“Adora,
ama, vive na dulcíssima Trindade que habita e vive no céu do teu coração – a
Trindade ícone e fonte das relações”.
Foi vivida num clima de profunda
escuta da voz do Espírito e de grande serenidade e fraternidade e definiu, para
os quatro anos, um itinerário para toda a Pequena Família Franciscana que tem
por objeto: Ser “irmã da PFF segundo o
novo estilo caracterizado pelas novas CCGG e as exortações contínuas da Igreja
para revigorar a nossa identidade carismática.
Este processo implica antes de tudo um
novo caminho de interioridade, um novo acesso à “fonte de água viva” com uma
renovada e pessoal adesão esponsal a Cristo, para uma maior autenticidade de
vida, através de novas experiências de ternura, maternidade, misericórdia e
caridade e novas dinâmicas de conhecimento de si e dos outros, de Deus e o
próprio tempo histórico.
1. O CORAÇÃO DO
ITINERÁRIO
A Assembleia Geral
determinou “quatro vias” que serão o núcleo da programação para o quadriênio
2015/2019.
1. A via da interioridade”: restabelecer o
primado da interioridade, guardando e alimentando
a vida interior, em particular, a escuta da Palavra, a celebração dos sacramentos,
a oração litúrgica e pessoal, o silêncio.
Redescobrir, com um estudo espiritual,
atento, sistemático e profundo dos Fundadores, a força do nosso Carisma e a sua
atualidade na Igreja do 3º milênio.
Deste modo pode-se tender a uma
verdadeira unidade interior, favorecendo o exercício do discernimento para
conseguir a ler os sinais dos tempos,
a compreender mais profundamente a realidade sempre mais complexa, para
procurar viver com coerência o Evangelho.
ADORA, AMA, VIVE, os três verbos
sublinhados com força.
ADORAR: é tempo da vida precioso que nunca é
reduzido, por nenhuma razão pastoral, social ou pior assistencial. É a
consciência de uma Presença dentro do céu que nos habita, e exige cuidado,
delicadeza, minutos “desperdiçados”, vontade de escavar no fundo de nós mesmos,
para beber na Fonte limpa do nosso ser. O tempo da adoração cotidiana equivale
a dizer: “não obstante tudo e todos, não obstante eu e a minha fragilidade, eu
estou aqui, diante de ti e reconheço que tu estás aqui, para mim.” É urgente
o desejo de renovar o gosto e o tempo do silêncio. Redescobrir a essencialidade e a imprescindibilidade da Adoração do
mistério trinitário em nós, é o 1º percurso prático a revitalizar-se se
queremos redesenhar de novo um futuro para o nosso Instituto.
AMAR: é a fadiga de uma vida inteira, é o mais
belo encargo que nos foi dado e pedido para desenvolver. É o primeiro e o maior
mandamento. Só somos felizes plenamente quando estamos realmente enamoradas,
apaixonadas por alguma coisa, por alguém. Isto mostra um segundo e apaixonado
desafio diante de nós: o cuidado das relações, todas as relações, aquela com Deus Trindade
que habita em mim, aquela comigo mesmo, aquela com as irmãs, aquela com as
coisas, o tempo, o trabalho, a cidade secular, o criado. Temos necessidade de
aprender a amar, temos necessidade de aprender a perdoarmos, que alguém nos
ensine o caminho do amor evangélico, temos necessidade de formação constante e
permanente. Aprender a amar Como Ele nos
amou: é este o segundo percurso da revitalização, para redesenhar um futuro
para o nosso Instituto.
VIVER:
é escolher porque fomos escolhidos. É decidir
ser dom porque o Totalmente Outro se doou a nós por primeiro. Viver é responder
com a vida a um convite de amor, amando. Viver, não sobreviver. Viver, não
esperar o fim. Sem lamentos, sem saudades, sem reticências. Viver com entusiasmo, paixão, generosidade,
fiéis à vocação à vida consagrada na secularidade, prontas a dar razão à
esperança que vive em nós, é o 3º percurso a revitalizar-se se queremos de verdade
redesenhar um futuro para o nosso Instituto.
