sexta-feira, 26 de junho de 2015

Penamentos e orações Vincenza Stropa



Amamos muito a Jesus que tanto nos ama, e não só, mas nos ama com um amor especial. Jamais desistamos de oferecer-lhe nosso coração, nossa alma, todas as nossas forças. Ele, que já habita em nós com o Pai e o Espírito Santo, quer estabelecer-se como no céu. Deve-se chegar ao perfeito amor passando pela perfeita fé; Ele nada mais deseja senão esquecer tudo, antes, esqueceu tudo e não deseja outra coisa que formar a íntima união que o faz estar na nossa alma como no vivo céu do seu amor. O ato de todo abandono, como o da criança, é difícil, embora seja muito belo; no entanto; é necessária uma fé firme, pois tudo já é realidade divina. É a grandeza da alma que tem toda a confiança nele, a ponto de ter certeza de que ele a levará ao mais alto grau de união com ele... É o seu caminho.
Se as almas soubessem e conhecessem o que é a oração e quanto vale, fariam todos os esforços para corresponder à graça que a isso as chama.
Empregariam com esforço e constância de amor todos os meios aptos a conquista-la. A oração é a base e a totalidade da nossa regra, e as almas que a abraçam são chamadas ao excelente, amoroso trabalho de conquista-la. Sem reparar os defeitos, as misérias e as quedas, pois a oração vencerá tudo, e elas chegarão a união que Deus quer. De nós, Deus quer a união. E porque a oração é o caminho, a porta e a raiz de tal fruto, não devemos ocupar-nos de outra coisa a não ser dela.
Não é correto pensar que para haver oração é preciso tempo e solidão. Certamente devemos procurar, enquanto nos for possível, a solidão e praticar o silencio, mais não são sempre necessário, pois o Senhor mesmo forma a solidão em nós, a mais bela e excelente, a verdadeira solidão no interior de nossa alma, onde podemos esperar por ele no meio de qualquer ocupação e compromisso. Importante é que a alma procure a oração com sinceridade, esforço e constância. Esta é a vida na regra que o Senhor nos deu. E então é preciso agir de forma que as almas que a abraçam saibam e conheçam bem a vida de oração e os meios para adquiri-la e assim chegar ao precioso fruto da união com Deus.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

ACREDITAR E AGIR... Autor: Desconhecido



Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino.
Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras. Num dos remos estava entalhada a palavra acreditar e no outro agir.
Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos.
O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.
Então o barqueiro disse ao viajante:
- Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.
- Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade: agir e acreditar.
Não basta apenas acreditar, senão o barco ficará rodando em círculos, é preciso também agir para movimentá-lo na direção que nos levará a alcançar a nossa meta.
Agir e acreditar. Impulsionar os remos com força e com vontade, superando as ondas e os vendavais e não esquecer que, por vezes, é preciso remar contra a maré.
Gandhi tinha uma meta: libertar seu povo do jugo inglês. Tinha também uma estratégia: a não violência.
Sua autoconfiança foi tanta que atingiu a sua meta sem derramamento de sangue. Ele não só acreditou que era possível, mas também agiu com segurança.
Madre Teresa também tinha uma meta: socorrer os pobres abandonados de Calcutá. Acreditou, agiu, e superou a meta inicial, socorrendo pobres do mundo inteiro.
Albert Schweitzer traçou sua meta e chegou lá. Deixou o conforto da cidade grande e se embrenhou na selva da África francesa para atender os nativos, no mais completo anonimato.
Como estes, teríamos outros tantos exemplos de homens e mulheres que não só acreditaram, mas que tornaram realidade seus planos de felicidade e redenção particular.
E você? Está remando com firmeza para atingir a meta a que se propôs?
Se o barco da sua autoconfiança está parado no meio do caminho ou andando em círculos, é hora de tomar uma decisão e impulsioná-lo com força e com vontade.
Lembre que só você poderá acioná-lo utilizando-se dos dois remos: agir e acreditar.
Caso você ainda não tenha uma meta traçada ou deseje refazer a sua, considere alguns pontos:
- Verifique se os caminhos que irá percorrer não estarão invadindo a propriedade de terceiros.
- Se as águas que deseja navegar estão protegidas dos calhaus da inveja, do orgulho, do ódio.
- E, antes de movimentar o barco, verifique se os remos não estão corroídos pelo ácido do egoísmo.
Depois de tomar todas essas precaução siga em frente e boa viagem
 Reflita sobre isso!
A sua semente será poderosa na terra; 
a geração dos retos será abençoada.
Salmos 112:2

