a sustentabilidade daquilo que humanamente podemos ainda fazer e daquilo que devemos abandonar.
Tempo de graça. Porque Deus está me perguntando: Assunta, mas tu tens mesmo me escolhido, ou te estás deixando fascinar por tantas outras coisas? Tens querido mesmo se colocar ao seguimento do meu Filho, ou estás deslumbrada por tantos outros ídolos? Mas o teu amor por mim, até onde é capaz de chegar?
É necessário ter em vista a qualidade da nossa vida de consagradas, não somente a quantidade e isto deve distingui-la e dar sentido a ela. É urgente para nós tornar a abrir-nos ao mistério de Cristo Senhor.