ADORA, AMA E VIVE na Trindade que vive em nós, devem tornar-se o refrão do
salmo responsorial que é a nossa vida no Instituto. Por isto é prioritário
permanecer na circulação do amor trinitário, ajudar-nos a cultivar a oração
como relação com o Senhor e deixar-nos tocar pela Palavra. Simplesmente “ser”,
certas de que Ele não só nos acompanha, mas nos precede e faz das nossas vidas
lugar de beleza, fruto de um Encontro. (Da palestra de Frei Marino
Porcelli, Assistente Central)
A solenidade da Santíssima Trindade,
foi identificada como celebração própria de louvor e ação de graças para a PFF.
2. “A via da Fraternidade”: a Fraternidade é o seio onde nasce,
cresce e vive o
autêntico
relacionamento fraterno entre as irmãs unidas pela fé em Cristo ressuscitado,
nutridas e animadas pela Santíssima Trindade que vive e habita no céu do
próprio coração.
Viver e construir a vida fraterna é
possível somente dando continuamente espaço à Presença Divina em nós e entre
nós.
Com a nossa livre colaboração,
respondendo generosamente e diariamente aos impulsos da sua Graça, lentamente
vai morrendo em nós o homem velho, individual, fragmentado em si mesmo e
separado dos outros, marcado pela divisão e pela morte e vai crescendo o homem
novo em Cristo, pessoa em relação para a comunhão e a convivência das
diferenças, em contínuo e renovado Pentecostes.
Assim, a Fraternidade torna-se o germe
da VIDA NOVA do Evangelho e o primeiro instrumento de formação; o húmus fértil
para a releitura, o aprofundamento e a encarnação do carisma.
Conscientes da fragilidade que vivemos
nas nossas Fraternidades e conhecendo bem as suas raízes, a Assembleia propõe a via da fraternidade para revitalizar a
vida fraterna.
A caridade fraterna é o valor
intrinsecamente próprio da PFF e é cuidado com as relações verdadeiras e
autênticas, radicadas na Santíssima Trindade, único ícone das nossas relações
fraternas.
A caridade fraterna é o caminho para a
subsidiariedade, onde cada uma é chamada a fazer a própria parte, a assumir com
responsabilidade o próprio dever e construir uma fraternidade visível e
fecunda. Não devemos esperar que seja a irmã a dar um passo adiante, se antes,
nós podemos ir ao seu encontro.
Não devemos esperar tudo da Responsável
de Grupo: nós mesmas devemos dar uma contribuição insubstituível, que nenhuma
outra possa oferecer em nosso lugar.
Quem tem o mandato de animação e de
guia de uma Fraternidade tem o dever de favorecer e promover tal admissão de
responsabilidade.
Desejamos que as nossas Fraternidades
sejam:
Ø
Movidas
pelo fervor, apaixonadas por Jesus e pela vida nova do Evangelho.
Ø
Vivas,
autênticamente fraternas, que irradiam amizade, estímulos, apoio e
reconciliação.
Ø
Mais
humanas e humanizadas, nutridas por uma séria formação inicial e permanente que
toque o profundo da pessoa na sua totalidade; uma formação humana e afetiva
coerente com os tempos e encarnada na secularidade, que ajude a caminhar na
vida com autonomia e responsabilidade maduras.
Ø
Simples
e abertas à diversidade cultural e espiritual e capazes de estabelecer relações
autênticas.
Ø
Sempre
a caminho e na busca das modalidades para favorecer a vida plena e o testemunho
concreto no sulco da vida cotidiana.
Ø
Reestruturadas
e revigoradas, liberadas do “peso” inútil e dirigidas àquilo que é essencial.
Ø
Lugar
onde se atualiza um serviço amável e partilhado.
Ø
Fraternidades
que formam, porque sentem a necessidade de formar-se.