quinta-feira, 18 de junho de 2015

A distração nos momentos de oração



Embora não seja desejável, a distração é uma realidade na vida de todo cristão. Já se sabe que mesmo a oração feita de maneira distraída possui valor diante de Deus. Contudo, ela não propicia que a pessoa avance na vida de santidade e adentre outras moradas. A luta de todos deve ser, portanto, para combater a distração e assim auferir dela a refeição da alma, como ensina Santa Teresa d'Ávila.
Em primeiro lugar é preciso definir o que é essa 'atenção' que se quer alcançar. Santo Tomás de Aquino ensina que existem três tipos: 
a. a atenção das palavras;
b. a atenção dos sentidos; 
c. a atenção da presença.

A primeira é quando a pessoa pronuncia as palavras com alguma concentração, mas sem se deter no que elas significam. Quando isso acontece, ou seja, quando a pessoa medita no sentido do que está dizendo, é evidente que está no segundo caso. Apesar de já ter sido grande o progresso ainda existe uma outra distração a ser vencida: a do terceiro caso. É preciso estar atento ao fato de que existe uma presença, existe uma Pessoa com a qual se está falando na oração. Se isso não é percebido, a pessoa ainda está dispersa.

A distração pode ser voluntária ou involuntária, segundo o frade dominicano Frei Antonio Royo Marin, em sua obra Teologia de la perfeccion cristiana". A distração involuntária pode ser causada pela própria índole (temperamento) do indivíduo, por fadiga mental, por culpa do diretor espiritual (que pode determinar um tipo de oração para a qual a pessoa ainda não está preparada) e, por fim, por culpa do demônio (nesse caso, o remédio é o uso de água benta durante os momentos de oração).
As causas voluntárias da distração, segundo Frei Antonio Royo Marin, são: a. a falta de uma preparação próxima (rezar sem preparar o local, sem determinar o tempo, não ter postura de oração); b. a falta de preparação remota (quando a pessoa vive uma vida dispersa por culpa pessoal).
O frade ensina o remédio para lutar contra a distração, salientando que é realmente um combate e esse combate também tem o seu mérito diante de Deus. É um meio de santificação também a luta para a concentração. Se as causas são involuntárias o frade explica que é possível livrar-se dos influxos do temperamento com o uso de alguns auxílios: ler e falar em voz alta, rezar por escrito, fazer atos de devoção (fixar os olhos no sacrário, em uma imagem, etc.), escolher matérias de oração mais concretas e menos abstratas, propiciando o entendimento e a concentração, humilhar-se diante de Deus, quantas vezes forem necessárias.
Para as distrações voluntárias os remédios são: a preparação próxima (preparar o local, determinar o tempo e adotar uma postura), e a preparação remota (cultivar o silêncio, fugir da curiosidade vã). O cultivo do silêncio, diz ele, ajuda a 'ouvir' melhor a Deus, faz com que a pessoa se encontre consigo mesma, além disso, produz uma higiene (saúde) psíquica. Já a curiosidade vã leva a pessoa a sair do foco da vida e se não tem foco na vida, terá na oração? Dificilmente. Tudo isso pode ser resumido em guardar os sentidos, a imaginação e o coração. O homem não é uma lata de lixo que pode ver tudo, ouvir tudo, experimentar tudo e ainda achar que sairá ileso disso tudo. As imagens e os sons armazenados podem se transformar em lixo. Assim, quando a pessoa se põe em oração é impedida por todo esse lixo que está entulhando o seu coração.
A concentração na oração é uma luta, uma batalha. Hoje foram oferecidas algumas dicas, alguma armas para ajudar nesse combate. Mas, mesmo lutando, seja humilde, lembre-se que a oração com distração também tem valor. Não desista de lutar. Deus aprecia todo o esforço. Com a luta o homem pode se tornar mais forte, mais santo, mais filho de Deus 
Texto enviado por Maria da Penha Fernandes - Fraternidade Frei Jorge Rothaus - João Pessoa PB