Ontem foi o velório do Frei Juvenal,
fiquei o dia todo olhando para seu corpo e recordando quantos momentos vivi ao
seu lado, o quanto aprendi. Ele celebrou o meu batismo, convidou-me para entrar
na PFF, celebrou meus primeiros votos e os votos definitivos. Antes que tudo
isso acontecesse, ele me ajudou a voltar aos caminhos do Senhor, senti na
pessoa dele o amor de Jesus por mim. Fui uma ovelha que se distanciou do
rebanho e Deus colocou Frei Juvenal na minha vida para me reconduzir. Ele foi
um pai cheio de atenção e cuidado, soube amar a todos sem distinção e sem
querer ninguém para si, soube aproximar-se no momento certo e distanciar-se
quando era preciso. Orientou, chamou atenção, fez tudo com muito amor.
Preocupou-se com PFF e, em especial, com a Fraternidade Santa Maria dos Anjos.
Esteve conosco um dia antes de ir fazer a cirurgia e junto conosco fez um
momento de reflexão sobre os escritos de Vincenza, de Frei Ireneo e São
Francisco e por fim refletimos sobre o Evangelho que diz: Quem quer me seguir
renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga." Frei Juvenal que sempre em
suas palavras dizia que nos devemos lutar para construir "um mundo de
irmão e uma terra sem males, uma sociedade justa e fraterna, onde todos possam
ter voz e vez".
Como foi triste ver no rosto de cada
pessoa: crianças, jovens, adultos e idosos que estavam na missa de corpo
presente as lágrimas, o sentimento de dor, de perda de um pai. Cada qual
aproximava-se do corpo querendo tocar, alguns não acreditavam no que estavam
vendo, queriam que fosse um sonho. Mas olhando por lado como foi belo, tantos
testemunhos, quantos sementes plantados, quanta certeza de que ele esta junto
de Deus. Naquele momento uma paz tomou conta do meu coração, quando pude ficar
junto do seu caixão, após a comunhão. Pensei no desejo dele de ficar conosco e
querer ser sepultado no Sitio Cruz. Seu corpo foi colocado na Capela de Nossa
Senhora Aparecida, lugar onde todos os anos colocamos os feijões da Festa da
Colheita e como disse um dos Frades: "foi uma festa da colheita
antecipada". Sem querer entregamos o seu corpo e sua alma a Deus, como e
difícil devolver para alguém que amamos tanto. Guardarei sempre na memoria e no
meu coração o convite que ele me fez para pertencer a PFF. Lembro sempre da
alegria que demonstrava quando estava indo participar dos encontros na nossa
fraternidade. Bendito seja Deus pela existência dele em minha vida e na PFF.
Ainda tenho muito para dizer sobre a
pessoa dele, mas vou escrever depois, quando as lágrimas cessarem um pouco.
Abraços
com muito afeto
Liliane Alves
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