Para conseguir estes objetivos a
Assembleia convida a revalorizar os instrumentos já em vigor como momentos
fortes da nossa vida fraterna e espiritual.
Retiro
mensal –
verificação comunitária, fundamental, baseada no silêncio e na escuta da
Palavra, momento de verificação e de fraternidade.
- Julga-se indispensável ser
disponíveis para modificar a estrutura e a duração da jornada para que resulte
em experiência de vida e, significativa para cada uma.
Encontros
fraternos
– como momentos de oração, de formação e de estudo comum, de partilha profunda
e concreta de vida e de espiritualidade.
-Julga-se necessário ser flexíveis e
criativas para viver os encontros fraternos. Encontrar modalidades, criar,
suscitar, animar e sustentar as Irmãs na alegria da vocação e na pertença a
esta Família espiritual que une a vocação divina e o amor mútuo que se traduz
em relacionamentos reconciliatórios e pacíficos, autênticos e evangélicos.
Exercícios
espirituais –
convocados pelo Conselho Central e nas várias áreas do Instituto como
instrumento formativo privilegiado para cultivar o senso de pertença.
Julga-se oportuno:
- fundá-los no primado da Palavra
- aprofundar o significado dele para a
nossa vida de seguimento
- refletir sobre a sua relação com a
renovação
- experimentar itinerários diversos à
luz das exigências das Irmãs.
A
Fraternidade é “a via da formação”. A discussão sobre o tema da Formação
e da identidade iluminou a necessidade de uma séria preparação dos formadores e
de um cuidado atento das pessoas em formação.
Queremos ser uma fraternidade que
forma, porque sente a necessidade de formar-se. O campo da formação, nos seus
diversos aspectos continua a ter um papel prioritário nas prioridades do
Instituto.
A formação da pessoa no relacionamento
com Deus é de primeira importância, assim como o conhecimento de si e a atitude
no relacionamento interpessoal, base e fundamento para uma boa vida fraterna e
uma justa relação com quem se encontre no exercício da própria missão.
Muitos desafios se apresentam neste
setor fundamental, seja em nível de organização do projeto formativo, seja no
acompanhamento humano e espiritual das nossas jovens; os conteúdos da formação
e a formação dos formadores. De qualquer maneira, será importante ter espaços
de discussão, trocas e programação, não somente em nível das diversas áreas
geográficas, mas também em nível de Conselho Central.
Adverte-se a necessidade de efetuar
momentos formativos específicos para quem é chamado a assumir diversos serviços
(Responsáveis, Formadoras, Assistentes Espirituais).
A Assembleia avaliou o itinerário de
formação permanente e inicial unitária colocados em ato nos últimos anos e
confirmou a necessidade de uma ulterior revitalização propondo continuar com as
experiência de ambas e provendo:
- oportunidade formativa, para cursos
e instrumentos específicos para os vários momentos da vida;
- encontros transversais, flexíveis
que privilegiam âmbitos de interesse comum;
- temáticas inerentes aos percursos de
formação e maturação humanas.
O Instituto necessita de um projeto
sistemático e concreto de formação, portanto, a Assembleia geral propôs levar a
cumprimento e de realizar o trabalho já iniciado com a ajuda de novos recursos
e o suporte de pessoas experientes no campo.
Merecem
atenção especial:
- O desenvolvimento da pastoral jovem
e vocacional.
- A dimensão internacional da
formação, tanto em nível das formandas como dos formadores.
- A coordenação da formação em nível
centralizado e em nível local.
- O desenvolvimento de um modelo de
formação permanente em diversos níveis.
Um acento particular foi colocado
sobre a pastoral Juvenil e Vocacional (PJV), que está bem incrementada, por
todos os pontos de vista.
O futuro do Instituto dependerá em
grande parte da nossa capacidade de atrair novas vocações com a força de uma
alegria, de uma beleza que se libera pela nossa vida e pelas obras realizadas em
união com Jesus, o “Vivente”. Queremos iniciar este quadriênio animadas pela
exortação do Papa Francisco aos consagrados: “Despertar o mundo, porque a nota
que caracteriza a vossa consagração é a profecia” (Carta a todos os Consagrados, II,2).
“A
via da minoridade”:
O estilo que desejamos é aquele da sobriedade, um estilo gratuito, de menores,
na paz. Um estilo pobre, alternativo, reconciliado: o estilo de um Deus que se
inclina sobre o homem.
Para viver a pertença ao nosso Instituto
de modo definitivo e ativo, devemos buscar, com a força de Deus, de ser um
instrumento da sua bondade divina e viver a minoridade que nos ensina a aceitar
os desafios para romper as barreiras nos relacionamentos, perdoando-nos uma a
outra e vivendo plenamente a nossa vida fraterna como aprendemos dos
Fundadores, das nossas Constituições e das Normas Práticas.
A minoridade deve impelir-nos cada dia
a redescobrir as raízes autênticas da nossa consagração e do nosso empenho pelo
Instituto, com as Irmãs, com a Sociedade, com o Reino de Deus e com a Igreja,
para viver a nossa vocação: “Cada irmã,
consciente de que a humildade é o fundamento sobre o qual construir o edifício
da caridade (Agost.Cf.Sern.69,1), se
empenha a viver a vida fraterna: a) na humildade, na harmonia, na oração e na
colaboração ativa e generosa; b) na alegria e no cansaço de uma troca vital,
aprendendo a tornar-se Irmãs umas das outras, no diálogo e no amor mútuo; c) no
respeito recíproco, no prevenir-se nas necessidades, no “desculpar as
intenções, quando não se pode desculpar as ações (VB 477), no retomar os fios interrompidos, na arte do
querer-se bem e trabalhar juntas” (Art.22 Normas Práticas). Esta é uma das
práticas da minoridade.
Outro aspecto, não menos importante,
da minoridade é a capacidade de deixar-se ajudar, de deixar-se aproximar,
tocar, cuidar, abandonar-se com confiança nas mãos do Pai, e em consequência
confiar-se nas Irmãs, sobretudo, quando as forças nos abandonam e a idade
avança. A capacidade e a humildade de deixar-se amar ativamente. Uma capacidade
que revela uma dimensão de pobreza mais radical da doença ou da fome ou da nudez
e que se chama humildade. A humildade que pode nascer das humilhações operadas
pela vida ou procuradas pelos homens.
Minoridade
como caminho para viver a pluralidade cultural – o nosso
Instituto está presente em três continentes: Europa, África e América latina,
por isso é urgente abrir o nosso coração para receber cada irmã com a própria
cultura, o próprio modo de ser e, portanto, beber desta riqueza da pluralidade cultural.
“As diversas culturas portam
complementariedade, variedade, novidade e multiplicidade, confronto e,
portanto, riqueza e também beleza. Mas comportam necessariamente atenção,
escuta, sensibilidade, respeito, conhecimento e acolhida, valorização das
diversidades, afim de que, na Pequena Família Franciscana, cada realidade ou
entidade possa sentir-se membro ativo, protagonista em primeira pessoa na
construção da Família dos filhos de Deus.
Em
uma palavra (as diversas culturas) comportam – e penso de não exagerar – uma
autêntica conversão de mente e de coração e, portanto, como consequência, de
comportamentos e de estilo de vida. Por isto, a linha portadora do Instituto e
também deste Conselho Central, foi aquela de crescer na comunhão, respeitando as
pluralidades e as diversidades, colocando-se mais em escuta das pessoas
individualmente e das culturas, com o desejo, de que se deve empenhar, de
reconhecer, acolher, acompanhar o manifestar-se do Carisma nas diferentes
realidades”
(do Relatório da Presidente Central – agosto de 2015).
...
“À luz dos ensinamentos de Frei Ireneo e de Vincenza, as Irmãs se amam de amor
fraterno, sinal do amor de Deus, recordando-se que elas “formam uma família
unida não por paredes domésticas, mas pelo amor recíproco” (Art.24/a Const.
PFF).
“As
irmãs da PFF que vivem nos diversos Países do mundo formam uma única comunidade
fraterna, garantida e sustentada pelo Conselho Central” (Art.25 Const. PFF).
Devemos criar a unidade no nosso
Instituto, nos nossos Grupos e nas Fraternidades para aprender, uma das outras,
a beleza da tradição e da cultura de cada povo e o entusiasmo que nos leva a
viver aquilo que Vincenza experimentou no seu coração: “as criaturas dilatam a minha alma”. Isto é o que enriquece o nosso
Instituto.
Nesta ótica se propõe a necessidade
das traduções dos principais documentos do Instituto, não só o encorajamento,
sobretudo nas irmãs mais jovens, ao estudo de uma segunda língua. Deseja-se,
além disso, o estudo da língua italiana, para o acesso direto às fontes dos
nossos Fundadores.
Minoridade
como caminho para a unidade na diversidade – Viver a unidade na diversidade é
amar todas as pessoas, sobretudo as Irmãs, como são, com a sua história de
vida, o seu modo de ser, a sua tradição e a sua cultura.
O amor – doação – serviço é o nosso
objetivo como meio para viver a nossa consagração na Escola da Vincenza e Fr.
Ireneo. O amor fraterno nos une todas como Irmãs, sem prescindir pela classe
social de pertença, pelo nível de estudo, pelos dons ou desabilidade física.
Somos convidadas a desapegar-nos de tudo aquilo que indica poder e o privilégio
para apresentar ao mundo o rosto de um serviço fraterno, em linha com a nossa
vocação, que se coloca a serviço dos outros, dos pobres e dos últimos, isto
significa “lavar os pés dos leprosos de
hoje.”
Minoridade
como um caminho de confiança e de partilha das responsabilidades – A confiança, o
respeito, a amizade devem fluir nas nossas relações e tal modo que, unidas no
amor para viver “uma por todas e todas
por uma”, possamos partilhar a nossa vida e as responsabilidades no interno
da Fraternidade e do Grupo. À luz do Evangelho: “Mas entre vocês não deverá ser assim. Pelo contrário, o maior entre
vocês seja como o menor; e quem governa como aquele que serve” (Lc 22,26).
Estar dispostas, portanto, para servir
as Irmãs do Instituto, das nossas Fraternidades e dos Grupos, acolher os seus
desejos, enxugar as lágrimas com amor e misericórdia, escutá-las com atenção e
ternura em qualquer função ou posição, o tudo, porém, deveria ser feito como se
lavasse os pés delas.
3-
“A via da
simplificação” –
Hoje, a realidade da fraternidade pede a experimentação
de
um percurso para uma estrutura mais ligeira e flexível (eliminação do nível
regional de Governo). É necessário também pensar em ampliar os limites do Grupo
como possibilidade de liberar energia e recursos para uma partilha da
fraternidade e do cuidado de cada uma. Grupos mais amplos necessitam de uma
organização nova no sulco do percurso unitário da comunidade fraterna, evitando
sobreposições e paralelismos e valorizando os recursos de cada realidade local
para uma integração das necessidades formativas de cada pessoa.
É indispensável uma organização
simples, a mais ágil possível na qual a estrutura não é um fim em si mesma, mas
um instrumento dinâmico a serviço das pessoas para a encarnação do carisma no
estilo do lavar os pés. Também a aprovação da duração do Governo Central de
seis para quatro anos garante uma substituição maior e um menor empenho para
quem o deve assumir.
Ocorre também ser mais flexível e
criativa no inventar modalidades novas para viver os encontros fraternos. De um
lado, trata-se de dar atenção as necessidades da pessoa lá onde ela se encontra
(anciã, isolada, doentes ...) do outro de abrir-se para experiências que
superam os limites dos Grupos, nos façam viver uma fraternidade estendida em
uma rede de relações.
A fusão entre os Grupos e as
Fraternidades alimenta o sentido de pertença e o crescimento de cada Irmã; é
oportuno socializar as experiências positivas de fusão já realizadas.
Um instrumento válido para viver e
sentir o Instituto como uma só Família onde se coloca em comum a beleza da
nossa vocação e do ser Irmã, é a nossa revista bimestral: “Vida de Família”. Na
ótica da simplificação e da internacionalização, queremos valorizar o site da
internet e “Vida de Família” como instrumento de comunicação. Tal valorização
se exprime também através do envio de notícias e artigos de reflexão sobre
Consagração secular.
A Assembleia propõe de rever as
rubricas da revista, afim de que se tornem não só um instrumento de formação,
mas também de comunicação e de intercambio, além de reduzir o número anual de
publicação de seis para quatro.
Também se vê como válido o fato de
que, no interno do site da internet, exista uma área “reservada”, para a troca
de notícias e a visualização de material estritamente de Família.
As Constituições,
guia para o caminho
Sustentadas pela Palavra do Senhor,
com esperança e empenho, a Assembleia Geral, iniciou o estudo e a discussão sobre
o texto para a revisão das Constituições e das Normas Práticas.
As
nossas Constituições e as Normas Práticas são fontes imprescindíveis às quais
devemos recorrer não somente para resolver questões canônicas, mas também, e
sobretudo, para acompanhar as irmãs da PFF, em formação inicial e permanente.
Não podemos negar que encontramo-nos diante de um texto bonito e acessível,
elogiado tanto no interno do Instituto quanto fora, que deveria nos permitir
organizar a nossa vida respondendo aos desafios de uma nova época com
fidelidade criativa ao carisma dos Fundadores, Vincenza Stroppa e Fr. Ireneo
Mazzotti.
Porém, com frequência, estamos
habituadas a guardar as Constituições como um código de normas jurídicas, que
necessita atender-se para assegurar a regularidade dos nossos atos
institucionais, mais do que a um texto de formação permanente, à luz do qual
devemos rever constantemente o nosso modo de viver. Os conteúdos de natureza
teológica, carismática, espiritual, que deveriam motivar, orientar e valorizar
o nosso modo concreto de viver, não podem permanecer sobre um plano teórico nem
reduzir-se a conceitos abstratos, que não exerçam sobre nós uma força de
atração. Devem ser “lâmpada para os nossos passos e luz nos nossos caminhos”
(Sl 119,105).
Se efetivamente, se verificasse esta
distância vital e experiencial entre nós e os textos sobre os quais empenhamos
a nossa vida, isto seria um sintoma para ser levado a sério. Tudo isto nos
chama a um trabalho a fazer para acertar e eventualmente superar tal distância,
a fim de que se encontre e dialoguem entre eles a nossa vida e as nossas leis,
a mentalidade do nosso mundo e a lógica do nosso ideal de vida, os critérios
das nossas escolhas e os valores que estão no coração das nossas normas.
Estamos conscientes de que uma
coincidência perfeita entre o texto constitucional e a vida é impossível,
todavia é nosso dever favorecer a convergência o mais possível, sobretudo em
vista das exigências e necessidades das futuras gerações de Irmãs da Pequena
Família Franciscana.
Estamos orgulhosas, não sem motivo,
de ter alcançado no nosso tempo, um conhecimento mais profundo e sólido do
carisma da PFF. Isto, não obstante, dado que uma maior compreensão não garante
sempre um viver melhor, não deveria surpreender-nos que a nossa identidade
carismática tenha podido tornar-se mais tímida, incerta ou imprecisa.
Diante de tudo isto, encorajadas
pelos frutos da leitura dos escritos de Vincenza e Fr. Ireneo, possamos
prosseguir o nosso caminho de renovação imergindo-nos na leitura, estudo e
aprofundamento das nossas Constituições. Como escreve S. Paulo a Timóteo,
trata-se de “reavivar” o dom do Espírito que está em nós, e acrescenta: “Deus
não nos deu um espírito de medo, mas de força, de amor e de sabedoria (bom
senso, discernimento)” (2Tm 1, 6-7).
Desafios para
afrontar com fé, coragem e criatividade
A mudança por todas desejada, para
que não se torne uma mera ideia ou um belo desejo, tem necessidade de que este
itinerário, proponha uns processos de transformações e mudanças (refundar) de algumas
estruturas fundamentais:
1. A vida espiritual revitalizada através de momentos de
oração bem cuidados.
2. A formação em todos os níveis e em todas as
etapas da vida; privilegiando de modo particular o acompanhamento
personalizado.
3.
A animação (serviço de
autoridade) em todos os níveis. É
necessário:
-
Cuidar das relações fraternas entre nós
dando atenção a pessoa da irmã e a quem se aproxima do Instituto para um
caminho de conhecimento e de formação inicial e, para dar uma resposta aos desejos
profundos através da escuta, das atividades e dos gestos cotidianos, também os
mais comuns, como empenho prioritário para todo o Instituto.
-
Dar vida a um projeto formativo que
leve em conta o quanto já é patrimônio do Instituto, em harmonia com as mudadas
condições dos tempos, as indicações da Igreja e a ciências humanas.
-
Valorizar e organizar iniciativas para
as formação dos formadores.
-
Tomar sempre mais consciência da
dimensão internacional da formação, seja em nível das formandas que das formadoras.
-
Traduzir os principais documentos do
Instituto e encorajar, sobretudo nas irmãs mais jovens o estudo de uma
segunda língua. Deseja-se, além disso, o estudo da língua italiana, para ter
acesso direto às fontes dos nossos Fundadores.
-
Constituir uma equipe de Pastoral
Vocacional Jovem (PVJ) que trabalhe segundo um projeto definido,
determinando Irmãs que, formadas para tal objetivo, nas diversas áreas
geográficas, acompanhem os jovens e estimulem todas as irmãs à abertura e à
acolhida das jovens.
-
Fazer sim, que a fusão entre os Grupos e
as Fraternidades favoreçam a troca, a partilha e alimente o senso de pertença e
o crescimento de cada Irmã; (é oportuno socializar as experiências de
fusões positivas já realizadas).
-
No percurso para uma estrutura de
Governo mais ágil e flexível (eliminação do nível regional de Governo) exercitar um serviço generoso e amável
que anime e envolva os dons e os recursos de todas as Irmãs.
-
Criar e difundir o clima fraterno e o
senso de pertença ao Instituto e viver a ampliação dos limites do Grupo
como possibilidade de libertar energias
e recursos para uma partilha da fraternidade e do cuidado de cada uma.
-
É necessário estender os horizontes dos
Grupos ao território, ao mundo, sem perder de vista o cuidado das situações
locais. Trata-se, de um lado, dar atenção as necessidades da pessoa lá onde ela
se encontra (anciã, isolada, doente...), do outro lado, de abrir-se para
experiências que, superando os limites do Grupo, nos faça viver uma
fraternidade alargada em uma rede de relações.
- São sempre mais as irmãs que,
por motivos geográficos ou por situações particulares, se encontram “isoladas”.
Para as Irmãs “isoladas”, mas no interno
dos Grupos, é necessária e urgente uma comunicação mais constante e intensa.
Além disso, são úteis as iniciativas para promover a comunhão espiritual entre
os membros do Instituto (por exemplo, o empenho de rezar por alguém que está
distante) e é desejável o uso mais assíduo dos modernos meios de comunicação
(internet).
Portanto, Irmãs, é de verdade
tempo de colocar-se a caminho! Às vezes, o medo do novo, do imprevisto nos
paralisa. A estrada é longa e talvez superior às nossas forças, por isso
afrontemo-la porque isto nos assegura que não caminharemos sozinhas: nos
acompanhará o Jesus de Vincenza e Frei Ireneo que, com a força do seu Espírito,
se fará nosso companheiro de estrada, como um bom amigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário